Handriel agora com o semblante calmo novamente, caminhou até Kate que jazia desacordada, e com um soco na barriga a fez despertar tossindo com dificuldade devido a pressão sofrida no diafragma. Estava desorientada e enfraquecida pelo esforço em tentar conjurar Shiva a realidade. Olhou em volta como se tivesse acordando pela manha e se deu conta que ainda estava presa naquele inferno.
Balançou a cabeça forçando o seu acordar e cuspiu na cara de Handriel juntamente com um monte de insultos e ofensas. Handriel limpou o rosto com as costas da mão e desferiu mais um golpe em Kate, desta vez no meio da boca, provocando um corte no lábio superior por onde escorreu no mesmo instante uma fileira de sangue e saliva.
Derek não gostou.
Mais um pulsar de energia.
Handriel olhou instintivamente para Derek.
– Muito bom. – Mais um soco, desta vez no olho esquerdo de Kate. Cortou – lhe o supercilio. Mais sangue. Mais um dispersar de energia vindo de Derek. – É movido ao sofrimento alheio ou você realmente esta se preocupando com a menina? – Disse isso ao ver que a energia de Derek aumentara duas vezes seguida ao ferir a menina, e com um rapido movimento, provocou um corte superficial, mas doloroso com o bisturi, do peitoral ao umbigo de Kate, sem acertar os seios. Sangue e gemidos. Gemidos que Kate tentava segurar, não queria demonstrar fraqueza.
Derek se enfurecia.
Mais uma explosão de energia. Desta vez maior.
Fúria.
Ao passo em que agredia Kate, Derek manifestava sua energia e sua verdadeira natureza de Escolhido, segundo Handriel. Percebendo isso, o infernal começou uma seção de agressão a menina, como se ela fosse um saco de pancadas daqueles usado pelos lutadores de box, Handriel a agredia com socos e pontapés. Rosto, seios, coxas, barriga e costelas.
O infernal gostava do que fazia e não se importava com o sangue que espirrava em sua face, ora vomitado ora cuspido propositalmente. Era isso que sua natureza diabólica gostava, torturar e fazer os humanos sofrerem. 10 minutos, foram exatamente 10 minutos que o anjo negro ficara agredindo a pobre Kate, que de tão enfraquecida já não gemia ou reagia aos assédios de Handriel.
Visto que não estava mais havendo sofrimento, resolveu deixa – la descansar. – Não que estivesse com pena, pelo contrário, queria deixa - la disposta e bem disposta para sofrer, gemer e gritar. Isso o excitava e lhe dava tanto prazer que chegara varias vezes ficar excitado, com o pau completamente duro por debaixo de suas vestes.
A energia de Derek explodia sem parar, como milhares de explosões provocadas por bombas e granadas em uma zona de guerra. Handriel não percebeu, mais a energia e força de Derek já havia aumentado mais de 5 vezes, superando ao que despertara anteriormente. Derek cuspia uma infinidades de insultos e ameaças ao infernal, que pouco se importava com tais agressões. Estava tudo sob seu controle.
Kate completamente ensanguentada e exausta devido a seção de surra que levara. Lohraine, a responsável pelo controle do gênio do mal Ifrit, estava desacordada fazia tempos e até agora não esboçava nenhuma reação. O que levava Handriel a ficar mais seguro de que a besta não iria surgir de repente. E Derek, preso como um passarinho pelo seu campo astral. A mesma divindade usada para evitar o ataque de Ifrit na fábrica de papel. Era uma espécie de campo de força, mas também, podia usar da forma contraria, pressionando a energia contra seus alvos.
Derek não aguentava ver Kate na situação em que se encontrava. Não gostava da menina, mas vê – la naquele estado, era demais até para ele. Fuçou sua memoria na tentativa de buscar qualquer coisa que tivesse haver com o papo de Escolhido e sua real missão na qual havia sonhado, mas não conseguia recordar com clareza e muito menos via alguma verdade nisso tudo.
Por diversas vezes, Derek se sentia como uma bolsa d'água a estourar devido ao grande volume liquido em seu interior, mas no seu caso não era água, e sim, aquela poderosa força que nascia incontrolavelmente dentro de si. Se sentia capaz de enfrentar um exército sozinho. Quebrar paredes de concreto. Levantar rochas imensas. Mas a única coisa que queria agora, era apenas quebrar a cara daquele idiota.
Se concentrou um pouco. Aproveitava o momento em que Handriel estava a limpar o corpo de Kate – sem entender o porquê – para tentar entender o que era aquela sensação tão boa e poderosa que sentia dentro de si. Flashs de memórias vinham como filme em sua mente.
Memórias de sua infância e de um brutal acontecimento que o levara a ficar órfão (apenas vultos. Nunca conseguia lembrar com clareza). Lembranças de um amor perdido. Lembranças do anjo liliel em seu sonho que mais parecia real. Lembranças das crianças estupradas e mortas por Cicatriz – essa lembrança causou uma explosão de energia ainda maior. Lembranças do maldito Donovan – o homem que organizava aquela rede clandestina de lutas e tráficos de crianças e que o obrigara a participar de seus jogos. Lembranças da pequena Raquel que tomara como sua protegida, que o chamou de pai, que realmente se importava com ele, que dependia dele, e que nesse momento não tinha a menor ciência do que poderia ter acontecido ou estar acontecendo a ela.
Ódio, amor, rancor e ódio de novo. Uma mistura. Um carrossel de sentimentos e sensações borbulhavam em sua mente, em seu coração e em sua alma.
De repente sentiu como se flutuasse – na verdade estava, mas foi diferente disso. Estava voando. O céu acima de sua cabeça estava azul, com poucas nuvens, aliás, estava acima das nuvens. Um enorme par de asas alvas, como de um falcão batiam freneticamente o guiando acima das pessoas, das casas e reconheceu ser a cidade onde nascera e fora criado. Estava delirando, pensou.
A imagem a sua volta oscilava feito interferência de uma TV defeituosa. Sua mente apagou.
Eletricidade.
Uma forte corrente elétrica.
Seu corpo nesse momento era tomando por uma enorme e poderosa descarga elétrica que ao mesmo tempo, em que parecia querer torrar seu cérebro, o fez se sentir como um poderoso deus – ZEUS, pensou. Se lembrando dos filmes que já assistira. Rei e mestre do olimpo. Manipulador dos trovões.
Tornou a abrir seus olhos, e se viu diante de Kate, agora limpa, sem o sangue que tingia sua pele morena. Handriel parecia cochilar em uma cadeira velha de balanço. Quanto tempo havia se passado? Não sabia. Mas sabia sim, que precisava fazer alguma coisa a respeito.
Olhou suas mãos.
Uma forte e visível corrente elétrica passeava pelo seu corpo.
Uma explosão pulsava dentro do seu peito o fazendo tremer e suar bastante. Parecia que ia estourar a qualquer momento, quando finalmente conseguiu sentir a água que parecia querer transbordar a qualquer momento.
Um centímetro.
Cinco centímetros.
Foi o quanto conseguiu mexer seus braços e parecia aumentar. Lentamente e com muito esforço ia conseguindo controlar mais seu corpo. Era como uma larva a sair de dentro de um casulo e dentro de quinze minutos era como se estivesse nascendo de novo. Prendeu a respiração por alguns segundos e com toda a força que havia em seus pulmões, urrou bem alto, enquanto fazia cada vez mais força. Sentiu que algo parecia estar se rompendo – praticamente junto com sua musculatura e tendões de tanta força que estava a fazer.
Barulho. Muito barulho.
Uma explosão seca. Comprimida.
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Os Escolhidos - A Missão do Anjo Liliel
FantasyOs Escolhidos - A Missão do Anjo Liliel - Livro 1 Anjos. Demônios, criaturas magicas e Escolhidos de Jeovah? Esse nunca fora o mundo de Derek, e agora após conhecer a simpática e linda anjinha Liliel, sua vida ficará de cabeça para baixo. Um homem...