Capítulo 108

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Cerca de uma hora depois, Gustavo apareceu no quarto e ficou me observando com Gabriela no colo, que já dormia profundamente.

– Vamos pra cama? Sussurrou e Lourdes se levantou, entendendo os braços para pega-la.

– Pode dormir amor, eu ficarei mais um pouco com ela. Sorri ladino e olhei para baixo, observando o sono intenso de Gabriela.

– Amor, ela já esta dormindo... Gustavo sussurrou. – Vamos dormir. Amanhã eu acordo cedo e não consigo dormir se você não estiver lá.

Suspirei e beijei a cabeça de Gabriela entregando-a com cuidado no colo de Lourdes. Saí do quarto, passando por Gustavo e fui para o nosso. Deitei na cama e ouvi quando ele fechou a porta do quarto.

– O que aconteceu com a nossa química na cama? Ele se deitou ao meu lado e me olhou. – Pareceu forçada.

– Mas o que você queria, Gustavo? A Gabriela começa a chorar e você me prende na cama, só porque não gozou ainda. Suspirei e cruzei os braços.

– Então nunca mais vamos transar, porque ela chora de 30 em 30 minutos. Suspirou também e me olhou sério.

– Você quer que eu faça o que? Você que nos quis aqui na sua casa. Eu disse que não era uma boa ideia. Me virei para o canto.

– Laura, também não é assim... Me abraçou por trás. – Foi uma ótima ideia trazê-las para cá. Beijou meu ombro. – Eu só quero mais atenção da minha noiva. Eu sei que você tem uma filha pequena, mas você já passa o dia todo com ela. Minimamente espero que me dê um pouco de atenção na cama quando eu peço... Suspirou.

– Eu darei mais atenção quando Gabriela não for mais tão dependente de mim Gustavo. Suspirei e me virei para ele.

– Ta bom... Me encarou desanimado. – Agora você pode me dar um pouco de atenção?

– Você não disse que precisava dormir pra acordar cedo? Arqueei a sobrancelha e ele veio por cima de mim.

– E eu preciso, mas agora quero outra coisa. Beijou meu pescoço.

Estevam

Não encontrava Ana em lugar algum.

O que me deixava mais tranquilo é que ela saiu com o motorista, então ou está em casa, ou foi para... Chamei um carro de aplicativo e segui para a agência de fotos.

Ana tinha um lugar preferido e por sorte eu sabia qual era.

Quando cheguei na agência, conversei com o segurança, que já me conhecia, e entrei, alegando que queria pegar algumas coisas no camarim. Subi até o terraço e abri a grande porta de vidro, encontrando Ana escorada na mureta, olhando para o parque que tinha em frente ao prédio.

– Ana... Sussurrei e ela olhou para trás assustada, limpando seu rosto com as mãos.

– Como sabia que eu estava aqui? Olhou para baixo.

– Porque eu te conheço melhor que ninguém. Me aproximei.

– Eu não entendo o que você faz aqui... Suspirou.

– Desculpa por hoje. Eu não tinha o direito de ter feito o que fiz.

– Você não precisa se desculpar por nada. Eu sei que você a ama e talvez aquela situação tenha sido difícil para você. Se eu soubesse, não teria te levado lá. Me olhou triste.

– Você não tem culpa de nada, hum? A abracei e passei a mão por seu cabelo, apoiando seu rosto em meu peito.

A ouvi fungar e suspirei. Me despedaçava vê-la daquela forma e a culpa era totalmente minha.

– Nós ainda estamos juntos? Ela levantou os olhos marejados.

– É claro que estamos. A apertei mais e beijei sua testa.

– Eu vou para o NY na próxima semana. Se afastou. – Acho que esse tempinho separados vai ajudar a entendermos um pouco as coisas.

– Vai ficar la por quanto tempo? Olhei aflito.

– Duas semanas no máximo. Olhou para o chão. – Você quer ir falar com meus pais antes ou depois.

– Podemos fazer isso depois. Passei as mãos pela mureta e olhei para o parque. – Desculpe mesmo, minha intenção não era te magoar.

– Está tudo bem. Me abraçou de lado. – O importante é que você decidiu ficar. Me olhou.

– Você quer ir lá pra casa? A olhei e ela negou.

– Acho melhor eu ir para minha casa. Agora meus pais saberão onde eu passo as noites em que não estou lá. Me olhou sem graça.

– Tudo bem. Sorri ladino e me virei para ela, passando as mãos em seu rosto e lhe dando um selinho demorado. – Vamos embora, então. Aqui está frio.

Estendi a mão e ela a pegou, cruzando nossos dedos. Descemos o prédio e a acompanhei até o carro.

– Tchau... Abri a porta para que ela entrasse.

– Tchau amor... Eu te amo. Me olhou aflita nos olhos e me deu um selinho surpresa, pegando forte em minha nuca.

– Eu também te amo. Passei a mão em seu rosto e ela entrou no carro. Fechei a porta e o motorista deu partida.

Resolvi voltar andando para casa e pensar um pouco em tudo o que estava acontecendo. Peguei meu celular e disquei para Cadu.

– Cadu, está tranquilo na arena hoje?

– Está bem de boa, por que?

– Vai lá pra casa e leva algumas coisas?

– Agora?

– Sim. Estou precisando de um amigo e usar alguma coisa.

– Vem pra cá então.

– Estou na rua, sem moto e vestido inadequadamente. Olhei para mim e sorri ladino. – Te espero.

– Beleza. Até mais.

Continuei caminhando por mais alguns minutos até chegar em casa. Tirei o paletó, que não combinava nada comigo e, fiquei aguardando Cadu.

– Mas o que essa mulher tem? Soltou a fumaça. – Mel? Cadu arqueou a sobrancelha.

– Eu não sei. Ela deve ter feito algum feitiço e agora eu to preso. Traguei o cigarro. – Eu tenho medo de ficar preso a ela pra sempre, sabe? E não conseguir mais ser feliz.

– Você tem uma puta mulher ao seu lado e fica pensando em mulher dos outros. Ai é foda né Estevam. Negou com a cabeça.

– Ela era de outro. Olhei para ele. – Ela se separou e não me procurou.

– Se ela não te procurou, é porque não quer nada com você.

– Você não viu a forma como ela me beijou, tão desesperada quanto eu. Passei as mãos no rosto.

– Você traiu sua mina? Perguntou indignado e eu assenti com a cabeça, soltando um longo suspiro.

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