Os Escolhidos - A Missão do Anjo Liliel

Capítulo 64 - Lágrimas. Dor e Amor.

─ O que vocês estão falando? ─ Censurou o tenente em voz alta, como uma repreensão. ─ Estão achando que isso aqui é um jogo de videogame? Poder? Capacidade? Pro inferno. É só meter umas balas nesse palhaço

Quando o tenente se preparava para recarregar sua pistola, fora levemente golpeado por Bond. Um golpe de punho fechado bem na têmpora, o suficiente para desmaia – lo.

─ Bond. ─ Gritou Liliel o censurando. Não gostava de violência, ainda mais contra humanos. ─ Isso foi desnecessário.

─ Ele só iria me atrapalhar. ─ Rebateu sem importância. ─ Além do mais, ele iria acabar colocando a própria vida em risco, foi até melhor assim, desta forma poderei usar meu verdadeiro poder sem destruir a sanidade desse homem.

─ Você sabia que eu poderia convence – lo a dormir? ─ Liliel se referia ao seu poder empático capaz de induzir sentimentos, emoções e ações ao seres humanos. ─ Mas tudo bem.

─ Nossa. ─ Se espantou com a mudança da menina. ─ Você muda fácil de opinião hein. Vamos parar de papo. É hora da guerra. Vou levar esse infeliz de volta para o nosso mundo e faze – lo pagar por tudo o que fez. Pela Tay. Pelos nossos companheiros. Pelo MEU MUNDO.

Bond mudara completamente de expressão e de atitude, seu semblante se tornara sério e cheio de ódio, sua musculatura inchara e ficara levemente azulada, levemente congelada. A temperatura caia drasticamente a quase zero graus e Liliel já tremia o corpo e batia os dentes, se agarrando firmemente em seu próprio corpo. 

Bond invocava o poder do frio e do gelo. Do céu caia diversos flocos de neve e todo o chão a sua volta, melhor dizendo, todo o solo em um raio de mais de trezentos metros de circunferência, se transformara em uma pista de gelo e neve.

Liliel por sua vez, subiu encima do banco de concreto temendo ser congelada e ficou olhando para Bond completamente surpresa, e segura de que agora aquele pesadelo teria fim. A energia do guerreiro explodia a níveis inimagináveis – quase se comparando ao do cavaleiro dourado ─. Todo seu corpo ia mudando de cor e textura, tornando – se assim, um homem de gelo.

─ Criança. ─ O tom de sua voz mudara, era como se fosse outra pessoa. ─ É melhor se proteger, pegue esse homem e saia daqui, fuja para o mais longe possível. ─ Não foi um pedido e sim uma ordem.

─ Bond. Cuidado. - Gritou a anjo assustada.

Liliel o alertou para o imenso pedaço de rocha que vinha em sua direção, mas Bond nem ao menos se mexeu. De sua mão surgiu em milésimos, um brilho luminoso que se assemelhava a uma espada, sim, a mesma espada que anteriormente ele havia usado para ceifar o espirito daqueles fantasmas. Liliel mal pode acompanhar a velocidade do golpe do rapaz, que aparentemente em apenas um movimento, pulverizou aquele enorme pedaço de concreto, fazendo uma névoa de poeira cair sobre eles.

─ Uau. Rápido. Já vencemos. ─ Liliel se agitava como uma líder de torcida, mas quando sentiu aquele frio congelante lhe assaltar a espinha, voltou a se encolher sentadinha no banco.

─ Já disse. Fuja para o mais longe que puder. ─ Ordenou. ─ Você é a única esperança que esse mundo ainda tem. Em instantes voltaremos para nosso mundo, mas antes disso, esse local se tornará em um inferno. Um inferno gelado.

No mesmo instante Liliel seguiu as ordens de Bond ─ ou homem de gelo ─, pegou o tenente nas costas e correu com todas as forças – que quase não tinha, ainda mais segurando aquele homem ─ para longe do campo de batalha, até onde a nevasca terminava.