Capítulo 11

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"– Por que você não quer falar comigo?" Marcus disse bravo após eu aceitar a 3ª chamada que ele fazia.

"– Porque eu quero conversar com você aqui em casa, quando você chegar." Falei ríspida.

"– Ainda com essa história na cabeça de que eu te traí Laura?"

"– Você me ligou para isso? Então tchau." Afastei o telefone.

"– Laura! Laura! Falou alto e eu voltei o ouvido ao celular.

"– Fala Marcus, eu tenho mais o que fazer!"

"– Só queria dizer que te amo, e te perguntar uma coisa."

"– O que?"

"– Como está sua menstruação?"

"– Não estou grávida, Marcus! Era isso?"

"– Tentaremos na semana que vem novamente. Não fique triste por isso."

"– Eu não estou! Agora tchau." Desliguei o telefone.

Passei a mão no rosto e respirei fundo. Eu não sei porque ainda me considerava uma mulher casada.

Estava muito agoniada com toda a situação, de não poder olhar para o rosto de Marcus e saber se ele está ou não mentindo.

Fui para a agência de manhã, mas desmarquei todos os clientes. Estava apenas trabalhando nos roteiros que já haviam contratado.

Eu de fato não estava bem para conversar com ninguém, sendo assim, prefiro não me arriscar e acabar por perder clientes. Afinal, esse é o meu trabalho.

Nesses dias pensei inclusive em planejar uma viagem para mim mesma. Estava cansada, chateada e talvez precisasse espairecer em outro lugar. O que me impedia era que eu odiava viajar sozinha, então de forma alguma me aventuraria nisso.

Procurei alguns studios de tatuagem e marquei horário para realizar a minha amanhã. Estava muito ansiosa, porque morria de medo de agulhas. Agora eu não poderia voltar atrás, já que havia pago metade do valor proposto e não reembolsavam.

***

Deitei na maca conforme indicado pelo tatuador e abaixei um pouco a calça, já que faria a tatuagem na cintura, na lateral, um pouco acima da virilha.

Deixei bem claro para o tatuador que queria algo pequeno e discreto.

– Eu vou começar. Disse após tirar o adesivo com o rascunho que desenhou e ligou a maquina.

Ele aproximou sua mão e eu senti a agulha encostar em minha pele. Fechei os olhos e os apertei, devido a dor.

– Não se mexa. Falou sério.

Se eu soubesse que doeria tanto não havia inventado essa história. Para minha sorte, a tatuagem de fato era pequena.

Após cerca de 1 hora de tortura, a tatuagem estava pronta. Minha pele ardia com um misto de dor. O tatuador fez a higienização do local e me passou algumas instruções.

Fui para casa e corri para o espelho para verificar como havia ficado. Tirei a roupa e me olhei. Ela havia ficado linda. Delicada, com letras finas e pequena. Tinha tudo a ver comigo!

Como cheguei cedo em casa, resolvi fazer um frango assado para a janta. Aproveitei enquanto ele estava no forno e realizei alguns exercícios no tornozelo, passados por Estevam.

Jantei sozinha e tomei um banho, indo para a cama em seguida. Peguei um livro para ler, mas meu cansaço e estresse apertaram e eu acabei dormindo com o livro na cama.

***

Bruna me contou que Diego havia voltado do Chile, o que de certa forma me aliviava um pouco. Ela disse que tentaria arrancar algumas informações dele e me repassaria, caso conseguisse algo.

Além de me preocupar com uma possível traição, comecei a pensar também se ele de fato estava se cuidando, caso realmente estivesse me traindo.

Querendo ou não estávamos planejando uma possível gravidez, e eu não posso me dar ao luxo de ficar doente porque ele pegou alguma doença transmissível de alguém com quem dormiu.

Como confiar em alguém que mostra todos os indícios de que está te traindo? Como vou olhar para ele e acreditar em suas palavras, quando seus gestos mostram algo totalmente ao contrário?

Essas atitudes serviram para que eu repensasse se era isso mesmo que eu queria para minha vida. Será que eu o amava? Será que confiarei nele novamente?

Isso tudo, é claro, vai depender de como for a nossa conversa em seu retorno.

Minha única rede de proteção era minha mãe. Meu pai sempre foi muito machista em relação a isso, e a Bruna é minha melhor amiga, mas só pensa em sexo e em loucuras que eu nunca seria capaz de me imaginar fazendo.

Ou talvez era exatamente disso que eu precisasse para me libertar de meus receios.

Eu sempre fui a traída de todos os relacionamentos em que embarquei. Começo a acreditar que depois de um tempo a gente fica sem graça e o homem procura outras formas de divertimento.

A forma com que eu e Marcus transamos quando ele voltou do México... fazia tempo que não tinha esse fogo, essa paixão. Sempre estávamos na mesmice.

E se o que Estevam disse for verdade? E se eu de fato precisasse curtir mais minha vida...? Ir para cama com outros homens.

Essa insegurança em ficar sozinha, em não ter alguém para compartilhar minha vida, sonhos, viagens. Isso me assustava!

Mas talvez eu nem precisasse dessas coisas para ser feliz, para ter uma vida regrada a sorrisos e liberdade, sem essa preocupação de que se a pessoa com quem compartilho minha história, resolveu incluir outra pessoa para fazer parte disso tudo.

Despertei de meus pensamentos quando um casal de clientes entrou na agência.

– Oi Laura, bom dia! Viemos pegar o roteiro e o dinheiro que foi trocado. Alicia sorriu.

– Claro. Vocês entenderam tudo né? Abri a gaveta da mesa e peguei um envelope e uma pasta.

– Sim. Vitor respondeu. – Precisamos apenas trocar mais dinheiro quando chegar lá, né? Perguntou.

– Isso. Todas as informações de quantia, onde e como trocar estão na pasta com o roteiro. Entreguei a pasta para eles. – E aqui está o dinheiro que troquei para a moeda local de lá. Isso será o suficiente para o taxi e alimentação.

– Perfeito! Responderam em sintonia. Sorri e os acompanhei até a porta.

Quando eles saíram sorri boba lembrando de quando eu e Marcus também éramos assim. Colados e amorosos um com o outro...

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O que vocês estão achando da história?
Acham que de fato Marcus têm uma amante?
E quanto ao envolvimento de Laura com Estevam?

Gostaria da opinião de vocês para seguir com alguns fatos na trama 😊❤️

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