Capítulo 4

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Quando estava perto de encerrar meu expediente, Bruna chegou no prédio e subiu para meu studio. Ficou me encarando impaciente para que eu terminasse logo.

– Se você continuar me olhando assim, eu não vou acabar nunca! Disse digitando no teclado.

– Se eu soubesse que você demoraria tanto, tinha ido direto e te encontrado lá. Balançou a perna que estava cruzada.

– Acabei! Revirei os olhos e sorri em seguida desligando o computador.

– Glória! Se levantou num pulo. – Vamos! Pegou a bolsa e me puxou para fora da sala.

Fomos caminhando até o bar, que era perto, e escolhemos uma mesa do lado de dentro.

– Aqui é muito barulhento! Falei alto.

– É um bar amiga!!! Disse irônica e chamou o garçom.

Pedimos cervejas e alguns petiscos, que chegaram rápido a nossa mesa, considerando a quantidade de pessoas que tinham naquele lugar.

– Como Marcus está? Bruna perguntou.

– Está bem amiga, naquela viagem ao México que comentei com você. Dei um gole na cerveja.

– Não sei como você consegue não ter ciúme. Riu sarcástica.

– Por que eu deveria ter? Arqueei a sobrancelha. – Confio nele, tanto quanto ele confia em mim.

– Ai amiga! Depois do Diego eu desconfio de tudo e todos. Bruna deu um gole na cerveja também.

– E você está bem? Como estão sendo esses dias sem ele? Passei minha mão por cima da sua.

– Ótimos. Como é bom transar com outros caras. Riu. – Eu não te contei uma coisa que fiz. Sorriu envergonhada.

– O que? Franzi o cenho.

– Eu traí o Diego. E estou ficando com o mesmo cara agora. Falou como se não fosse nada demais.

– Você o que? Onde? Como? Perguntei abismada.

– Amiga, ele também me traia, que eu sei. Mas assim, eu ficava com muito tesão de fazer as coisas com o risco de ser pega. É diferente! Riu.

– Você é louca! Ri junto com ela. – Acho que nunca teria coragem de trair o Marcus.

– Vocês são muito perfeitos pra isso. Comeu alguns petiscos.

– Engraçadinha. Comi também.

– Você poderia experimentar algo diferente. Apontou com o olhar para um canto do bar. Olhei e tinha um homem nos observando. Na verdade não era um homem, era O HOMEM!

– Amiga! Mostrei minha mão com a aliança. – Eu sou casada.

– E o que tem? Oportunidade única. Amiga! Me diz com quantos homens você transou antes de conhecer o Marcus?

– Eu acho que só com meus 2 ex namorados. Falei tentando lembrar.

– 3 homens na vida é muito pouco! Riu. – To brincando tá. Não siga minhas influências.

– Não vou! Pode ficar tranquila. Ri junto.

Ficamos no bar por algumas horas, jogando papo fora e nos atualizando sobre as novidades. Pedi um Uber compartilhado com Bruna para ir para casa, já que estava tarde. Primeiro o motorista me deixou em casa e ela seguiu viagem para a sua.

Tomei um banho e fui dormir. Estava exausta pois a semana foi corrida, mas amanhã era sábado e eu poderia acordar um pouco mais tarde.

No dia seguinte, pela manhã, Marcus me ligou de vídeo. Ele estava empolgado e adorando passar esse tempo no México. Confesso que estava triste por não estar lá com ele, mas evitei comentar, para que ele não se sentisse mal.

– Amor, olha dentro do baú da cama. Falou risonho.

– Do baú da cama? O que tem lá? Perguntei curiosa e fui até o quarto, suspendendo o colchão.

– Tem um embrulho aí. Quero que use no dia que eu voltar. Vamos sair pra jantar e estender um pouco a noite. Mordeu os lábios.

Peguei o pacote e desci o colchão, me sentando em seguida. Apoiei o celular no criado mudo e abri o embrulho. Era uma lingerie vermelha de renda, muito bonita.

– É melhor não usar nada. Ri.

– Fica ao seu critério. Riu também. – Preciso desligar! Eu te amo.

– Também te amo. Sorri. Desligamos a chamada e eu fui me vestir para correr.

Após colocar a roupa adequada e meu tênis, sai de casa apenas com uma garrafinha de água. O dia estava quente e eu me arrependi de não ter vindo de boné.

Estava distraída olhando algumas crianças brincarem, quando pisei num buraco e meu pé virou. De imediato fui para o chão com garrafinha e tudo. Caí feito uma pata.

O pior é que eu não conseguia levantar e percebi que meu tornozelo estava doendo. Uma mulher se aproximou e me estendeu a mão.

– Não consigo levantar. Disse a olhando e passando a mão no tornozelo.

– Será que quebrou? Ela colocou as mãos na cintura. – Acho que você vai precisar de um médico.

Ela saiu de perto e chamou uma pessoa que trabalhava no parque. Os dois me levantaram e eu fui levada a uma espécie de enfermaria.

De lá saí em uma ambulância e fui levada para um hospital. Eu acho que não precisava disso, mas eu sentia muita dor e meu tornozelo começou a ficar inchado. Liguei para meu pai e pedi para que ele fosse ao hospital me acompanhar.

– Estou olhando aqui no raio-x e não vejo sinais de fratura. O médico disse levantando a placa. – Foi apenas uma torção.

– Então eu estou liberada? Olhei aflita.

– Sim, mas vou te receitar alguns remédios para utilizar por alguns dias e não sentir tanta dor e vou enfaixar seu pé. Você precisa manter repouso por 5 dias para que consiga voltar a fazer tudo normalmente depois. Disse escrevendo em um papel.

– 5 dias? Indaguei.

– 5 dias. Se puder fazer algumas sessões de fisioterapia vai ser bom também, para não ter problemas futuros. Se levantou e veio até mim, pegou um molde de metal e encaixou em meu pé, o enfaixando em seguida.

O médico me indicou uma fisioterapeuta e me deu o cartão para ligar quando retirasse a faixa. Meu pai me deixou em casa e ficou comigo para me ajudar na comida.

Avisei para Marcus sobre o ocorrido e ele queria voltar no mesmo instante para casa e ficar comigo, mas é claro que não deixei. A tarefa mais difícil agora seria atender todos os clientes de forma remota.

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