Capítulo 97

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– Que pontual! Ana sorriu pegando o capacete e colocando na cabeça. – Cadê suas coisas? Subiu atrás de mim.

– Estão no baú. Fechei a viseira e esperei que ela me abraçasse para partir com a moto.

– Eu te mandei o endereço por mensagem, você viu? Falou um pouco alto devido ao barulho da moto.

– Sim! Respondi alto e segui a estrada, de acordo com as coordenadas que já havia pesquisado.

Após cerca de uma hora pilotando, chegamos na pousada que Ana havia indicado. Ela ficava de frente para o mar e parecia ser bem aconchegante.

Peguei minhas coisas no baú da moto, enquanto ela liberava nossa entrada. Esse definitivamente não era um bom lugar para falar sobre o que eu precisava falar com ela.

– Você está com fome? Ela perguntou abrindo sua mochila em cima da pequena mesa que tinha no quarto.

– Não e você? Tirei meu tênis e me sentei na cama.

– Também não. Vamos dar uma volta na praia? Me olhou sugestiva e foi até a sacada, abrindo a cortina. – Tcharammm!

Me levantei e fui até ela, olhando para fora. Nosso quarto era no térreo e a varanda dava diretamente na areia.

– Vamos... Sorri ladino e ela abriu a porta de vidro, saindo na frente.

Saí atrás e pisei na areia, sentindo-a seca e ao mesmo tempo refrescante. Ana saiu correndo na frente com os braços abertos e os cabelos esvoaçando, devido ao vento.

Coloquei as mãos nos bolsos da calça e caminhei lentamente atrás dela, com um sorriso bobo no rosto. Ela se virou de frente para mim, mas continuou a caminhar de costas. Agora seu cabelo cobria seu rosto e ela ria sem parar.

Corri até ela, que voltou a correr também. Quando a alcancei, a agarrei pela cintura e a girei no ar, ouvindo seu riso contagiante.

– Eu estou ficando tonta. Deu alguns tapinhas em meu braço e eu a coloquei no chão, a soltando em seguida.

– Você é muito fraquinha. Ri quando ela começou a cambalear na areia e cair de bunda. – Vem! Estendi a mão e ela a pegou, se levantando.

– Eu te amo! Me olhou nos olhos e apoiou as mãos em meus ombros.

– Eu também, princesa. Sorri ladino colocando o cabelo dela atras da orelha e lhe dei um selinho demorado.

Voltamos para o quarto caminhando sobre a margem do mar e molhando os pés com as ondas que se quebravam próximo de nós. Ana segurou forte em minha mão e entrelaçou nossos dedos.

Quando entramos no quarto, eu entrei no banho e ela foi olhar a agenda da próxima semana que recebemos por e-mail. Logo que saí, ela entrou e eu fiquei assistindo TV, sentado na cama.

Ela saiu do banheiro, já vestida seu pijama e, passando creme nos braços, me olhando de forma enigmática.

– O que você queria dizer? Se aproximou ficando entre minhas pernas.

– Como assim? Arqueei a sobrancelha, me fazendo de desentendido.

– Mais cedo... você disse que precisa falar comigo. Me olhou no olhos e apoiou as mãos em meu ombro.

– Talvez essa não seja uma boa hora, nem um bom lugar. Suspirei.

– Agora fiquei preocupada... Se afastou e eu a puxei de volta.

– É sobre a Laura. Apertei seu pulso.

– O-o que? Vocês... Mudou seu semblante.

– Não, não aconteceu nada. Me defendi. – Fiquei sabendo que ela se separou do marido. Falei um tanto quanto baixo.

– Por que você não me disse antes? Me olhou com os olhos marejados e tentou se afastar novamente.

– Ei... A puxei, deitando-a na cama. – Por que está chorando? Passei a mão em seu rosto, limpando a lágrima que escorreu.

– Eu quero ir embora... Fungou.

– Ana, você não me deixou terminar de falar. Suspirei.

– O que? Que quer um tempo, pra pensar em tudo e que acha melhor terminarmos? Me olhou nos olhos.

– Não... Que mesmo depois disso eu escolhi ficar com você. Passei meu nariz pelo seu.

– Você tá falando sério? Limpou suas lágrimas.

– É claro! Por que eu brincaria com algo assim? Arqueei a sobrancelha e ela me abraçou forte. Passei as mãos por suas costas e retribuí o abraço, beijando seu ombro em seguida.

– Você gosta tanto dela, por que agora que tem a oportunidade de ficar com ela, quer ficar comigo? Continuou me encarando.

– Porque você me faz ser uma pessoa melhor. Sorri ladino.

– Essa é nossa primeira viagem juntos e sozinhos, e essa foi a melhor coisa que você já me disse nesses quase 8 meses. Sorriu e me beijou na bochecha.

– Só queria saber quando que poderemos ficar sem ser escondido. Passei a mão por seu pescoço e coloquei seu cabelo para trás, segurando sua nuca.

– Não é segredo pra ninguém que a gente fica. Arqueou a sobrancelha.

– Para seus pais é. Ou eles sabem que a filhinha deles tá num quarto de hotel sozinha com um cara todo tatuado? Beijei seu pescoço.

– Não sabem e se souberem, matam nos dois. Riu encaixando as pernas em minha cintura.

– Pois é! E eu não quero morrer. Chupei levemente sua pele a fazendo se afastar.

– Não deixe marcas Estevam! Me repreendeu.

– Só uma marquinha. Fiz bico e ela riu.

– Nenhuma!!! Me deu alguns murrinhos de leve no peito.

– Nem num lugar que ninguém veria? Arqueei a sobrancelha.

– Não existe esse lugar. Riu mais alto.

– Existe sim e esse nem você vê, só eu mesmo. Pressionei minha intimidade na sua.

– Cafajeste! Me deu um selinho.

– Só com você, minha princesa. Passei meu nariz pelo dela. – O que você inventou para seus pais, para estar aqui?

– Disse que teria umas fotos nesse hotel. Sorriu sem graça. – E como eu ganhei a hospedagem num sorteio do Instagram, eles nem desconfiariam.

– A filha perfeita mentindo dessa forma, só pra ficar sozinha com o namorado marginal. Ri apertando seu corpo no meu.

– Você não é marginal. Passou a mão em meu rosto.

– Sua mãe disse que sou. Olhei sugestivo para ela.

– Minha mãe não é referência. Todo mundo que tem tatuagem é marginal pra ela. Revirou os olhos.

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