Capítulo 33: Boa Recordação.

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Emma

Eu e Bia conseguimos comprar os vestidos pro casamento, mas como não poderíamos levar pra casa sem levantar suspeita, Dafine se disponibilizou para guarda-los até o dia. Bati na porta da casa dela, assim que chegamos em casa.

—Emma! —Dafine abriu um sorriso assim que me viu. —Entra, entra. Não liga a bagunça. Estou organizando algumas coisas da mudança que ainda estavam perdidas por aí.

—Eu trouxe os vestidos. —Entrei na sala, vendo algumas caixas perdidas por ali. —A gente pode mesmo deixar aqui com você? Não queremos incomodar.

—Relaxe. Não é incômodo algum. —Ela pegou as sacolas da minha mão. —Vou guarda-los no meu closet. Assim não corre risco de ninguém mexer. Sua mãe está em casa?

—Está sim. Ela não tem saído muito esses últimos dias. —Falei, seguindo ela pela escada até o corredor. Parei na porta quando ela entrou no quarto e foi em direção ao closet.

—Ah, sim. Enzo sugeriu que chamássemos todos vocês pra um jantar lá no restaurante. Pensei em falar com ela amanhã. —Comentou.

—Acho que ela vai gostar do convite. —Falei, sabendo que minha mãe adorava fazer amizades novas com os vizinhos. E Dafine já estava se tornando próximas de nós mesmo. —Pode ir lá amanhã cedo. Minha tia vai chegar pra ajudar com o casamento. Você já aproveita pra conhecê-la.

—Perfeito. Amanhã cedo eu falo com ela então. —Ela voltou para o corredor, com um sorriso simpático.

—Mãe? —Eu e ela olhamos para o corredor, vendo Collin surgir no topo da escada. Ele me encarou, parecendo surpreso ao me ver ali. Pisquei várias vezes, sem saber ao certo como agir. —O... oi!

—Oi. —Abri um sorriso sem graça, vendo que Dafine estava olhando do filho para mim, com muito interesse. —Eu já vou indo. Obrigada por tudo. —Falei, me virando para Dafine com um sorriso.

—Ah, não precisa agradecer. —Falou, gesticulando com a mão que não era nada. Abri um sorriso e andei pelo corredor, até o topo da escada, onde Collin ainda estava. —Collin, pode acompanhar ela até a porta, por favor?

—Claro, mãe.

—Boa noite. —Sorri pra ela, me despedindo e descendo as escadas a passos lentos. Assim que cheguei a sala, soltei o ar que nem havia notado que estava segurando. Ouvi a voz de Collin conversando com a mãe, mas não conseguia saber o que falavam. Alguns segundos depois ele desceu, ajeitando o óculos no rosto.

—Você realmente precisa ir agora? —Questionou, parando na minha frente, com as mãos no bolso da calça, parecendo ansioso.

—Ah... eu não sei. Depende. —Mordi o lábio, vendo que ele estava um pouco pensativo.

—Vem comigo um segundo, quero te entregar uma coisa. —Ele segurou minha mão, me puxando de volta para a escada. Hesitei um segundo. Collin olhou pra mim e sorriu, como se soubesse o que eu estava pensando. —Ela foi tomar um banho. Não se preocupe.

Subi atrás de Collin, vendo ele me levar em direção ao seu quarto. Havia o barulho de um chuveiro ligado, o que confinava que Dafine estava no banho.

—Sem farinha dessa vez? —Indaguei, passando pela porta do quarto dele. Collin soltou uma risada e negou com a cabeça. Observei ele fechar a porta atrás de si. O quarto dele estava bastante organizado, para o que eu imaginava depois de uma mudança. As paredes tinham um tom azul escuro, com algumas prateleiras de livros. Corri os olhos pelos nomes, vendo o estilo de livros que Collin gostava de ler.

Collin foi até o armário, abrindo uma das portas e mexendo em alguma coisa. Ele se afastou, voltando na minha direção com um embrulho de papel marrom com um laço vermelho, que tinha o formato de um livro. Abri um sorriso automaticamente.

—Você comprou um livro pra mim? —Indaguei, quase sem acreditar. A euforia começou a tomar conta de mim quando ele me estendeu o embrulho.

—Abre. —Pediu. —Quero ver sua reação.

Abri um sorriso largo e comecei a abrir o embrulho, tirando o laço primeiro. Assim que peguei o livro, envolvido em um plástico fino, pude ver que era o mesmo livro que eu havia pegado na livraria minutos antes de beijar Collin. Eu me lembrava de tê-lo derrubado na hora do beijo e de Collin o pegando enquanto eu ia embora.

—Eu não acredito. —Falei, erguendo os olhos e encontrando ele bem na minha frente, me observando com um sorriso fofo.

—Você foi embora correndo. Imaginei que teria comprado o livro se fosse uma situação diferente. —Afirmou, e eu pisquei várias vezes, sentindo as borboletas tomando conta do meu estômago. —Comprei assim que vi que não ia dar tempo de te alcançar.

—Ma... mas você nem sabia se iria me ver de novo. Poderia nunca mais me ver. —Afirmei, vendo ele dar um passo lento, diminuindo ainda mais a distância entre nós.

—Então eu teria uma boa recordação daquele dia. —Sussurrou, me analisando como se eu fosse a coisa mais linda do mundo. Ergui o queixo, vendo que o rosto de Collin estava mais próximo ainda do meu. —Você me deve um beijo, princesa.

Fechei meus olhos quando a respiração dele tocou meu rosto. Collin tirou o livro das minhas mãos, mas não me importei com isso quando as mãos dele voltaram pra mim, tocando as laterais do meu rosto. A boca dele encontrou a minha logo em seguida, me fazendo lembrar de quando estávamos no telhado, antes do fantasma do meu pai atrapalhar tudo. Ele me beijou com carinho, descendo as mãos para minha cintura enquanto eu o abraçava pelos ombros.

—Eu preciso ir pra casa. —Falei, quando ele se afastou o suficiente para que eu conseguisse respirar. Ele fez uma careta, como se não gostasse da ideia de eu ir embora e me deu um selinho.

—Tudo bem. Vou te levar até a porta. —Ele me deu outro selinho e depois outro, abrindo um sorriso largo antes de se afastar e pegar o livro de volta, para me entregar.

E quando eu pensava que Collin não podia me surpreender mais, ele me prova o quanto eu estava errada.



Continua...

10 Maneiras de Sobreviver as Férias / Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora