Capítulo 42

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Após entregarem nosso café da manhã no quarto, comemos juntos e Marcus foi tomar banho.

– O que vamos fazer hoje? O olhei pelo box, sentada na beira da jacuzzi.

– Tenho reunião até a hora do almoço. Se você quiser fazer algo sozinha, fique a vontade.

– Posso andar na cidade? Questionei olhando pela janela.

– Pode. Só não vá muito longe e leve o celular.

– Pra você me rastrear? Ergui a sobrancelha o olhando enquanto se secava.

– Você não está presa aqui. Se quiser vamos embora! Foi para o quarto e eu fui atrás.

– Eu não quero ir embora, quero que você tire o que colocou no meu celular. Ele se virou para mim e me prensou na parede.

– Laura, eu já estou perdendo a paciência com suas manhas. Falou irritado. – Você não pode só aceitar tudo? Me soltou.

– Não, eu não sou um brinquedo que você manda e desmanda quando bem entende.

– A gente não veio pra cá para tentar recuperar nossa relação? Isso não vai acontecer se você questionar tudo simplesmente porque não está satisfeita. Se vestiu. – Um casamento é uma relação de troca, nem tudo que eu faço irá te agradar e vice e versa. Pegou meu celular e mexeu em alguma coisa.

– O que está fazendo? Ergui os olhos.

– Tirando o rastreador do seu celular. Não era isso que você queria? Me devolveu.

Ele foi para a mesa e abriu seu notebook. Me deitei na cama e coloquei meus fones de ouvido. Tinha perdido a vontade de sair e então ficaria esperando ele terminar os compromissos para sairmos juntos.

Estava andando por um jardim e tinha uma casinha pequena, com algumas pessoas na porta. Entrei e todos me olharam apreensivos. Tinha um caixão no meio da sala e algumas pessoas choravam. Me aproximei receosa e vi que era um homem. Quando olhei para dentro do caixão, Marcus estava lá, pálido e com pedaços de algodão no nariz.

– Laura acorda! Amor!!! Ouvi uma voz de fundo e dei um pulo na cama, arregalando os olhos e olhando para Marcus.

Passei as mãos por seu rosto, me certificando que ele realmente estava ali e ele segurou em meus braços, me olhando preocupado.

– Você teve um pesadelo, calma! Me abraçou. – Estava se remexendo aqui na cama. Afagou meus cabelos e eu o abracei forte, o apertando.

– Você tinha morrido. Passei a mão por seu rosto o olhando atentamente. – Eu te amo. Respirei ofegante.

– Amor eu também te amo, mas estou vivo. Pegou forte em minha mão. – Eu estou aqui! Se acalme. Levantou e foi até a mesa, voltando com um copo de água. – Toma isso aqui.

Peguei o copo e tomei toda a água de uma vez, quase engasgando. Respirei fundo e passei as mãos no rosto e me deitei novamente.

– Foi horrível. Disse negando com a cabeça.

– Você nunca disse que me ama dessa forma. Se sentou na cama sorrindo pra mim.

– Mas eu amo. Balbuciei e dei um tapa em seu braço.

Marcus se abaixou e abraçou meu quadril, apoiando a cabeça em minha barriga.

– Eu também amo vocês. Beijou minha barriga e eu passei a mão em seu cabelo, o acariciando devagar. – Vamos almoçar? Me olhou.

– Já? Ergui a sobrancelha olhando para o meu celular. – Estou dormindo muito.

– Acho que é normal e daqui pra frente será assim. Se levantou e estendeu sua mão.

Me levantei também e coloquei um casaco quente, pois certamente lá fora estava frio. Descemos para o restaurante e almoçamos quietos.

Marcus estava no celular resolvendo alguma coisa da empresa e eu observava atentamente o ambiente. Suspirei e olhei pra ele, mexendo os dedos ansiosa em cima da mesa.

– Tudo bem? Marcus ergueu os olhos.

– Sim. Sorri forçado e voltei a bater os dedos. Ele pegou em minha mão e guardou o celular.

– Vamos passear? Sorriu se levantando.

– Finalmente... Suspirei e me levantei.

Saímos do hotel e nos direcionamos para a rua. Ele pegou em minha mão e entrelaçou nossos dedos.

Entramos em uma rua de comércio e olhamos algumas lojas. Entrei em uma que vendia chocolates e comprei alguns para presentear meu pai, que era uma verdadeira formiga.

– Temos que falar sobre a gravidez. O olhei. – Para a família. Disse enquanto passava a mão em algumas blusas de tricô.

– Você pode chamar seu pai para ir almoçar lá em casa quando voltarmos. Suspirou e voltou a andar. Fui atrás dele e segurei em seu braço.

– Seus pais também são nossa família. O olhei.

– Eles não se importam com isso. Podemos enviar uma carta e está tudo certo. Olhou alguns chaveiros.

– Talvez esse bebê não venha apenas para nos reaproximar, mas também reaproximar você da sua família.

– Eu não tenho interesse. Se você quiser, pode chama-los, mas me fale o dia para que eu não esteja em casa.

Suspirei e o acompanhei enquanto caminhava. Quando Marcus colocava algo na cabeça, dificilmente conseguia fazê-lo mudar de opinião.

Os pais de Marcus nunca foram muito próximos de nós, mas ainda tínhamos algum contato antes do casamento. Isso acabou depois do nosso noivado. O pai dele disse algumas coisas depois de ter bebido um pouco e Marcus considerou isso desrespeitoso, tudo piorou quando eles não foram em nosso casamento. Marcus cortou relações com o pai e quase nunca fala com a mãe.

Demos mais algumas voltas nas lojas e voltamos para o hotel.

– Vamos dar uma volta na neve amanhã? Vi que tem um teleférico naquela montanha.

– Pode ser. Marcus sorriu ladino, entrando no quarto.

– Quando que eu de fato vou começar a trabalhar na empresa? Olhei para Marcus.

– Como assim? Você já trabalha. Já assinou o contrato.

– Mas eu não recebi nenhum pedido, nem solicitação até agora.

– Não é sempre que alguém viaja, mas quando tiver, queremos que alguém faça isso exclusivamente e pensamos em você para isso. Agora o movimento não está alto, mas em breve estará! Beijou minha testa.

– Você também vai viajar? Desviei o olhar.

– Quando necessário sim, mas agora que você está grávida, vou tentar me manter por perto. Passou a mão por meu rosto.

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