Capítulo 51

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– Você não quer que eu te leve? Estevam insistiu enquanto eu terminava de me arrumar.

– Não, se passar pela cabeça do Marcus que você pode estar lá, é confusão na certa! O olhei. – Eu volto logo.

– Você não quer que me vejam com você, não é? Suspirou.

– Não é isso Estevam, eu sou casada ainda querendo ou não, e eu conheço o temperamento do meu marido. Beijei sua bochecha. – Eu volto logo.

Solicitei um carro de aplicativo e fui para a empresa. Eu já estava decidida a romper com o contrato, pois em breve entraria com um pedido de divórcio e até que tudo estivesse resolvido, não quero que haja nenhuma intercorrência entre mim e Marcus.

Cheguei na empresa e subi para o 8º andar. Me anunciei para a secretária de Gustavo e logo ele apareceu na porta para me receber.

– Entra. Me deu passagem e eu entrei na sala.

– Tudo bem por aqui? Apoiei as mãos no encosto da cadeira e olhei para ele.

– Comigo sim, com Marcus nem tanto. Parou ao meu lado e colocou as mãos nos bolsos da calça.

– Se você me chamou aqui para falar sobre ele, eu não vou perder meu tempo. Me virei e ele segurou em meu braço.

– Não há possibilidade nenhuma de voltarem? Me olhou se soslaio e me soltou.

– Não. Inclusive em breve entrarei com o pedido de divórcio. Andei pela sala. – E quero reincidir o contrato com vocês.

– Mas por que? O que você faz não tem nada a ver com a Marcus.

– Porque não quero mais ter contato com nada que venha dele ou que tenha a ver com ele. Cruzei os braços e observei um quadro que tinha na sala.

– Laura, a gente não se conhece muito, mas saiba que estou aqui para te dar meu apoio e até um ombro amigo. Passou as mãos por meus ombros e eu me assustei com sua proximidade.

– Agradeço o apoio. Sorri sem graça e me afastei. – Você pode providenciar a rescisão do contrato? Olhei séria para ele.

– Sim! Vou fazer e quando estiver tudo pronto eu te aviso e nos encontramos para que você assine.

– Ok! Muito obrigada. Já vou então!

– Posso te dar um abraço? Arqueou a sobrancelha. – Fiquei sabendo do bebê, eu sinto muito.

Assenti e ele se aproximou, me abraçando forte. Retribui o abraço, que de certa forma me confortou, e me afastei. Ele deu um beijo em minha bochecha e eu sai da sala.

Marcus estava parado ao lado da mesa da secretária e parecia me esperar, como se soubesse que eu estava ali.

– Podemos conversar? Estendeu sua mão.

– Não temos nada para conversar. Olhei séria para ele.

– Não faz cena aqui. Vem pra minha sala. Me deu passagem.

Respirei fundo e passei por ele, indo em direção a sua sala. A secretaria parecia familiar, mas estava de costas e não conseguia lembrar só pelo cabelo.

– Estefani, não deixe ninguém entrar, ok? Vou ter uma conversa com a minha esposa. Ela se virou e pude ver que era a irmã do Estevam. Estefani ficou tão chocada quanto eu quando me viu e entrei depressa na sala.

– Por favor, volta pra casa! Fechou a porta atrás de nós.

– Não Marcus, eu não vou voltar com você. Acabou! Que parte você ainda não entendeu?

– Eu não sei viver sem você Laura. Por tudo que ja vivemos, não faz isso. Falou com os olhos marejados.

– Por tudo que já vivemos que eu decidi terminar. Você não me ama Marcus, esta comigo por conveniência.

– É claro que eu te amo. Não fale besteiras! Fizemos uma viagem maravilhosa!

– Esse é o problema, você acha que pode me comprar assim, como comprou a Bruna. É por isso que ela te ama, você sabe né?

– Eu não tenho mais nada com ela Laura. Uma lagrima passou por seu rosto e rapidamente foi seca por ele.

– Era isso Marcus? Cruzei os braços. – Em breve você receberá a papelada do divórcio.

Me virei e sai da sala, fechando a porta atrás de mim. Ouvi ele me chamar, mas não atendi. Olhei para Estefani e a encarei.

– Sra. me desculpe pela forma como lhe tratei pela manhã. Se levantou e abaixou a cabeça. – Por favor, não me mande embora, eu preciso desse emprego.

– Ei! Levantei seu rosto. – Eu não vou mandar ninguém embora. Se cuida tá? Pisquei e saí.

Voltei para o apartamento de Estevam e ele não estava lá. Havia um bilhete em cima da cama dizendo que ele havia saído para a Arena e que voltaria mais cedo.

Comprei uma comida por aplicativo e jantei sozinha. Tomei um banho e coloquei um pijama, aproveitando o tempo para comprar alguns móveis para o outro apartamento e sair da casa de Estevam o mais rápido possível. Sei que no fundo estava tirando sua privacidade.

– Boa noite! Estevam entrou no apartamento me olhando.

– Demorou hoje. Passei a mão na nuca e fechei o notebook.

– Mas eu ganhei a corrida. Sorriu e colocou o capacete no balcão.

– Que bom! Sorri e me levantei, me aproximando dele. – O que é isso? Peguei em seu queixo e virei seu rosto, olhando para uma marca de batom.

– Isso o que? Estevam me olhou sem entender.

– Essa marca de batom no seu rosto, perto do pescoço. Cruzei os braços e Estevam riu rouco.

– Deve ser da Jessica. Disse passando a mão no rosto e tentando limpar. – Você está com ciúme?

– Ciúme Estevam? Olha pra mim e vê se eu tenho cara de quem sente ciúmes! Fui para cama e deitei.

– Está com ciúmes sim. Riu e veio atrás, tirando tênis e subindo na cama também.

– Você está sujo! Vai tomar banho. Tentei empurra-lo e ele me abraçou.

– Só quando você assumir que estava com ciúmes amor. Riu me apertando.

– Do que você me chamou? Olhei para ele e ele me soltou, corando.

– Amor? Arqueou a sobrancelha e se levantou da cama.

– Amor... Ri boba e ele foi para o banheiro, envergonhado.

Ele ficou com vergonha da situação e eu também. Talvez Estevam tenha confundido um pouco as coisas.

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