Capítulo 21

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Na semana seguinte o tempo voou. Marcus havia comprado o apartamento e eu estava organizando as coisas para a mudança. Bruna estava aqui, me ajudando a empacotar tudo.

Iria sair apenas quando Marcus voltasse da viagem, mas já havia colocado quase tudo dentro das caixas.

– Você ainda tem isso? Bruna colocou um óculos de festa rindo.

– Sim, tenho quase tudo da faculdade ainda. Ri a observando.

– E isso? Ela pegou um pequeno bloco de anotações o abrindo em seguida.

Era meu diário da época que entrei na faculdade e acabei me lembrando que lá haviam coisas escritas que Bruna não sabia.

Corri para pegar de sua mão e ela se assustou, olhando as páginas com rapidez. Consegui puxar de sua mão e coloquei atrás das costas.

– Por que o nome do Diego está nesse caderninho? Arqueou a sobrancelha, se levantando.

– É outro Diego amiga. Sorri sem graça. – Esquece isso.

– E por que você tirou rápido assim? O que está me escondendo? Correu para cima de mim e tentou puxar o caderninho.

– Amiga não é nada! Puxei de volta e ela insistiu. Quando ela conseguiu pegar, acabei caindo de bunda no chão e ela se aproveitou da situação para novamente abrir o diário.

– Eu senti dor, mas ele foi carinhoso comigo e continuou forçando. Eu queria perder minha virgindade com ele... Bruna leu em voz alta. – Você perdeu sua virgindade com o Diego? Me olhou incrédula.

– Amiga, me dê isso. Me levantei e estendi a mão.

– Por que nunca me contou isso? Riu irônica. – Agora entendi porque você não quer que eu me case com ele. Ainda sente algo.

– Não confunda as coisas Bruna. Eu sou casada e nunca faria nada pra prejudicar sua vida com ele. Isso aconteceu muito antes de vocês se conhecerem.

– Custava me contar? Que porra Laura!

– Não tinha porque te contar. Vocês começaram a ficar e tudo bem. Nessa época eu já estava com o Marcus que também era amigo dele.

– Ok. Vou acreditar em você, mas não quero que vocês se aproximem. Cruzou os braços.

– Você acha mesmo que eu faria algo assim? Não mesmo! Eu e o Diego não temos nada a muitos anos. E eu nem quero ter.

– Nunca se sabe... não confio mais. Deu de ombros. – Aceito que ele me traia com qualquer uma, menos com você. Suspirou.

– Como quiser amiga! A abracei forte e ela retribuiu.

– Afinal de contas... me olhou. – Foi bom? Começou a rir.

– Amiga, não me sinto confortável em falar dessas coisas com você.

– Só diz se foi. Insistiu.

– Foi. Revirei os olhos e ela riu. – Mas eu nem me lembro mais de nada. De nenhum dos que fui para cama na verdade, apenas de Marcus.

– Eu te perdoo, mas só se você me perdoar também. Mordeu o canto dos lábios.

– O que você fez? Coloquei as mãos na cintura.

– Teve uma festa que nós quatro fomos. Você ainda não namorava com Marcus, mas já ficava com ele. Eu os acompanhei até o banheiro e me perdi de Diego. No escuro, eu achei que ele estivesse perto de mim e as coisas esquentaram, eu fiz um boquete nele, ali na balada mesmo, e quando algumas luzes invadiram o ambiente que eu estava, percebi que era Marcus e não Diego.

– Então não sou apenas eu que tenho segredos com minha melhor amiga? Por que ficou tão brava se fez coisa pior? Cruzei os braços.

– Não fiz nada pior. Eu não vi que era ele, se não, não tinha feito.

– Ok! Estamos quites então. Tem algo mais que você queira me contar?

– Não e você? Cruzou os braços também.

– Não! Então vamos terminar isso logo. Peguei o durex e comecei a fechar as caixas.

Organizamos as caixas próximo a porta e sorri aliviada que tinha acabado. Olhei para o apartamento vazio e coloquei as mãos na cintura.

– 5 anos da minha vida estão aqui. Sorri.

– O que vão fazer com ele? Bruna parou ao meu lado.

– Não sei ainda. Marcus disse que o manterá fechado por hora.

– Vão ter de comprar moveis novos para o outro apartamento. De acordo com sua descrição, ele é muito maior que este.

– E é. Essas coisas não preencherão metade dele. Ri.

***

Fechei a agência por esta semana para me planejar quanto a mudança. Marcus chegaria hoje pela manhã e nós já iríamos para o novo apartamento.

Estava nervosa, pois iríamos começar uma nova vida e eu espero que as coisas mudem e que possamos voltar a ser felizes.

Os homens que levariam os moveis chegaram bem cedo, e deixaram o apartamento vazio em poucos minutos. Sai e dei mais uma breve olhada por todo o espaço vazio. Sorri e fechei a porta, a trancando em seguida.

Chegando no apartamento novo, encontrei Marcus. Fui até ele e o abracei forte.

– Senti saudade! Ele sussurrou em meu ouvido.

– Eu também. Sorri. – Que bagunça. Olhei tudo.

– Pois é! Temos muito trabalho. Colocou as mãos na cintura.

Comecei a abrir as caixas enquanto ele ajudava o montador a colocar os móveis nos locais corretos.

Depois de montar tudo, começamos a colocar os objetos e roupas em seus devidos lugares. Precisávamos terminar hoje ainda, pois a semana seria corrida e não daria tempo de colocar nada no lugar.

Quando acabamos, me joguei no sofá, com gotas de suor escorrendo por toda minha testa. Eu não aguentava ficar em pé para tomar um mísero banho.

Na suíte, tínhamos uma banheira e talvez essa noite eu fosse estrear com alguns sais de banho. Fui até o quarto e peguei os sais dentro da gaveta da cômoda. No banheiro, abri as torneiras da banheira e ela começou a encher.

Joguei os sais dentro dela e entrei, após tirar a roupa. A água morna me relaxou por completo e eu apoiei a cabeça no encosto, fechando os olhos.

Após alguns minutos ali, quase caindo no sono, senti uma mão passar pela parte interna da minha perna e descer. Abri os olhos no susto e Marcus estava abaixado na beirada da banheira, com o braço dentro dela, me observando.

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