Capítulo 90

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– Não se exalte! Você está grávida. Se levantou tentando me segurar, mas eu desviei de suas mãos.

– Agora você pensa nisso, né cretino? Eu fiquei ao seu lado Marcus, eu aguentei suas grosserias, tudo isso porque você estava doente. Eu tentei recuperar nosso amor e é isso que recebo em troca? Indaguei.

– Laura, pelo bem da Gabriela, não se exalte! Eu não suportaria te ver perder mais um bebê. Se afastou e sentou na cama novamente. Apertei meu cenho e olhei para baixo, respirando fundo.

– Acho que você não será covarde o suficiente para não me dar o divórcio, não é mesmo? Elevei meus olhos e o olhei.

– Isso não seria uma questão de covardia e sim de que se somos casados, assim devemos permanecer até o fim de nossas vidas.

– Você ouve o que fala? Suspirei e peguei uma das malas que estavam com as minhas roupas. – O bom de não as ter desfeito, é que já levo assim para minha casa.

– Você não vai embora. Se levantou rapidamente e se pôs em minha frente.

– Me deixa sair Marcus!!! Dei alguns murros em seu peito e ele segurou meus braços com firmeza.

– PARE COM ISSO! Gritou. – Você não vai embora.

– Eu vou sim e se você não me deixar sair eu vou chamar a polícia. Me soltei dele.

Ele respirou fundo e me deu passagem. Peguei trêmula meu celular e a mala e andei o mais rápido que pude até a porta, saindo depressa.

Eu não tinha forças para chamar um carro de aplicativo, eu estava tremendo demais para isso, então a única solução foi chamar um contato conhecido. Liguei para Gustavo enquanto descia o prédio pelo elevador e o mesmo viria me buscar.

Eu fiquei esperando por pouco menos de 10 minutos na portaria do prédio quando seu carro parou de forma brusca na rua e ele saiu correndo, vindo até mim.

– Você está bem? Ele te fez alguma coisa? Me avaliou tocando meu corpo em busca de algum ferimento.

– Não... Disse com a voz embargada. – Eu estou bem... O olhei com lágrimas nos olhos e o abracei.

– Eu vou acabar com ele por ter te assustado dessa forma, ainda mais na condição em que está. Passou a mão em meu cabelo.

– Eu achei que ele não me deixaria sair. Respirei fundo, tentando recuperar o fôlego.

– Vamos sair daqui... Ele abriu a porta do carro para mim e eu entrei. Também recolheu minha mala e colocou no porta malas, entrando em seguida.

– Me leve para meu antigo apartamento, por favor... Passei a mão na barriga, tentando acalmar Gabriela que se remexia a todo vapor.

– De jeito nenhum! Vou te levar para minha casa. Não sou louco de te deixar sozinha nesse estado. Colocou seu cinto e puxou o meu com cuidado, encaixando-o em seguida.

Gustavo deu partida no carro e saiu depressa.

Fui chorosa por todo o caminho, lembrando de Marcus dizendo que seria pai de outro filho. Ele realmente conseguiu acabar com todo o sentimento que eu tinha por ele e agora a morte era pouco para tudo o que tinha feito.

Quando o carro parou, pude ver um grande hotel luxuoso em minha frente. A porta foi aberta por um manobrista e nós saímos do carro.

– Por quê estamos aqui? Olhei para ele.

– Eu moro aqui. Estendeu a mão e eu a peguei, me deixando levar por ele.

– Sr. Gustavo... Gostaria de mais um quarto? Um empregado do hotel me olhou.

– Não é necessário, apenas leve a bagagem que está em meu carro para minha suíte. O empregado assentiu e saiu.

Fomos até o elevador que nos levou até o andar de Gustavo. Ele me deu passagem no elevador e eu saí primeiro, observando poucas portas no andar.

Ele abriu uma delas e me deu passagem novamente. Entrei e olhei tudo ao redor. Era muito luxuoso e parecia ter sido pensado para ele. Não era um suíte qualquer, era um flat com cômodos muito bem divididos e um mini bar.

– É tudo muito bonito, mas eu não posso ficar aqui te atazanando. Olhei sem graça para ele.

– Não está. É até bom que me faça companhia. Me sinto muito sozinho. Fechou a porta e me olhou. – Está mais calma? Quer uma água?

– Por favor... Assenti me sentando no sofá.

– Aqui... Gustavo trouxe um copo com água e se sentou ao meu lado. – Agora me conte o que houve.

– Marcus ficou com uma mulher quando nos separamos e vai ter outro filho além desse aqui. Passei a mão na barriga e bebi a água, observando Gustavo por cima do copo.

– Filho da puta. Sorriu sínico, encostando no sofá. – E o que você pretende fazer? Me olhou.

– Pedir o divórcio! Mas tenho certeza que Marcus o negará. Lhe entreguei o copo.

– Não se preocupe com isso! Tenho um dos melhores advogados da cidade na empresa, trabalhando para mim. Te ajudo com isso. Piscou pegando o copo e se levantou.

– Mas você não é amigo de Marcus? E ele ser sócio da empresa não atrapalha tudo? Franzi o cenho.

– Uma coisa não tem nada a ver com a outra Laura. Ele ser meu amigo e sócio da empresa não muda o que fez com você. Ele pode ser um ótimo profissional, mas foi um péssimo marido. Passou a mão por minha barriga.

– Eu agradeço muito por tudo Gustavo. Sorri forçado e passei a mão por cima da sua. – Se não se importa, eu vou para minha casa. Me levantei e ele me puxou pelo braço.

– Não, combinamos de ficar aqui. Se você quiser ir, tudo bem... mas eu gostaria muito que ficasse. Me olhou nos olhos.

– Mas eu nem tenho onde dormir. Ri. – E desculpe, mas não tenho dinheiro para pagar um quarto nesse hotel. Está muito acima dos meus padrões.

– Você vai dormir ali. Apontou para sua cama.

– E você? Arqueei a sobrancelha e me sentei novamente.

– Eu me viro, não se preocupe com isso. Sorriu ladino. – Fiquei feliz de você ter me procurado quando precisou de ajuda.

– Eu sabia que você me ajudaria e agradeço muito por isso. Sorri pegando em sua mão e a apertando.

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