Capítulo 106

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Laura

Gustavo pegou em minha mão enquanto eu descia devagar pelos degraus. Todos nos olhavam atentos, reparando em cada movimento meu.

– Laura, você quer se casar comigo? Gustavo me olhou nos olhos e tirou uma caixinha de dentro do bolso, abrindo-a em minha frente e me mostrando um anel de noivado.

– Claro que eu quero. Sorri contente e apoiei minha mão por cima da sua. Gustavo encaixou o anel em meu dedo anelar esquerdo e beijou as costas de minha mão.

– Um brinde a este momento. Gustavo pegou uma taça de champanhe que passava e levantou.

Todos no ambiente começaram a brindar e voltaram a conversar. A música também voltou a tocar e eu olhei para Gustavo.

– Obrigada! O abracei e ele retribuiu, passando as mãos por minhas costas.

– Eu te amo, Laura! Sorriu e me deu um selinho. Passei a mão em seu rosto e olhei em seus olhos.

– Feliz aniversário. Sussurrei e ele me ofereceu uma taça de champanhe. – Não posso... Neguei e ele sorriu, solvendo todo o líquido.

– Quero te apresentar para algumas pessoas! Venha. Me puxou e adentramos em meio as pessoas aglomeradas, cumprimentando quem conseguíamos.

Gustavo me apresentou a investidores, pessoas importantes que aplicavam dinheiro em sua empresa, sócios que abriram filiais em outros lugares e que vieram para cá apenas para prestigia-lo.

– Sua mulher é muito bonita. Um senhor pegou em minha mão e a beijou.

– Pode tirar esses seus olhos dela. Gustavo riu. – Foi exatamente assim que eu a conheci. Passou a mão por meu quadril e me puxou para perto.

– Você tem muita sorte, ele é um homem de ouro. O senhor sorriu olhando para ele.

– Eu sei... Sorri e lhe dei um selinho. – Vou verificar se está tudo certo com a Gabriela. Sussurrei em seu ouvido e ele assentiu. – Com licença. Me afastei educada e subi as escadas, indo até o quarto onde minha filha estava acompanhada da baba.

– Ela está bem? Sorri olhando para dentro do berço.

– Ela é um amor, senhora. Muito educadinha. Lourdes disse sorrindo.

– Você quer alguma coisa? Está com fome? Tem muita comida lá em baixo.

– Eu estou bem, por hora. Obrigada pela gentileza. Disse educada.

– Amor, vamos descer... Gustavo entrou no quarto. – Estão procurando por você. Disse baixo ao ver que Gabriela estava no berço.

– Eu estava vendo se Lourdes não queria algo... Sorri olhando para o berço novamente. – Ela não está dormindo.

Gustavo se aproximou e a pegou no colo, dando um beijo em sua testa. Me aproximei e beijei seu ombro, observando Gabriela em seus braços.

– Você ainda é muito pequena para festas, mas assim que crescer mais um pouco, papai te levará em todas. Sorriu olhando para Gabriela que olhava para ele atentamente.

Ele a colocou no berço novamente e saímos do quarto, voltando para a festa. Me enturmei por um tempo junto a ele, mas aquele ambiente não era para mim. Eu não tinha interesse nenhum por assuntos de empresa e aquilo me entediava profundamente.

– Posso pedir para trazerem o bolo? Perguntei para Gustavo.

– Pode. Peça para trazerem mais champanhe também.

Assenti e fui para a cozinha. Conversei com as pessoas contratadas para cuidar do buffet e eles se organizaram para levar o bolo.

Estava voltando para o salão principal, quando fui puxada para dentro de um lavabo. Olhei assustada quando a luz se acendeu e percebi que Estevam estava em minha frente.

– O que está fazendo aqui? Apertei os olhos.

– O que você está fazendo aqui?! Ele perguntou enfatizando o você.

– Eu moro aqui, Estevam. Falei tranquila.

– Você e Marcus...

– Ainda não, o pedido foi negado. Mas estou recorrendo e...

– Você não pode se casar com esse homem! Pegou em meu braço.

– Por que ela não pode casar com ele Estevam? Alguém perguntou da porta e olhamos para ela. – Por que ela não pode casar com meu padrinho Estevam? A menina cruzou os braços.

– Ana... A menina saiu com lágrimas nos olhos e ele me olhou. – Droga! Ele apertou os olhos.

– Eu pedi pra você ir embora... Me virei para sair do banheiro.

– E eu fui! Mas você é uma droga. Por que Laura?! Por que??? Suplicou por uma resposta que não existia e bateu a porta antes que eu saísse.

Respirei fundo e ele me encostou na pia, me roubando um beijo. Tentei recusar, mas a vontade de estar com ele era mais forte que eu. O beijei como se fosse o último beijo que daria em minha vida.

Passei a mão por sua nuca e o puxei mais para mim, seu corpo encostou no meu e ele o apertou.

– Estevam... Sussurrei ainda de olhos fechados e encostei minha testa na sua, respirando ofegante.

– Não faz isso comigo! Suspirou.

– Vai atrás dela. Abri os olhos e o olhei atentamente. – Eu estou noiva. Não me faça fazer isso com Gustavo. Pedi aflita.

– Não se case. Ele pediu mais uma vez e saiu do banheiro com os olhos marejados.

Respirei ofegante e levei a mão no peito. O medo de ser pega naquele momento me consumiu e eu percebi a besteira que fiz. Vi as pessoas passarem no corredor com o bolo e fui atrás, tentando me recompor.

Ao chegar na sala, olhei ao redor e não encontrei Estevam, nem mesmo a Ana e respirei aliviada por eles não estarem aqui.

– O bolo ficou lindo. Gustavo sussurrou observando-o. – Obrigado por ter organizado tudo.

– Você merece muito mais que um bolo. Sorri e passei a mão em seu rosto.

– Quando se sentir confortável, gostaria de apresentar a Gabriela como minha filha. Beijou minha testa.

– Isso pode não ser visto como bons olhos e posso acabar perdendo no pedido de divórcio novamente. Suspirei. – Quando tudo isso acabar, pensamos na questão. Pode ser?

Ele assentiu e foi pra trás da mesa. Todos cantaram parabéns animados e os pedaços foram distribuídos entre os convidados. Subi novamente para verificar como Gabriela estava e acabei ficando para amamenta-la.

Quando desci, algumas pessoas já haviam ido, então fiquei ao lado de Gustavo, aguardando que todos fossem embora.

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