O Levantar de um Caído

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~Handriel~ POV

Desperto assustado suando frio e queimando em febre. Eu estava tremendo em demasia com uma dor de cabeça do caralho. Parecia como uma das vezes que ia a terra e enchia a cara com umas putas qualquer em algum puteiro de merda. Mas que porra que aconteceu?

Só me lembro do combate com a anjo guerreira, onde eu esperava debilmente que ela me rasgasse a carne com sua enorme espada de fogo sagrado. Mas depois disso? Eu não lembro de mais nada. Que porra. Que merda de dor de cabeça. Me sinto fraco. Meus olhos nao abrem e meu corpo teima em me obedecer, não consigo mexer um musculo se quer. E onde estou?

- Handriel. Acorde.

Aquela voz que me chamava estourava meus tímpanos como bombas. Eu gritava e agonizava de dor ouvindo meu nome ecoar dentro da minha mente. Era Hipnos. O deus da Morte. Meu mestre.

- Seu diabo imprestável. Foi lhe dada uma segunda chance. Então levante - se e ande. Finalize sua missão e me traga aquela criança e aquela espada.

Em instantes após receber as ordens de meu mestre, minhas forças foram se revigorando como que por milagre. Eu sentia a vida voltar ao meu corpo e o poder transbordar de forma abundante. Era como se eu voltasse do mundo dos mortos. Eu teria minha vingança.

Não sei o que aconteceu, mas ao ouvir meu deus dizendo sobre segunda chance só pude constatar que realmente eu teria morrido, ou quase isso. Por dentro eu me sentia forte como nunca sentira antes. Mas externamente eu estava um lixo. Eu era lindo e agora meu corpo todo mostrava queimaduras secas e definitivas. Meus cabelos antes sedosos agora fora tomado por uma textura sebosa com poucos fios. E minha lindas asas na qual tinha orgulho, hoje abanava esquelética e com poucas penas também sebosas. Mas se eu realmente tiver morrido, to pouco me fudendo para isso. Agradeço meu mestre a segunda chance que tenho recebido.

Finalmente me dou conta de onde estou. Permaneço no mesmo lugar a metros de distancia do meu objetivo inicial. O mesmo local onde mantive guarda durante dias. Observo de longe que aquela residência e crianças ainda continuam protegidas por aquele coro de anjos que agora conta com apenas cinco anjos da guarda, mas nao vejo a anjo guerreira.

Era para isso me aliviar, estou mais forte que antes e esses anjos da guarda nao saberiam nem como foram destruídos. Mas não tenho certeza se conseguiria enfrentar aquela anjo guerreira. Pelo menos dessa vez nao seria pego de surpresa e ja conheci um pouco de seus movimentos. Mas só de lembrar do nosso embate sou invadido por sensações de medo e pavor. Malditos sentinelas de Miguel, nunca imaginei que fossem tão poderosos.

Cinco segundos. Foram apenas cinco segundos para furtivamente eliminar um a um essesw fracotes. E longos vinte minutos que me satisfazia estuprando um deles que mal tinha forças para reagir. Gozei com tanta violência dentro daquele ser que o mesmo implorou a morte -  que tal lhe dei com bastante prazer, é claro.

Porém, o que me espantava e me inquietava era o fato da Sentinela celestial nao estar presente. Então foi o momento que abaixei a guarda. Algo que poderia ter sido fatal se meu poder de percepção nao tivesse sido multiplicado após minha ressurreição.

Como um gato selvagem saltei para o lado caindo ao chão com maestria. Fios do que sobrou dos meus cabelos caiam pela minha face ao quase ser atingido mortalmente pelo vácuo do movimento cortante da espada da sentinela angelical, que rasgou metros a frente o asfalto daquela estrada onde estávamos.

- Pelo visto o anjo caído voltara dos mortos eu vejo. Mas desta vez irei me certificar de pulverizar seu corpo e espirito, infernal. 

Apesar de me sentir superior ao que eu era antes, o medo que senti ao ver sua imponência diante de mim me levou a flashs da minha morte anterior por suas mãos femininas. Aquela voz não era nenhum pouco angelical. Soava com autoridade mas era de certa forma suave. Era intimidadora e bastante aterrorizante. Eu não era um anjo de batalha. Eu era um torturador e assassino furtivo. Precisava pensar em algo. Não acredito que teria uma outra chance de ser trazido de volta a vida.

Ela batia suas asas como esplendor, suas penas eram tão alvas que ao refletir os raios solares me ofuscava a visão na maioria das vezes em que avançava mortalmente sobre mim. Seus cabelos eram brancos como sua pele que nao apresentava uma cicatriz se quer. Ela era tão prepotente que voltara ao campo de batalha sem ao menos trajar sua armadura que vestia anteriormente. Usava apenas um vestido de tecido leve de cor cinza bem claro. Seu corpo era para parecer vulnerável devido a falta de proteção. Mas pelo contrario, parecia mais mortal e impenetrável do que quando trajava seu traje de batalha.

 - Você não cansa de fugir infernal? - Sua voz me arrepiava mais que suas investidas mortais. 

Ela já estava sem paciência por não conseguir me atingir. Limpava seu vestido sujo de terra e começava pentear uma trança longa em seus lisos cabelos brancos. Ela estava gozando com minha cara. Ela estava levemente irritada, mas eu estava fodido de cansado ja. Não sei se conseguiria escapar de seu próximo ataque.

O sol já estava se despedindo do firmamento, esfriando consideravelmente a atmosfera do nosso campo de batalha. Mas aquela anjo irradiava uma luz tão forte como do astro rei. Se eu cheguei pensar que a escuridão poderia vir me favorecer, errei feio. Errei rude.

- Qual seu nome infernal? - Ela relaxou alguns segundos desmontando sua postura intimidadora enquanto se sentava no telhado da casa na qual era meu objetivo principal. Sua voz pela primeira vez nao soara agressiva. Decidi tentar o dialogo que havia proposto em sua pergunta.

- Me chamo Handriel, sou um anjo caído e me orgulho disso anjo. - Tentei demonstrar frieza e calma, mas o medo daquela anjo me entregava com palavras não tão firmes. - Sou um torturador  de um dos círculos infernais. Sirvo diretamente ao deus Hipnos.

Entendo. - Ela respondeu sem entusiasmo enquanto finalizava a trança que havia começado anteriormente. - Para um caído torturador até que você se saiu bem até agora. Mas não irei mais me conter.

A filha da puta disse que estava se contendo? Não me fode. Eu fiquei infinitamente mais poderoso que antes e mal tenho energias para me manter de pé.

- Bem Handriel, queria saber o nome do caído que me fará usar mais de dez por cento do meu poder. Seu nome não será pregado pelos mortais e muito menos servirá de mártir. Mas confesso que me deixou admirada.

Essa vagabunda é muito audaciosa. Mas esses segundos de conversa fiada me ajudaram descansar um pouco. E conseguir preparar o que há tempos venho tentando me concentrar para fazer.

- Não sei se me orgulho por suas palavras ou me masturbo e gozo de alegria. - Cuspi de forma provocativa enquanto a via bater suas enormes asas planando do telhado daquela casa ate o solo a metros diante de mim.

- Não esperaria modos ou educação de um infernal. Mas você ao menos merece um pouco de respeito por ter me feito lutar até aqui. - Ela girou sua espada com uma das mãos e jogou sua trança sobre os ombros.

- Qual seu nome anjo? - Eu precisava ganhar tempo.

- Me chamo....

- O que foi anjinha? O gato comeu sua língua? - Eu me aproximava lentamente daquela gigante enquanto a observava tentando debilmente se mexer. Estava completamente imóvel e vulnerável. 

- O que você fez infernal? Por que não consigo me mexer? - Ela suava, tentava com todas as forças se mexer,  mal tinha força para pronunciar aquelas palavras.

Me apresso em tomar sua espada agora livre de poder, apenas um aço que terminara de esfriar após sua dona perder a influencia de sua divindade sobre a mesma. Observo aquele lindo pedaço de aço e me vejo pelo reflexo. Aquela maldita deformou meu corpo e meu rosto. Eu nunca iria perdoa la.

- Campo gravitacional. Posso não ter poder de batalha, mas possuo alguns truques sabe? - Não uma, mas varias, dezenas de investida contra aquela puta, lhe cortando com sua própria arma. O sangue jorrava de sua pela alva manchando não só seu vestido, como também todo solo a nossa volta.

Eu lambia seu sangue respingado em minhas mãos e lambia meu lábios coberto pelo seu sangue angelical. O sangue de um anjo é a coisa mais gostosa que ja havia provado, era doce, puro e estimulante. E eu iria beber cada gota direto de seu corpo.

- Você esta presa. Eu usei a gravidade desse planeta para comprimir seu corpo. E não adianta tentar escapar. Ninguém jamais, ser algum jamais conseguiu escapar dessa dadiva infernal.

Que pena, nem consegui ouvi - la, acabei por me excitar demais e lhe ataquei mais do que queria. Estava morta, presa ao ar, rasgada, maltratada e humilhada por um infernal.

Bem, é hora de jantar.

Os Escolhidos - A Missão do Anjo LilielOnde histórias criam vida. Descubra agora