Capítulo 105

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– Estamos atrasados. Ana Laura disse ajeitando meu paletó.

– Não existe atraso em festas Ana. Sorri deixando um beijo em sua testa.

– Fale isso para minha mãe. Suspirou. – Pronto. Agora vamos!

– Eu estou começando a ficar com medo da reação da sua mãe nessa festa. Peguei um presente que havia comprado para Ana e coloquei no bolso da calça sem que ela pudesse ver.

– É melhor ter medo dela não só na festa, mas em outros lugares também. Sorriu pegando o celular. – Meu motorista já está ai.

– Não sei qual o problema de ir de moto. Me sinto um playboyzinho indo de carro com você e seu motorista. Fiz uma careta.

– Não tem como ir de moto desse jeito Estevam. Apontou para seu corpo e saiu na frente. Fechei a porta e sai logo atrás.

Entramos no carro e o motorista deu partida, seguindo para onde seria a tal festa. Ana estava mexendo em seu celular quando me aproximei e cheirei seu pescoço, observando o que ela estava fazendo.

– O que está colocando ai? Questionei vendo o aplicativo aberto.

– Estou colocando que transamos sem proteção hoje. Sussurrou ríspida.

– Desculpe. Beijei o canto de seu lábio. – Você está brava comigo? Passei a mão por cima de suas pernas.

– Não Estevam, mas eu não quero ter filhos agora e isso é muito arriscado. Me olhou aflita.

– Ta bem, não farei nunca mais, hum? Só se você pedir. Lhe dei um selinho e ela sorriu ladino, passando a mão por cima da minha.

Quando chegamos, fiquei impressionado com luxo que era a casa. Estava me sentindo até simples depois de ver o naipe das pessoas que estavam aqui. Saí do carro e peguei na mão de Ana Laura, ajudando-a a descer.

O motorista abriu o porta malas e entregou uma caixa embrulhada com um laço para Ana, que pegou e agradeceu.

– Eu não trouxe nada. Sussurrei.

– Sem problemas, esse vale por nós dois. Sorriu e caminhou até a entrada.

– É uma festa de aniversário? Arqueei a sobrancelha.

– Sim e não. Meu padrinho completa 40 anos hoje, mas ele quer fazer um pronunciamento também, então não sei o que está por vir.

Uma mulher abriu a porta para que Ana entrasse e eu fui logo atrás. Um homem arrumado veio ao nosso encontro com os braços abertos e sorriu para Ana.

– Minha linda!!! Ele disse e a abraçou, afagando seus cabelos. – Cada dia que te vejo você está mais bonita.

– Modéstia sua padrinho! Entregou o presente. – Feliz aniversário! Esse presente é meu e do Estevam. Puxou minha mão, me aproximando deles.

– E Estevam é? Me olhou e pegou em minha mão, me cumprimentando.

– Meu namorado. Sorriu e eu também sorri.

– Prazer, Gustavo. Olhou para Ana. – Seus pais ainda não sabem né?

– Não, vamos contar hoje. Espero que não se importe que eu tenha o trazido.

– De maneira alguma. Aproveitem a festa. Se afastou para receber quem vinha logo atrás.

– Pode pedir ajuda pra ele se não der certo com meus pais. Ana sussurrou e sorriu em seguida.

Eu estava nervoso, minhas mãos começaram a suar e eu queria sair correndo dessa casa. Por que diabos fui inventar isso? Estava ótimo só eu e Ana, sem que ninguém interferisse ou julgasse nosso relacionamento.

Quando vi a cara que sua mãe fez ao olhar para nós dois juntos, apertei a cintura de Ana para demonstrar meu descontentamento e insegurança diante da situação.

– Mãe... Ela sorriu como se nada estivesse acontecendo e eu também dei um sorriso amarelo. – Cadê o papai?

– Foi ao banheiro. Disse com desdém. – O que esse garoto está fazendo aqui? Sussurrou. – Achei que Alexandre fosse vir com você. Eu o convidei.

– Não começa com seu show mãe. Ou você quer que meu padrinho ache que você é louca? Arqueou a sobrancelha e sua mãe apertou os olhos.

– Filha! Achei que fosse vir conosco. Um homem apareceu atrás de sua mãe e deduzi que fosse seu pai.

– Desculpe pai, eu tive um compromisso antes da festa, mas estou aqui agora. Sorriu e me cutucou.

– Ahe... Gaguejei. – Prazer, sou Estevam. Estendi a mão para seu pai e ele me cumprimentou receoso.

– Felipe... Olhou para nós dois.

– Pai e mãe, o Estevam tem uma coisa pra contar pra vocês. Ana me olhou.

– Eu... Respirei fundo sentindo que a gravata estava me sufocando. – Eu gostaria da autorização de vocês para namorar Ana Laura.

– De jeito nenhum! Sua mãe disse baixo de forma histérica.

– Filha, acredito que aqui não seja o melhor lugar para conversarmos sobre isso. Felipe suspirou e apertou os braços da mãe de Ana. – Rapaz, apareça lá em casa para conversarmos sobre suas intenções.

– Ok! Garanto que são as melhores. Olhei para Ana que sorria para mim. – Aliás, tenho um presente para você. Apertei de leve seu nariz.

– O que é? Me olhou com os olhos brilhando enquanto seus pais nos observavam.

– Feliz um ano. Sussurrei em seu ouvido e tirei a caixinha de dentro do bolso, abrindo-a e mostrando um anel de compromisso que havia comprado.

Ela levou as mãos na boca e sorriu encantada, me abraçando em seguida. Retribuí o abraço e sua mãe saiu de perto, indo para o outro lado da sala.

Peguei o anel e o encaixei em seu dedo anelar direito, lhe dando um selinho rápido.

– Mesmo que eles não nos deixem namorar, eu aceito ser sua namorada oficialmente. Ana me abraçou pelo pescoço e apertou meu corpo no seu.

– Eu te amo princesa. Afaguei seu cabelo e ela apoiou o queixo em meu ombro.

– Pessoal! Peço um minuto dá atenção de todos. Ouvimos alguém bater numa taça de cristal. Era o padrinho de Ana, ao alto da escada principal.

Todos viraram para escutar o que ele tinha a dizer.

– Como todos sabem, hoje completo 40 anos. Todos bateram palmas e ele sorriu. – Se não bastasse isso, eu também sinto que minha vida se completou após conhecer uma linda mulher que hoje faz parte total dela. Vocês ainda não sabem quem é, pois mantínhamos nossa relação discretamente até então, mas decidi que já escolhi quem é a mulher que desejo passar o resto dos meus dias e quero que vocês, pessoas especiais para mim, a conheçam. Laura, pode descer!

Ouvimos o barulho do salto batendo na escada que era de madeira rústica e uma mulher surge do alto. Apertei os olhos para me certificar do que estava vendo. Não é possível! O que ela estava fazendo aqui?

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