Capítulo 113

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Laura

Algumas semanas se passaram e então eu voltei para o apartamento sem Gustavo, para que a obra em sua casa iniciasse.

Lourdes ficaria conosco durante o dia e a noite eu cuidaria de Gabriela sozinha, já que não havia muito espaço no apartamento para nós três.

Gustavo pediu para que eu fosse a empresa, pois ele precisava conversar comigo e então me arrumei e aguardei a chegada de Lourdes para cuidar da Gabi. Eu já havia iniciado a introdução de alguns alimentos na rotina dela, pois já estava prestes a completar seis meses e eu não estava produzindo mais tanto leite quanto gostaria.

– Eu precisarei ir a empresa agora pela manhã, mas acho que não demoro muito. Você consegue levar ela a tarde para ver o pai?

– Claro, mas a senhora não vai junto como sempre? Balançou Gabriela.

– Não, hoje não quero ver a cara de Marcus e acredito que ele já tenha se acostumado com a sua presença. Eu preciso adiantar algumas coisas do aluguel da agência também.

– Pode deixar, eu a levo. Se precisar de algo eu ligo. Sorriu.

Beijei a testa de Gabriela e saí. Pedi um taxi e me dirigi para a empresa de Gustavo. Eu resolvi me afastar da agência por hora, pois queria me dedicar à Gabriela. Como a data do casamento também ficava cada vez mais próxima, eu teria que me desdobrar em 3 se continuasse trabalhando.

Nesta situação, ficar com um lugar que eu não utilizo, parado, seria besteira. Então resolvi aluga-lo e tirar uma renda disso.

Cheguei na empresa e fui até o andar de Gustavo. Eu estava ansiosa para saber o que ele tinha para me dizer, pois foi super discreto por telefone.

– Poderia dizer ao Gustavo que estou aqui? Solicitei a secretária, que de imediato fez o que pedi.

Olhei para a porta do escritório de Marcus e percebi que Estefani me encarava. Fiz um gesto de cumprimento e me virei ao ouvir a voz de Gustavo.

– Vem amor. Me deu passagem e eu entrei no escritório, quando ele trancou a porta atrás de mim.

– O que era tão importante que não poderia ter sido dito em telefone? Apoiei o corpo na mesa e deixei a bolsa sobre a cadeira.

– Uma ótima notícia. Sorriu de orelha a orelha e desabotoou o botão que fechava seu paletó.

– Então diga logo. Estou ansiosa para saber o que é! Olhei aflita para ele.

– Você está oficialmente divorciada e pode se casar comigo. Se aproximou e me puxou pela cintura, me abraçando forte.

– Não acredito Gustavo! O abracei de volta, sorrindo de felicidade.

– Acredite, você está! Beijou meu ombro. – O advogado veio aqui esta manhã e me disse tudo. Ele te esperará no escritório dele, para acertar as condições, mas já está tudo certo! Apertou meu corpo no seu.

– Eu não acredito de verdade! Achei que isso demoraria mais para acontecer. Sorri e segurei em seu queixo, lhe dando um selinho demorado.

– Como estão os preparativos? Sorriu e apoiou meu corpo na mesa novamente. – Eu não vejo a hora. Beijou meu pescoço.

– Coloquei meu escritório para alugar, e já estou vendo as passagens e o local para locação onde faremos a festa. Sorri.

– Ótimo! Subiu sua mão por dentro de meu vestido e pegou em minha perna, apoiando em sua cintura.

– O que está fazendo? Segurei em sua mão.

– Estou com saudade. Me olhou sério nos olhos.

– Mas aqui? Você é louco? Comecei a rir.

– O que tem? Apertou minha bunda. – A empresa é minha.

– Não Gustavo, aqui não. O afastei e ajeitei minha roupa. – Por que não saímos pra jantar e damos uma passada lá no hotel mais tarde? Ajeitei seu paletó e ele sorriu.

– Perfeito! Eu te pego às 19h. Beijou minha testa.

Segurei em seu queixo e lhe dei um selinho demorado.

– Estarei pronta. Pisquei e ele mordeu os lábios.

Abri a porta e saí da sala. Chamei e um carro de aplicativo e voltei para casa. Eu nem poderia acreditar que estava divorciada. Eu estava tão feliz com isso que resolvi caminhar no parque, para extravasar a alegria.

– Não volte tarde. Eu estarei aqui no parque por agora, mas depois irei para casa. Abri a porta do carro para Lourdes entrar com a cadeirinha da Gabi.

– Pode deixar. Estarei aqui antes das 18h. Sorriu e eu beijei a testa da Gabi.

– Às 19h Gustavo virá me buscar, pois jantaremos juntos. Então por favor, não se atrase. Se precisar de qualquer coisa, não hesite em me ligar. Sorri e fechei a porta.

Enquanto o carro partia, eu as acompanhava com o olhar e acenava. Lourdes se tornou uma grande companheira para mim e para Gabriela. Confiava minha filha apenas a ela e sabia que ela cuidaria como se fosse a própria mãe.

Coloquei os fones de ouvido e atravessei a rua, indo para o parque. Comecei a caminhar devagar enquanto pensava em todas as coisas que ainda tinha que fazer.

Buffet, local, convites, vestido, lua de mel... era tanta coisa para organizar que eu torcia para aparecer alguém e perguntar se eu precisava de ajuda.

Acelerei os os passos e comecei a correr devagar. Ainda tinha medo de pisar em falso por conta do tornozelo então estava pegando leve. Precisava me manter em forma para o casamento e fazia tanto tempo que eu não me exercitava que eu nem me reconhecia mais no espelho.

– Oi... Ouvi uma voz de fundo e retirei rapidamente os fones, olhando para o lado.

– Oi? Olhei intrigada para Estevam que corria junto comigo. Parei abruptamente e o olhei, respirando fundo.

– Vem, continue! Estava indo muito bem. Ele parou por um instante, mas voltou a correr.

Arqueei a sobrancelha e voltei a correr também, o alcançando e indo ao seu lado. Demos uma volta pela pista de corrida do parque em silêncio, quando ele desviou para a grama e parou devagar.

O acompanhei e parei ao seu lado, respirando ofegante. Sentei na grama e estiquei as pernas, apoiando as mãos para atrás do corpo e olhando para cima.

Estevam tirou a camiseta e a jogou por cima do ombro, se virando de costas para mim e observando o grande lago que havia no centro do parque. Ele também respirava ofegante e eu podia observar os pingos de suor escorrerem por sua pele.

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