Capítulo 49: Ice's Coffee.

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Emma

Não existe nada pior do que você perceber que tudo na sua vida tá dando errado. E esse era um desses momentos. Tínhamos ficado três semanas focados especialmente em preparar o melhor casamento surpresa da década pra nossa mãe. Tudo pra ele correr o risco de ir por água a baixo por conta do nosso amado e querido pai. E participar de um almoço com ele era como um pesadelo.

Oito: sobreviver a um almoço com Michael Evans, vulgo nosso pai.

Ei, bicha, se você cair daí você morre, hein! —Olhei pelas janelas de vidro, vendo Ian, o dono do Ice's Coffee em que estávamos, gritando para a moça que estava pendurada em uma escada, tentando arrumar uma bandeirinha na fachada do café.

—Argh, praga! Ainda vai me processar por danos no trabalho se cair e se quebrar. —Ian murmurou, entrando de volta no café. —E aí, galerinha, já foram atendidos? —Negamos com a cabeça e ele fez uma careta. Ian era jovem, tinha só 20 anos. Tinha pele puxando para o moreno, olhos verde água e cabelos escuros bagunçados. —Ei, ragazzo, pode atender eles? —Ele se voltou pra nós com um sorriso animado. —Pietro já vem atender vocês. Tenho que ir ligar pra minha florzinha agora!

Ele se afastou, sacando o celular do bolso. Ri, negando com a cabeça e voltando a atenção para meu namorado, que estava sentado do meu lado. O café a nossa volta tinha um ar de anos 80, com bancos coloridos e decorações antigas. Ficava próximo do centro da cidade e costumávamos vir nele sempre. Então já conhecemos Ian a um bom tempo.

—To com fome. —Kyle resmungou. —Esse estresse todo me mata de fome.

—Tu tá com fome até quando não tá estressado. —Zack rebateu, bagunçando os cabelos deles.

—Buongiorno! —Pietro chegou ao lado da nossa mesa, abrindo o bloquinho para anotar nossos pedidos. Ele era filho de italianos e morava em Aspen a pouco tempo. —Já sabem o que vão pedir?

—Gelo, limão e veneno, tem? —Bia perguntou, nos fazendo rir. Pietro fez uma careta e abriu um sorriso. —É... meme do Brasil.

—Mas se tiver, a gente quer. Nossa situação atual está uma droga! —Peter resmungou, afundando no banco ao lado de Anne. Pedimos café normal e alguns Donuts, deixando Pietro livre de nós.

—Certo, temos que tentar passar por esse almoço. Não fazer nada de errado e não arrumar confusão com ele. Assim não corre risco de uma catástrofe acontecer e o casamento dar errado. —Afirmei, vendo Peter revirar os olhos. —É sério, segura sua língua.

—Não da, só de ver ele já sinto vontade de falar umas verdades. Qual é, ele acha que somos o que? Objetos? —Peter fechou a cara e Anne olhou pra ele com uma expressão divertida.

—Segura essa língua ou o casamento dos nossos pais já era! —Zack afirmou.

—Você tá tranquila com isso? —Collin perguntou baixinho ao meu lado e eu neguei com a cabeça.

—To uma pilha de nervos. Mas tentando manter a calma pra nada dar errado. —Dei de ombros, vendo ele assentir. —Podemos sair hoje à noite? Se você não for pro restaurante, é claro.

—Não vou. Posso cozinhar algo pra você hoje. Meus pais vão sair e Anne provavelmente vai ficar trancada no quarto. —Sugeriu, me fazendo abrir um sorriso animado. —Só precisa me dizer o que deseja jantar.

—Você é o chef, me surpreenda então. —Afirmei, vendo ele tombar a cabeça pro lado e apertar minha bochecha.

[...]

Collin abriu a porta pra mim segundos depois de eu tocar a campainha. Ele tinha um sorriso imenso no rosto, o que apertava os olhos atrás dos óculos.

—Boa noite, princesa. —Ele me puxou, dando um beijo estralado nos meus lábios. Passei meus braços ao redor do céu pescoço e sorri pra ele.

—Oi... nossa, o cheiro está ótimo. —Ele se afastou pra fechar a porta. —Senti lá de casa.

—Só tentei dar o meu melhor pra minha namorada. —Afirmou, me fazendo ficar tímida. Eu sempre ficava sem jeito quando ele me elogiava ou me chamava de "minha namorada". —Vem!

Ele me puxou pela mão até a cozinha. Collin ainda estava cozinhando e o cheiro ali era mil vezes melhor do que eu senti do lado de fora.

—Vou ver você cozinhando? —Mordi os lábios, vendo ele se aproximar das panelas fermentes. —Quer ajuda em alguma coisa?

—Não, só quero apreciar a sua companhia. —Abri um sorriso, me aproximando dele e o abraçando por trás. Estávamos completamente sozinhos, porque Anne havia saído com Peter. —Como estão as coisas na sua casa?

—Estranhas. —Dei de ombros, ainda abraçando ele. —Minha mãe está tentando agir como se nada estivesse acontecendo. Mas sei que ela está nervosa.

—Ela se preocupa com vocês. É normal. —Ele segurou minhas mãos e me afastou, se virando pra mim. Collin passou meus braços pela sua cintura, me fazendo o abraçar de novo, agora de frente. Abri um sorriso quando ele segurou meu rosto, envolvendo minhas bochechas com as mãos e encarou meus olhos com um sorriso pequeno nos lábios. —Você é muito linda, sabia? As vezes acho que tô sonhando quando olho pra você.

—Por que você tem que ser tão fofo? —Ele deu um beijo na minha testa. —Fico com vontade de apertar suas bochechas quando fala coisas assim.

—Não sou fofo, só muito apaixonado por você. —Afirmou, fazendo meu coração acelerar e borboletas dançarem no meu estômago. Collin já havia dito isso. Eu já havia falado também. Mas é impossível não ficar completamente mexida ouvindo de novo e de novo.

—Collin Willis, você tem todo meu coração, sabia? —Afirmei, com o maior sorriso do mundo no meu rosto. Os olhos dele se iluminaram.

—Emma Carson, eu amo você, sabia? —Afirmou, abrindo um sorriso de igual intensidade do meu. Meu coração se derreteu naquele instante.

—Eu também amo você. Muito, muito, muito! —Afirmei, apertando as bochechas dele como estava com vontade, o que resultou em uma risada dele. Nossos lábios se uniram quando as palavras já não eram mais necessárias.



Continua...

10 Maneiras de Sobreviver as Férias / Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora