Capítulo 72

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Laura

Acordei com o celular de Marcus tocando. Ele se levantou e foi para a sala atender. Passei as mãos no rosto e olhei para o celular. Era cedo.

Me levantei e fui até a sala para saber quem havia ligado tão cedo para Marcus e ele desligou o telefone.

– Bom dia amor! Bocejou. – Preciso que você faça um favor pra mim. Se esticou.

– Bom dia. Cruzei os braços. – O que?

– O Gustavo precisa de um relatório que está comigo. Eu mesmo faria, mas não estou me sentindo disposto pra sair de casa, então você poderia levar para mim? Me olhou.

– Mas se ele precisa tanto assim, porque não vem buscar? Arqueei a sobrancelha.

– Ele terá algumas reuniões hoje e não consegue vir. Eu mesmo iria, até porque não faço questão nenhuma que você se aproxime dele, devido aos últimos fatos.

– Tudo bem... eu vou me trocar.

– Vou me afastar por um tempo da empresa, enfim... até que eu fique um pouco melhor. Por favor, leve meu notebook e deixe em minha sala? Basta pegar as chaves com a Estefani.

– Ta bom. Sorri ladino e voltei para o quarto.

Tomei um banho e coloquei uma calça jeans, uma blusa de frio, uma bota e um blazer longo, devido a baixa temperatura nesta manhã. Peguei às coisas que Marcus pediu e fui de carro até a empresa.

Devido ao horário, não haviam muitas pessoas trabalhando ainda. Fui até o 8º andar e me dirigi até o escritório de Marcus.

A mesa de Estefani estava vazia e a secretaria de Gustavo ficou me observando intrigada.

– Bom dia? Posso ajudar a senhora? Ela perguntou.

– A secretaria do meu marido. Ela ainda não chegou? Preciso entrar na sala e Marcus disse para pegar a chave com ela.

– A Estefani teve um problema familiar. Um parente morreu. Mas eu posso pegar a chave para você.

Eu arregalei os olhos e engasguei com a própria saliva. Um parente morreu? Será que Estevam está bem? A secretária se levantou e correu até mim, tentando me ajudar.

– A senhora está bem? Precisa de uma água?

– Que parente morreu? Tentei me recompor. – Como ela está? Olhei desesperada para a secretaria.

– Parece que o pai. Ele tinha problemas de vício, mas não sei do que morreu. Disse tranquila.

Respirei fundo e me acalmei ao saber que nada havia ocorrido com Estevam. Mas ele deve estar mal pelo pai, embora não concordasse com o que ele fazia.

– O enterro já foi? Você sabe o cemitério?

– Acho que será essa manhã. Pegou um papel e anotou o endereço. – Será aqui. Me entregou. – Eu queria ir, mas não posso sair daqui.

– Eu vou e presto minhas condolências a ela por você. Passei a mão em seu ombro.

– Obrigada. Ela sorriu ladino. – Vou chamar o Sr Gustavo. Ele está com as chaves do escritório do Sr Marcus.

Saiu de perto e foi até o escritório de Gustavo. Ela entrou e quando saiu, ele veio atrás. Estava numa vestimenta social justa, bem bonito e atraente por sinal.

– Querida Laura! Abriu os braços e veio até mim. – Aconteceu alguma coisa? Você está pálida.

– Eu falei da Estefani para ela. A secretaria se sentou.

– Eu fiquei um pouco abalada com a notícia. Senti uma breve tontura e segurei nos braços de Gustavo para não cair.

– Você não está bem. Traga água Solange! Gustavo passou meu braço por seus ombros e me levou até o escritório de Marcus.

A secretária trouxe água e saiu da sala. Bebi a água e estava tremendo um pouco. Respirei fundo, puxando todo o ar de meus pulmões e os sentidos foram voltando aos poucos.

– Eu estou bem. Coloquei a mão no peito de Gustavo a fim de afasta-lo.

– Certeza? Deu um passo para trás.

– Sim. Tirei a mochila das costas e abri, pegando o notebook de Marcus e colocando sobre a mesa.

– Então vocês voltaram mesmo né?! Cruzou os braços e se virou para a janela.

– Sim. Guardei a mochila no armário depois de pegar os documentos que Marcus pediu para entregar. – Não poderia deixa-lo sozinho nesse momento.

– Mas voltou só por isso, ou o ama de verdade? Me olhou de soslaio.

– Porque eu o amo. Mas se não fosse a doença, eu não teria reatado nosso casamento. Estendi os papeis para ele.

– Entendo. Os pegou. – Diga a ele que aguardo ansioso por seu retorno e que estamos aqui caso precisem. Foi até a porta e eu o acompanhei, saindo primeiro.

– Obrigada Gustavo. O abracei e ele retribuiu, me apertando em seu corpo. – Tchau.

Me virei e me dirigi ao elevador. Coloquei o endereço que a Solange me passou no GPS e me dirigi até o cemitério.

Era enorme e talvez eu não encontrasse eles a tempo de dar os pêsames. Perguntei na recepção, dando as características de Estevam e Estefani, já que não sabia o nome do pai deles e me indicaram o local de um sepultamento que ocorria naquela manhã.

Me dirigi entre as lápides e de longe os avistei. Estavam em três pessoas. Reconheci Estefani e Estevam, mas não sabia quem era a menina que estava abraçada a ele. Deduzo ser alguma parente.

Me aproximei e Estevam me olhou, um tanto quanto surpreso. Estefani estava abaixada no túmulo, com lágrimas escorrendo em seu rosto. Cheguei próximo a eles e me abaixei, abraçando Estefani.

– Eu sinto muito. Sussurrei e beijei sua testa.

– O que a senhora faz aqui? Como soube? Me questionou.

– Eu fui ao escritório e me falaram. A Solange também enviou condolências. Ela queria estar aqui com você. A apertei.

– Obrigada senhora. Apertou os olhos e retribuiu o abraço.

Me soltei dela após alguns instantes e me levantei, olhando para Estevam. A menina ao seu lado me olhou no fundo dos olhos e se afastou dele.

– Eu sinto muito. O abracei, passando os braços por seu ombro.

– Obrigado Laura! Retribuiu o abraço, mas me soltou rapidamente.

Encostei minha testa na sua e o olhei nos olhos.

– Estou disponível caso precise, você sabe disso. Passei as mãos por seu rosto e ele assentiu, se afastando de mim.

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