Capítulo 54

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Tinha acabado de tomar banho e estava na cama, beijando Estevam. Eu tinha tomado a iniciativa, pois ele parecia um pouco distante depois da ligação de Gustavo.

Passei a mão por dentro da cueca dele e acariciei seu membro, mas ele não esboçava nenhuma reação, apenas acariciava minha nuca, enquanto me beijava com calma. Suspirei e tirei a mão de sua cueca, encerrando o beijo e deitando ao seu lado.

– O que foi? Perguntei olhando para o teto.

– Nada, só não estou afim. Passou as mãos no rosto.

– Você sempre está afim, o que foi? Foi alguma coisa que eu fiz?

– Eu estou com ciúmes Laura. Me olhou e eu olhei para ele em seguida.

– Ciúmes de que Estevam? Primeiro que, eu estou saindo apenas com você e segundo, nós não temos nada sério, então eu realmente não entendo!

– Você sabe que eu gosto muito de você e eu fico com ciúmes em pensar que você pode sair com outro cara.

– Mas eu acabei de te dizer que nós não temos nada. Eu só posso ficar com você? Quando eu estava com meu marido você investia em mim como se eu fosse uma mulher solteira.

– Quando você terminou com seu marido, eu achei que ficaria apenas comigo. Talvez tenha entendido errado.

– Sim! Você entendeu muito errado. Eu já disse que estou com você, mas nada me impede de sair com outro cara.

– E se eu sair com outra menina? Ficar com a Jessica? Cruzou os braços.

– É a sua vida! Você também não é comprometido e não precisa ter consideração nenhuma comigo.

– Eu te amo Laura! Se sentou na cama e passou as mãos no cabelo.

– Se você continuar com isso, eu não vou querer te ver mais! Virei para o canto e fechei os olhos.

Acordei cedo na manhã seguinte e fui para minha casa. Já tinha passado tempo demais na casa do Estevam e isso começou a afeta-lo diretamente. Deixei dinheiro no balcão, para ajudar com as contas desse tempo em que havia ficado lá.

Em casa, eu comecei a faxinar e colocar tudo em seu devido lugar. Confesso que se Estevam não tivesse me ajudado, eu nunca teria terminado de arrumar o apartamento. Meu celular estava vibrando a algum tempo, e quando pude verificar, era ele me ligando.

– Oi Estevam.

– Oi Laura. Por que saiu tão cedo?

– Precisava arrumar o apartamento.

– Acho que você esqueceu um dinheiro aqui.

– Não, ele é pra você. Pra ajudar nos gastos desse mês em que fiquei ai.

– Você sabe que não precisa.

– Eu não disse que precisava, só ajudei. Agora eu preciso terminar de arrumar aqui.

– Vamos nos ver hoje?

– Melhor não, depois nos falamos. Beijos.

– Beijos Laura.

Terminei de arrumar a casa e passei o restante do dia trabalhando. Eu precisava ir na agência, arrumar algumas coisas, mas a preguiça falava mais alto. Conversei com Gustavo e ele viria aqui em casa amanhã, jantar comigo.

No dia seguinte, fiz uma caminhada bem leve pela manhã, onde eu sempre costumava andar, e a tarde fui ao mercado, comprar algumas coisas para o jantar. Pensei em pedir uma comida japonesa, então apenas peguei alguns petiscos e um vinho.

Fui para casa e tomei um banho demorado, coloquei uma lingerie e uma regata junto a uma saia jeans. Cortei um queijo que havia comprado e coloquei os petiscos na petisqueira. Aproveitei também para abrir o vinho que comprei.

O interfone tocou e Gustavo havia chego. Liberei a entrada e abri a porta, o esperando.

– Eu trouxe um vinho. Sorriu me entregando a garrafa.

– Entra. Sorri pegando a garrafa. – Eu já tinha aberto um, mas podemos tomar os dois. Ri baixo indo até a cozinha.

– Eu adoro vinho, pra mim não é um problema. Tirou seu paletó e colocou no sofá.

– Você nunca usa uma roupa normal? Olhei para ele dos pés a cabeça.

– O que é uma roupa normal? Colocou as mãos nos bolsos da calça.

– Camiseta, bermuda, etc...? Peguei uma taça e servi o vinho que bebia para Gustavo.

– Não tenho esse costume, só quando estou em casa. Pegou a taça e deu um gole no vinho.

– Ta bom... Bebi o vinho observando ele. – A comida já vai chegar.

– Você não cozinha? Riu e colocou a taça no balcão.

– Não gosto muito. Eu sujo tudo, faço uma bagunça.

– Seria um pecado se você se sujasse, está linda. Sorriu ladino.

– Obrigada! Mas eu tenho queijo e alguns petiscos. Peguei o prato na pia e me virei, estendendo-o para ele.

O prato bateu na taça que virou em cima dele, sujando sua camisa. Ele até tentou desviar, mas isso só o fez se molhar mais ainda.

– Gustavo! Que vergonha... Fui até ele com um pano e tentei secar sua camisa, que ficou com uma enorme mancha.

– Não tem problema Laura. Riu tentando se limpar também.

– Eu manchei sua camisa!!! Tão bonita. Molhou muito? Perguntei aflita.

– Molhou um pouco a calça também. Disse desabotoando sua camisa. – Não tem nenhuma camisa de Marcus por aqui?

– Não. Nós não morávamos aqui... Desci a mão tentando secar sua calça e ele pegou em meu pulso.

– Deixa que aqui eu seco. Riu discretamente pegando o pano de minha mão.

– Perdão. Sorri sem graça.

Ele passou o pano algumas vezes por sua roupa e me devolveu, terminando de desabotoar sua camisa.

O interfone tocou e eu agradeci por isso, pois queria enfiar a cabeça dentro de um buraco e não tirar nunca mais.

– Eu já volto!

Saí do apartamento e fui até a portaria. Peguei a comida e voltei devagar, respirando fundo e tentando não parecer desastrada. Quando abri a porta, Gustavo estava de costas e sem camisa. Desviei o olhar, mas não pude deixar de reparar na beldade que estava em minha frente. Pigarrei e ele se virou, me deixando corada.

– Eu deixei a camisa ali. Apontou para uma cadeira. – Espero que não se importe.

– Não. Cocei a cabeça e sorri sem graça. – A comida chegou. Levantei o pacote e coloquei ele na mesa de centro da sala.

– E o que você escolheu? Se sentou no sofá.

– Comida japonesa. Você gosta né? Eu nem perguntei. Fiquei vermelha novamente.

– Eu não como peixe. Me olhou sério.

– Eu vou pedir outra coisa então. Peguei o celular e ele começou a rir.

– É claro que eu como comida japonesa! Disse abrindo o pacote.

Me sentei ao seu lado e organizei as embalagens em cima da mesa de centro. Peguei algumas almofadas e coloquei no chão, me sentando.

– Eu prefiro comer no chão.

– Espero que minha calça não rasgue, já basta a camisa manchada. Sorriu tirando o sapato e deixando ao lado do sofá. Ele se sentou ao meu lado e ficou me observando.

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