Capítulo 101

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Acordei pela manhã e Gabriela dormia tranquilamente ao meu lado. Gustavo não estava na cama e eu estava toda dolorida pela forma como dormi ao lado dela – toda desengonçada.

Se Gustavo tinha plena certeza que queria nós duas aqui, acredito que depois dessa noite ele mudou de ideia.

Me sentei devagar e Gabriela abriu os olhos, passando a mãozinha em seu rosto enquanto murmurava.

A peguei no colo e me levantei, indo até seu quarto. Ela estava com a fralda cheia, então resolvi dar um banho na mocinha.

– Bom dia... Gustavo me abraçou por trás e beijou meu ombro, enquanto eu ensaboava Gabriela.

– Bom dia! Sorri ladino e olhei para ele, que estava todo suado e sem camisa. – Onde estava?

– Correndo. Faço isso todos os dias de manhã. Foi até a pia e molhou seu rosto.

– Eu morro de saudades de correr. Sorri ao lembrar das minhas caminhadas matinais. Tirei Gabriela da banheira e a enrolei na toalha.

– Quando você puder e se quiser, pode ir comigo. Secou o rosto e sorriu.

– E você vai assim? Só de bermuda? Arqueei a sobrancelha.

– Sim, algum problema? Olhou para seu corpo. – Você é ciumenta? Começou a rir.

– Hahaha engraçadinho. Saí do banheiro e fui para o quarto.

– Daqui a pouco as babás estarão aqui para que você escolha com qual quer ficar.

– Mas já? Passei pomada na Gabriela e coloquei uma fralda limpa.

– Sim... Parou ao meu lado e ficou a observando. – E você? Cutucou a barriguinha dela. – Menina chorona do papai.

– Deixa Marcus ouvir isso. Comecei a rir.

– Eu não estou nem aí pra ele! Pegou Gabriela no colo e saiu andando. – Você vai me chamar de pai primeiro, não é? Brincou com ela enquanto eu ia atrás.

– Me deixa colocar uma roupa nela primeiro. Ri tentando pega-la.

Ele me devolveu a bebê e eu voltei para o quarto, colocando uma roupinha quente na mesma. Fui para o quarto de Gustavo e ele estava tomando banho. Havia uma bandeja de café da manhã sobre a cama então comecei a comer enquanto trocava de roupa.

– Você não está com sono? Arqueei a sobrancelha observando Gustavo se vestir formalmente.

– Um pouco, mas nada que me atrapalhe no trabalho. Me olhou ajeitando a gravata e pegando um pão de queijo.

– Ainda da tempo de nos mandar pra casa. Sorri e ele se aproximou, passando a mão em meu rosto.

– Aqui é sua casa agora. Se abaixou e me deu selinho. A campainha tocou e ele pegou Gabriela no colo. – Vamos! As babás chegaram.

Me levantei e o acompanhei. Gustavo tinha uma pessoa que vinha todos os dias limpar a casa e fazer comida e que abriu a porta para as mulheres entrarem.

Ele se sentou no sofá e me olhou, me dando aval para conversar com elas, mas eu apenas me sentei ao seu lado o observei.

– Bom... meu nome é Gustavo, essa aqui é a Laura e essa pequena é a Gabi. Precisamos de alguém responsável, experiente e que possa morar aqui na casa conosco. Essa pessoa terá horários fixos de trabalho, mas deverá morar aqui, caso precise fazer horas extras. Aos fins de semana, poderá ir para casa. A Laura conversará com vocês e ficará com quem mais lhe agradar. Me entregou a Gabi. – Vou trabalhar. Me deu um selinho e se levantou, saindo da sala.

Eram 5 mulheres e passei a manhã toda conversando com as elas até decidir ficar com a terceira.

Lourdes era um mulher de 50 anos e tinha ótimas referências como babá. Seus filhos já eram adultos e ela era viúva, me informando ter disponibilidade total para morar conosco e acompanhar Gabi nos seus primeiros meses de vida. Além da segurança, Lourdes parecia ter boa índole e lembrava muito minha mãe quando tinha essa idade.

– Pode vir na semana que vem. Ajeite suas coisas, sua vida e venha. Sorri a abraçando.

– Obrigada senhora! Nos vemos semana que vem. Pegou na mãozinha da Gabi. – Tchau florzinha.

Estevam

– Confesso que eu preferia ter ficado na cama com você. Sussurrei no ouvido de Ana e nos sentamos nas cadeiras da primeira fileira rente ao palco.

– Isso é importante e aqui podemos pegar vários contatos. Olhou atentamente pelo ambiente enquanto as pessoas iam chegando e se sentando.

– Mas você não preferia que eu estivesse com a boca na sua vagina agora? Mordi o lóbulo de sua orelha e ela apertou minha perna, rindo discretamente.

– Eu prefiro que você use sua boca para outra coisa agora. Como por exemplo, comentar sobre o desfile. Me olhou nos olhos e me deu um selinho rápido.

– Mais tarde você vai se ver comigo. Mordi os lábios e me endireitei na cadeira, olhando ao redor.

A dona da marca subiu ao palco e se apresentou, informando os propósitos do desfile. Logo os modelos começaram a entrar e os flashes, a rebaterem em nossos rostos.

– Eu vou ao banheiro. Sussurrei no ouvido de Ana e ela assentiu. – Você não quer vir comigo? Falei malicioso e ela me olhou com reprovação.

Ri sozinho e me levantei, saindo de fininho entre as pessoas que ali estavam. Caminhei pelos corredores da grande construção e observei as placas indicativas, até encontrar o banheiro.

Entrei e fui até o espelho, me observando atentamente. Fui até uma das cabines e a tranquei. Enquanto estava urinando, ouvi alguns bates na porta.

– Faxineira! Uma voz feminina gritou do outro lado.

– Só um instante! Retruquei e me limpei, arrumando minha roupa e dando descarga em seguida. – Pode entrar.

Me aproximei da pia e passei sabão nas mãos, esfregando-as antes de lavar com água. A mulher abriu a porta e entrou com o carrinho dentro do banheiro.

– Bom dia! Falou de cabeça baixa.

– Bom dia. Sorri e peguei papel para secar as mãos.

Quando me virei para a porta, a mulher levantou o rosto e eu quase caí duro para trás. Ela arregalou os olhos e eu também, levando a mão a boca, que não conseguia fechar devido ao baque.

Apertei a sobrancelha e meus olhos se encheram de lágrimas.

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