Capítulo 19 - O Adeus de Eliza

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Tempos atuais.

Apartamento das Gêmeas

André era o que mais estava abalado. Nunca matara antes e se sentia bastante culpado pelo ocorrido. Tentava acreditar que havia sido apenas um acidente, mas ele sabia que de uma forma ou de outra tinha uma parcela de culpa, mesmo que pequena.

No momento em que Eliza saltou sobre ele e ambos caíram para dentro da cozinha, Eliza estava possuída, não respondia mais por si mesma e isso estava claro para todos. Lutaram por alguns segundos. Disputaram forças. Mas André até então, estava apenas se defendendo com muita dificuldade.

Por vezes Eliza parecia voltar a si e André relaxava, e quando achava que finalmente aquele tormento havia chegado ao fim, a gêmea voltava a agir de forma violenta, atacando – o com tapas e arranhões. Algumas vezes arremessava objetos contra ele. Copos, pratos e até facas. Que por mera sorte não o atingira em cheio.

— Garota. — Gritou André — Já estou farto dessa palhaçada. E se você continuar, as coisas vão começar a ficar realmente feias para você. — André estava totalmente sem folego a esta altura.

— Grrrr — Rosnava Eliza — É isso mesmo o que queremos.

Eliza babava e se contorcia feito uma serpente espumando seu ódio e veneno. Pronta para dar o bote novamente em sua vitima.

André tomou ciência que não adiantava tentar agir de forma diplomática com ela e tomou uma faca de cozinha para si em forma de tentar intimida – la. Apontou contra ela e ameaçou ataca – la caso ela voltasse a investir agressivamente contra ele.

— HAHAHA — Berrava freneticamente Eliza — Seu tolo. A única pessoa que ficara ferida caso nos ataque é sua amiguinha.

— Cale -se. — Gritou André já sem paciência.

André se preparou para apunhalar. Não queria mata – la ou feri -la gravemente, queria apenas intimida – la, mas antes que André tomasse a iniciativa do ataque, Eliza avançou sobre ele. André se assustou com a velocidade de sua investida e tentou recuar, tropeçando sobre o próprio pé. Caindo ambos. Um sobre o outro.

Eliza permanecia imóvel encima de André. Não estava mais saltitante e agressiva. Permaneceram ambos alguns segundos imóveis. Foi então que André percebeu a tragédia que havia ocorrido. Eliza havia caído sobre a faca que André empunhava, atravessando – lhe o abdômen. 20 centímetros de aço bastante afiado que fez uma grande quantia de sangue jorrar interminavelmente.

André ficou em total desespero ao se dar conta do que acabara de cometer. Com bastante cautela saiu debaixo do corpo de Eliza e a deitou de costas no chão, sem acreditar no que realmente estava acontecendo. Tentou reanima – la. Chamava por seu nome. Sacudia seu corpo. Nada. Eliza estava morta.

André foi tomado pelo desespero e pelo medo e já não hajia de forma sã. Arrancou – lhe o objeto cortante que ceifara a vida da pobre jovem, o que fez com que mais sangue jorrasse de forma torrencial pelo ferimento, espirrando grande quantidade em seu rosto negro já amarelado pela palidez.

Com a própria mão tentava sem êxito conter a grande hemorragia que teimava não parar. Tirou sua blusa rapidamente e usou como esponja. Nada adiantava. Mas ele não estava mais agindo de forma racional e continuou a fazer movimentos fortes e rápidos sobre o ferimento ate que algo aconteceu.

— Pare. Esta me machucando. — Eliza finalmente deu sinal de vida e falava já sem força alguma.

— Eliza. Eliza. — Chamava André totalmente desesperado — Fique calma. Tudo vai dar certo. Confie em mim. Apenas tente manter a calma para que o ferimento não se agrave.

— Não. Não vai. —  Tossia. Engasgando com seu próprio sangue.

— Pare. — Suplicou André — Não fale mais nada. Vai piorar sua situação.

— Termine logo com isso. — Ela delirava — Por favor, eu já não aguento mais essas 'coisas' dentro de mim. Meu cérebro para estar derretendo.

Eliza já não falava coisa com coisa. Estava delirando. Sangue jorrava aos litros mesmo com a inútil tentativa de André em tentar conter a hemorragia. Estava chorando bastante, estava com muito medo de morrer. Isso era claro. Mas ao mesmo tempo deseja claramente a morte. Pensamentos induzidos obviamente pelas entidades que dominavam seu corpo.

— Não diga besteira. — Censurava André — Vou pedir ajuda. Vou chamar uma ambulância. Daqui a pouco os médicos estarão chegando e tudo vai ficar bem.

— Por que esta mentindo para mim? Me mate logo. Antes que aquela coisa volte e mate todos nós. Por favor.

Eliza sentia que a vida a abandonava lentamente. A pobre menina chorava bastante. Já não tinha mais forças para resistir a incansável luta espiritual que estava travando contra os espíritos que tentavam voltar a tomar conta de seu corpo. O sangue que estava em sua garganta a fazia tossir bastante o que fez André levantar um pouco sua cabeça para que a mesma não morresse afogada com seu próprio fluido vital.

— Anda logo. — Gritou Eliza — eu não vou conseguir segura – los por muito tempo. E ambos sabemos muito bem o que vai acontecer caso 'eles' voltem novamente.

Seu olhar e suas palavras estavam tomados pela dor e desespero fazendo com que tomasse uma atitude totalmente insana. Tomou a faca que estava caída ao seu lado e colocou nas mãos de André, pedindo que ele desse logo um fim a seu sofrimento e em sua vida. Implorava, mas André estava claro que só poderia estar agindo por influencia dos espíritos e decidiu que não iria fazer o que ela estava pedindo.

Eliza começava a ter convulsões. Falava em língua estranhas e berrava feito um animal. Bastante relutante contra as forças das trevas que tentavam domina – la, ela apertou suas mãos contra as mãos de André envolta do cabo daquela faca de cozinha e com força superior a de André, ─ induzida é claro pelos espíritos ─, o fez apunhala– la no peito. Não uma. Mas diversas vezes, até que não tivesse mais forças.

Quando Eliza finalmente havia perdido as forças e a vida, André levantou -se rapidamente e ficou estático ao ver o corpo completamente inerte e sem vida da pobre menina que em um momento de desespero tirou sua própria vida. André não poderia mesmo entender o sofrimento que a menina estava passando naquele momento. Ninguém poderia.

Ela estava morta, e André contribuirá.

Neste Exato momento tomada por emoções dos mais variados tipos, Liliel saíra da mente de André. Havia ficado bastante fraca com tamanho sofrimento que o rapaz estava sentindo.

Porém, algo muito mais poderoso que emoções de dor e sofrimento a expulsaram da consciência do rapaz. Algo muito além de sua compreensão. 

Os Escolhidos - A Missão do Anjo LilielOnde histórias criam vida. Descubra agora