Capítulo 79

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Laura

Observei da banheira, Marcus se olhando no espelho e passando a mão por seu cabelo. Esta semana ele realizou a quarta sessão de quimio e seu cabelo começou a cair.

Olhei para baixo e acariciei minha barriga de três meses, que já estava dando sinal de vida. A uma semana os pais de Marcus foram embora e eu tinha que lidar com as alterações de humor do filho deles.

– Acho que vou raspar... Marcus disse olhando para sua mão com uma mexa do cabelo.

– Se você quiser, eu corto... Sugeri e ele me olhou, assentindo.

Me levantei da banheira e coloquei meu roupão. Fui até o quarto e peguei a máquina de cortar cabelo, voltando para o banheiro.

– Quer mesmo cortar? Me posicionei atrás dele.

– Sim... Suspirou e eu liguei a maquina, raspando sua cabeça de baixo para cima.

Os fios começaram a cair no banheiro e só assim percebi o quanto de cabelo Marcus tinha. Quando terminei, ele passou a mão na cabeça e se olhou novamente no espelho.

– Não ficou tão ruim...

– Até que não. Sorri e fui para a cozinha, pegar a vassoura. Limpei o cabelo do chão e voltei para a banheira. Amanhã eu teria médico e faria um ultrassom para ver se já conseguimos descobrir o sexo.

Vi na internet que comer chocolate e relaxar, poderiam auxiliar na hora de descobrir o sexo, então eu o fiz.

– Você está linda grávida. Marcus se abaixou ao lado da banheira e passou a mão em minha barriga.

– Obrigada. Passei a mão por cima da sua e sorri.

– Espero que amanhã consigamos ver o sexo do bebê. Beijou minha testa e se levantou.

– Marcus... Puxei seu braço e ele me olhou. – Entra aqui e faz carinho em mim? Falei com os olhos marejados.

– O que você têm? Me olhou preocupado e abaixou novamente.

– Não é nada... Passei os dedos nos olhos antes que as lágrimas pudessem cair e sorri tímida. – Devem ser os hormônios...

– Eu já tomei banho, mas te espero na cama. Faço todo carinho que quiser lá, tudo bem? Assenti e ele se levantou indo para o quarto.

Mesmo que eu não quisesse chorar, as lágrimas insistiram em cair. Eu morria de saudades do Estevam. Ele sempre esteve comigo de uma forma que Marcus nunca esteve, por mais que se esforçasse.

Me levantei da banheira e me sequei, indo para o quarto. Marcus já estava deitado e dormia. Coloquei meu pijama e me deitei com cuidado na cama, virando para o canto e pegando no sono em seguida.

Acordei pela manhã com beijos pelo pescoço. Encolhi os ombros e apertei os olhos, me virando para Marcus.

– Bom dia. Ele disse carinhoso, colocando meu cabelo atrás da orelha.

– Bom dia. Bocejei e olhei em seus olhos.

– Eu dormi ontem, né? Sorriu ladino e eu assenti. – Desculpe...

– Já está na hora? Sussurrei e ele assentiu.

Me levantei devagar da cama e passei a mão na barriga.

– Bom dia meu amor. Olhei para baixo sorrindo.

– Você vai falar com o bebê todo dia até ele nascer? Marcus arqueou a sobrancelha.

– Sim! Me levantei, indo para o banheiro e, fiz minha higiene matinal.

Coloquei uma legging e uma camisa larga que tinha comprado para quando minha barriga estivesse maior.

Marcus e eu tomamos café e ele me levou para o consultório do obstetra que acompanhava minha gravidez.

– Eu vou procurar um lugar para estacionar, mas pode ir abrindo sua ficha. Marcus disse e eu desci do carro, entrando no consultório em seguida.

Abri minha ficha e fui para a sala de espera, aguardar Marcus e o Dr. me chamar.

– Você está de quantos meses? Uma mulher grávida me perguntou.

– Quase 4. Sorri passando a mão na barriga. – E você?

– Quase 8. Está bem pesado. Passou a mão no pé da barriga. – Não vejo a hora de sair.

– O meu pode nascer a qualquer momento. Eu não vejo a hora também. Queria voltar a usar essas coisas... Outra mulher que também estava na sala, mostrou uma revista para a primeira.

– Mas depois que os bebês nascerem, duvido que fiquemos com um corpo desse. Disse analisando a revista. – Olha que seios lindos. Me entregou a revista e eu a abri sorrindo.

Mudei meu semblante ao ver Estevam posando com a garota do cemitério. Ele estava em uma pose bem sexy com ela, o que me causou um grande sentimento de ciúmes.

Fechei a revista imediatamente e a entreguei para moça que havia me dado.

– Foi difícil de encontrar um lugar... Marcus chegou e se sentou ao meu lado. – Você está bem? Está pálida...

– Estou bem amor... Sorri forçado e ele passou a mão em meu rosto.

Aguardamos alguns minutos até que o médico nos chamasse no consultório. Entramos e conversamos um pouco sobre minha rotina e o bebê.

– Vamos dar uma olhada nesse bebê? Ver se ele ou ela quer se mostrar? Se levantou e apontou para a maca.

Desabotoei minha camisa e a retirei, me deitando na maca.

– Falta pouco para acabar a primeira tentativa de quimio, né Marcus? O Dr. perguntou enquanto ajustava o equipamento.

– Sim... apenas uma... Marcus sorriu ladino.

– Espero que tenha dado tudo certo, esse bebe vai precisar de muita energia dos pais. Sentou-se ao meu lado. – Com licença Laura. Derramou o gel em minha barriga e o espalhou com o aparelho.

Olhamos para a tela e o médico começou a movimentar o aparelho.

– Por aqui tudo certo... Escreveu algumas coisas no aparelho e começamos a ouvir os batimentos. – Batimentos regulares... Moveu o aparelho por minha pele. – Vamos ver se você vai se mostrar hoje... Sorriu para a tela.

– Está conseguindo ver algo Dr.? Marcus perguntou apreensivo.

– Quase... Moveu um pouco mais para a lateral. – Ai está você! Uma forte e saudável menina. O Dr. olhou para nós dois e eu sorri olhando para Marcus que estava com os olhos marejados. – Vocês já tem um nome? Ele começou a limpar minha barriga.

– Não... Nem paramos para pensar nisso ainda. Abotoei minha camisa e levantei da maca.

– Bom, como está tudo correndo melhor que o esperado, te vejo daqui um mês. Abriu a porta do consultório. – Até breve.

– Obrigada Dr.! Peguei minha bolsa e saí da sala junto com Marcus.

– Teremos uma filha! Marcus me abraçou e me apertou em seu corpo.

– Sim... Sorri e retribuí.

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