– Você está séria desde que eu cheguei. Gustavo disse retirando os pratos do balcão e colocando no carrinho em que vieram.
– Por que você acha? O olhei séria e me levantei.
– Porque eu briguei com Marcus? Era melhor que ele descontasse em mim do que em você.
– Eu sei que você quer ajudar, mas tem coisas que eu preciso resolver sozinha. Cruzei os braços.
– Laura, você não viu o estado que ele estava. Abriu a porta e colocou o carrinho para fora, fechando-a em seguida. – Ele poderia literalmente te bater. Desabotoou sua camisa.
– Ele não faria isso, ainda mais comigo grávida. Me sentei no sofá.
– Eu não sei... Nunca o vi daquela forma. Foi até o frigobar e pegou algumas pedras de gelo, enrolando em um pano e colocando no rosto.
– Está doendo muito? Passei a mão na barriga.
– Não muito. Colocou a outra mão na cintura e ficou me observando.
– Vem cá! O chamei e ele se aproximou, sentando no sofá.
Peguei em sua mão e a apoiei na lateral de minha barriga, fazendo-o sentir os chutes de Gabriela. Ele me olhou surpreso e esticou mais os dedos para sentir melhor.
– O que é isso? Falou com uma feição surpresa.
– É a Gabi chutando. Sorri e movi sua mão seguindo os chutes.
– Ela será uma bela jogadora de futebol. Riu rouco.
– Será mesmo. Agora vai tomar um banho, tirar esse sangue seco, para irmos dormir. Passei a mão por seu braço.
– Você falando assim, parece até que durmo com você. Se levantou e foi para o banheiro dando risada. Sorri em negativa e me levantei também.
Fiz uma breve ligação para meu pai, que estava preocupado comigo devido a procura insistente de Marcus. Como meu pai sempre apoia ele em tudo, decidi apenas dizer que estava bem e que não precisava se preocupar, pois se a conversa se estendesse, ele com certeza pediria que eu voltasse para casa.
Meus pés estavam começando a inchar e eu já não podia ficar mais tanto tempo em pé. Me deitei na cama e liguei o ar condicionado. Estava um pouco quente esta noite e acho que isso estava contribuindo para todo meu inchaço.
Brinquei com o controle do ar condicionado, enquanto pensava na vida. Como será que Estevam estava? Não tive mais notícias dele, tampouco postava coisas na rede social, o que dificultava o acompanhamento de sua rotina.
– No que está pensando? Gustavo perguntou secando seu rosto delicadamente devido aos machucados.
– Em nada. Olhei para ele.
Gustavo era tão bonito. Ele tinha uma pele levemente bronzeada, era alto e forte, com o corpo bem definido (de ver até gominhos em seu abdômen). Seu cabelo era liso e preto e ele conseguia deixa-lo de um jeito despojado, que não tirava nem um pouco de sua seriedade.
– Seus pés estão inchados em... Gustavo se sentou na ponta da cama e olhou para eles.
– Um pouco. Passei um dos pés por seu peito. Percebendo o grau de intimidade que esse movimento poderia causar, o recolhi rapidamente.
– Deixe-me fazer uma massagem? Pegou em meu pé e o apertou devagar.
– Você que está precisando de uma. Está tenso... Olhei seus ombros um pouco retraídos.
– Estou bem... Sorriu massageando meu pé e como aquilo era bom.
– Isso é muito bom! Fechei os olhos e relaxei as pernas.
Ele continuou massageando meu pé e depois trocou para o outro. Suas mãos subiram por minhas pernas e eu senti cócegas, as encolhendo e soltando um riso.
– Vou deitar no meu lugar, você deve estar com sono e cansada. Abri os olhos e ele se levantou.
– Gustavo... Desviei o olhar. – Pode deitar aqui. Passei a mão pela cama.
– Tem certeza? Arqueou a sobrancelha.
– Sim, a cama é muito grande e eu estou incomodada com você no sofá. Já que você insiste que eu fique aqui, pelo menos não fique tão desconfortável. Fui para o lado e puxei o lençol.
– Ta bom... Deu de ombros e apagou as luzes.
Senti a cama afundar ao meu lado e me virei para o canto, ofertando um pouco de lençol para ele.
Gustavo se cobriu e ficou quieto. Ouvi um longo suspiro e ele me cutucou, me fazendo virar o rosto.
– O que foi? Perguntei.
– Vira pra mim, é melhor... Pigarreou.
– Por que? Virei de barriga para cima.
– Você ainda pergunta? Ligou o abajur e me olhou.
– Eu não consigo dormir de barriga pra cima. O tamanho da barriga me deixa com falta de ar.
– Eu posso te abraçar? Desviou o olhar. – Eu durmo abraçado com travesseiro. Riu sem graça.
– Isso é muito engraçado. Comecei a rir. – E estanho. Me virei para o canto novamente.
– Por que estranho?! Apagou o abajur e me puxou para perto dele, me abraçando.
– Porque você é comprometido. Fechei os olhos.
– Você também. Colocou meu cabelo para trás e beijou meu pescoço.
– Gustavo... Me arrepiei e encolhi o pescoço.
– Deixa eu perguntar... Aquele dia, você gostou de ficar comigo? Abaixou a alça de minha camisola e beijou meu ombro.
– Claro. Você acha que se eu não tivesse gostado a gente se falaria ainda. Ri.
– Você é muito maldosa. Falou rouco e passou a mão por minha coxa, colocando-a por dentro da camisola.
– Gustavo... Suspirei e segurei em sua mão.
– Eu não consigo Laura! Apertou minha perna. – Eu quero te ter novamente, por completo. Beijou minha nuca.
– Não devemos. Sussurrei.
– Não me faça enfiar a mão na sua calcinha novamente pra te fazer mudar de ideia. Eu sei que você e Marcus quase não transavam, ele me disse e se ele não quer, eu quero.
– Agora eu penso que você está utilizando da minha carência para se beneficiar. Olhei de canto para ele.
– Talvez eu esteja. Virou meu rosto para ele e mordeu meu lábio, passando a língua por ele em seguida. – Eu estou precisando muito de você, Laura.
Olhei para seus lábios e puxei seu rosto para mim. Se ele utilizou da minha carência para se beneficiar, ele conseguiu, pois agora eu o queria mais que tudo.
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Amante
Roman d'amourLaura, uma mulher de 32 anos, é uma empresária bem-sucedida no setor de turismo. Sua paixão por viajar e criar roteiros únicos a levou a abrir sua própria agência de viagens, onde ela se esforça para proporcionar experiências inesquecíveis aos seus...