Família problemática

8 2 0
                                    


~Handriel~ POV

Sorte ou não, estou vivo - novamente -, e finalmente acabei com aqueles anjos malditos. E só de lembrar do gosto daquela anjo guerreira ja fico duro de tesão. Doce, suculenta e um sangue apimentado e estimulante. Claro que também fodi gostoso seu corpo sem vida antes de devora - la por completo.

Descansei por algumas horas e sem sucesso tentei contato com meu mestre. A única coisa que tive de retorno foram dois espectros que estavam de guarda ao meu lado quando acordei.

O bom de estar no plano astral é que pude me masturbar a vontade vendo alguns homens e mulheres em pleno ato sexual, eles nao me viam, mas eu gozava gostoso na face excitada e suada desses casais. Enfim, vamos ao que interessa agora.

Passo todos os detalhes da missão aos meus servos inúteis e fico umas horas a observar a residência da família alvo que estou em missão. Nada demais, não houve manifestação de energia nenhuma mais vinda daquela pequena criança. Mas aquele garoto me pareceu bem suspeito. Hora e outra parecia que ele me sentira espiando na janela de seu quarto. Mas tenho certeza que fora apenas minha impressão.

São nove horas da manhã e a família ja esta acordada, tomaram café da manha e o pai das crianças terminara de estender roupas lavadas no varal do quintal. Não sei bem quantos anos eles possuem, mas o pai deve estar na faixa dos quarenta anos, a menina que é meu alvo principal deve ter uns cinco anos de idade e o moleque uns dez anos, não sei, e na verdade não me importa muito.

Bem, está na hora de agir.

Durante alguns minutos me concentro, guardo minhas asas e começo lentamente atravessar para o plano físico. Meu corpo esta muito dolorido após a ressurreição e batalha contra o celestial, mas tenho certeza que não terei problemas para sequestrar aquela menina e procurar a arma magica que esta em poder dos mesmos.

Agora.

Ordeno meus servos entrarem escondidos pelas portas dos fundos e aguardarem meu sinal e com apenas um chute, arrebento a porta da entrada principal da casa. Estranhamente aquele homem parecia estar esperando alguma coisa, pois estava de guarda com um enorme pedaço de aço em mãos que nem poderia ser chamado de espada ou algo similar. Ele estava parado e olhava fixamente em meus olhos sem ao menos vacilar em sua postura.

- Achei que esse momento nunca chegaria. - Disse o homem confirmando minhas suspeitas que ja esperava nossa pequena visita. Sua aparência de meia idade com olheiras e corpo magro mostrava uma forma física fraca, porem sua energia era agressiva e estável. Essa não era uma família comum, definitivamente

- Pelo visto já nos aguardava mortal - Disse sem muita importância. Isso não mudaria o fato de sua morte certa. - Só quero essa "pequena" arma e a menina.

Normalmente eu sairia matando sem ao menos dar explicações, mas eu estava exausto. A técnica utilizada contra a anjo demandava bastante energia a ponto de me fazer correr riscos até contra um mortal. Ainda mais um mortal que não parecia ser tão comum.

- Imaginei que esse dia chegaria. O dia em que tentariam sequestrar minhas crianças e tomar nosso artefato magico. Mas eu treinei muito para proteger minha família, e não seria um demônio que ira tirar eles de mim. - Sua voz era firma, forte e decidida. É um homem de coragem.

Sem que eu pudesse esperar, aquele homem de aparência cansada e fraca avançou com extrema velocidade contra mim e com um movimento mais rápido ainda, manejou aquele pedaço de aço grotesco com uma facilidade que nem eu podia acreditar. Por puro instinto consegui me desviar de sua investida.

O ataque destruiu completamente a porta de madeira por onde entrei deixando uma cratera de tamanho significativo no chão. Tenho certeza que teria sido mortal caso tivesse me atingido. Mas creio que o mesmo não teria forças para um novo ataque.

Foi o que eu pensei...

Não só mais uma, e sim, diversos ataques iam sido desferido contra mim, que esquivava com pequena dificuldade, fazendo com que ele destruísse toda mobília de sua casa e lascava pedaços das paredes. Ele disse que treinou bastante para esse momento e não estava brincando.

Por um momento achei que seria meu fim. Eu não estava tendo se quer tempo de revidar ou invocar alguma dadiva infernal. Aquele homem era rápido, e não só isso, era forte e bastante habilidoso. E por um descuido meu, acabei perdendo o equilíbrio após um forte golpe recebido com a lateral de sua espada. Senti meus músculos peitorais como se estivessem sendo esmagados com o golpe. Cuspi uma quantia exacerbada de sangue e saliva para cair em seguida. 

Papai socorro. - Quando achei que fosse chegar finalmente meu fim, nossa atenção fora roubada por um grito de suplica infantil. Foi então que percebi que um dos meus servos estava com a menina em seus braços, nos dando total vantagem.

- Deixem minha filha em paz, ela é apenas uma criança. - Sua voz saiu em desespero ao ver sua pequena menina nos braços do meu espectro que cravava de leve suas garras no pescoço da criança, fazendo escorrer pequenos filetes de sangue de sua carne. Aquela era nossa chance.

Me aproveitando do descuido do homem que me dera as costas e baixava a guarda, avancei com um pouco de dificuldade devido as dores do ataque na qual fui vitima e lhe cravei de uma só vez minhas garras em suas costas, lhe atravessando o peito com facilidade. Ele virou o rosto por cima dos ombros e ao me olhar vomitou grande quantidade de sangue em minha face para cair em seguida quando retirei minha mão de seu dorso segurando seu coração ainda pulsando.

Seu corpo produzia espasmos enquanto sua filha assustada chorava e gritava "papai". Devorei seu coração com poucas mordidas e me deliciava ao ver o sofrimento daquela criança. A dor do ser humano me satisfaz a níveis que nem eu mesmo consigo descrever.

Me aproximei da menina lhe desferindo um tapa com as costas de minha mão. Aquela gritaria poderia chamar a atenção dos curiosos e não tinha tempo para mais incômodos. Pedi meu servo que a colocasse em seus ombros e se preparasse para irmos embora. Mas quando me virei para pegar pegar o artefato místico tive uma pequena surpresa.

Diante de mim estava o outro filho daquele homem. Era pequeno e magro, estava assustado mas não parecia estar com medo e nem muito abalado em ver o corpo sem vida de seu pai e nem sua irmã desacordada nos ombros de meu servo. Menos ainda em me ver coberto de sangue e com minhas enormes garras afiadas totalmente incomum para um ser humano.

Não tão surpreso como eu fiquei ao ver aquela criança com menos de um metro e meio empunhando uma espada com o triplo de seu peso e altura. Isso não fazia sentido algum para mim. Isso não era para ser possível. E sem ao menos perceber, senti aquele lamina grossa e pesada rasgando meu peito e quase me decepando a cabeça.

Por detrás do tecido da realidade pude ver duas asas brancas e iluminadas que brotavam das costas daquele pequeno menino. E atrás de mim, uma forte energia irradiava da pequena menina que mesmo desacordada conseguira invocar um poderoso clarão que possivelmente não cegara só a mim, mas sim, todos que estavam presentes.

A ultima visão que me lembro foi de uma mulher de longos cabelos azuis com um manto negro e encapuzada na minha frente. Seus dedos esqueléticos me seguravam a face e sussurrava algumas palavras que não pude compreender.

Eu conhecia aquele ser, era a Morte. Novamente.




Os Escolhidos - A Missão do Anjo LilielOnde histórias criam vida. Descubra agora