Capítulo 28: Número Desconhecido.

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Peter

Eu estava sonhando. Ou estava ficando completamente louco. Mas estava beijando Anne e não sentia a mínima vontade de parar. Meu coração acelerou quando ela segurou minha nuca e retribuiu o beijo na mesma intensidade que eu. A prensei contra a porta, colando nossos corpos e beijando mais ainda ela.

Me afastei, deixando um selinho nos lábios dela, apenas o suficiente para que nós dois conseguíssemos respirar. Encostei minha testa na dela, vendo seus olhos se abrirem e ela me encarar, com a respiração alta e os lábios rosados.

—Peter... —Levei os dedos até os lábios dela, soltando um suspiro e fechando os olhos.

—Por favor não diz nada. Não vamos estragar o momento com uma briga idiota. —Pedi e para minha surpresa, ela ficou em silêncio. Eu já havia percebido que Anne sempre tem uma resposta na ponta da língua. Sempre tem algo a dizer.

Abri meus olhos, vendo que ela estava me observando. Levei minha mão até a bochecha dela, enquanto a outra estava em sua cintura, a mantendo presa a mim. Toquei as sardas fofas que pintavam seu rosto. Anne inclinou o rosto pra trás, como se não soubesse como reagir aquele contado.

—Linda. —Declarei, levando meus lábios para beijar ela de novo. Anne aceitou o beijo na mesma hora, apertando minha nuca e depois enrolando os dedos nos meus cabelos.

—Podemos fingir amanhã que isso nunca aconteceu. —Propôs, interrompendo o beijo mais rápido do que eu desejava. Soltei uma risada.

—Se você conseguir, tudo bem. Mas eu tenho certeza absoluta que não vou conseguir fingir que isso nunca aconteceu. —Declarei, vendo as bochechas dela ganharem um tom avermelhado. Só que dessa vez eu não sabia se ela estava ficando com raiva ou tímida.

—Não acredito! —Ela fechou os olhos com força e mordeu o lábio inferior, como se estivesse se martirizando por estar ali comigo. Isso me fez abrir um sorriso divertido. —Eu não deveria ter vindo aqui.

—Eu não vou sair por aí contando pra todo mundo que a gente se beijou. Não precisa ficar irritada. —Beijei a ponta do nariz dela, chamando sua atenção. —Pode voltar a me odiar amanhã de novo. —Ela me encarou com os olhos cerrados. —Mas quando quiser me beijar de novo, saiba que estou mais do que a sua disposição.

—Eu estou com vontade de matar você agora. —Declarou, cruzando os braços na frente do corpo. Sorri mais ainda, deixando meus lábios quase colados nos dela.

—E eu com vontade de te beijar de novo. —Afirmei, vendo os olhos dela piscarem rapidamente. —Deixo você me matar depois de mais alguns beijos.

—Idiota. —Afirmou, colando ela mesmo os lábios nos meus, me fazendo sorrir entre o beijo. A abracei pela cintura, enquanto ela passava os braços envolta dos meus ombros.

PETER! —Me afastei de Anne na mesma hora, revirando os olhos ao ouvir a voz de Emma, praticamente gritando o meu nome, como uma desesperada.

—Ah, tinha que ser! —Resmunguei, vendo Anne me encarar confusa, respirando com dificuldade. Fiquei em silêncio, pensando que talvez Emma não achasse a gente ali.

—PETER! —Emma gritou de novo e meu coração quase deu um salto quando eu percebi que ela estava realmente desesperada. Puxei Anne de frente da porta sem cuidado algum, empurrando ela pro lado pra poder abrir a porta. Sai pra cozinha, vendo Emma entrar na sala com Kyle e Collin logo atrás. Branca como se tivesse visto um fantasma. —Peter...

O que foi? —Ela correu até mim, quase caindo no chão quando tropeçou. A segurei, puxando o rosto dela pra ver se ela tinha se machucado ou alguma coisa. —O que foi, Emma? —Ela parecia estar tremendo nos meus braços, com o rosto pálido e os olhos arregalados. —O que fez com ela?

—Nada! —Collin afirmou na mesma hora. —Ela recebeu uma ligação e então saiu correndo atrás de você.

—Emma, olha pra mim! —Pedi, puxando o rosto dela pra cima. —O que foi que aconteceu?

Ela abriu a boca, sem conseguir dizer nada. O celular dela começou a tocar, fazendo o som ecoar pela sala. Peguei o mesmo das mãos dela, vendo que era um número desconhecido. Atendi na mesma hora, ainda segurando Emma.

Peter — Alô?

Número desconhecido — Senhorita Evans?

Peter — Não, aqui é o Peter. Irmão dela. Com quem eu tô falando?

Número desconhecido — Ah, Peter! Eu estava tentando falar com o senhor a alguns dias. Mas não tive sucesso e acabei ligando pra sua irmã. Me perdoe o horário. Mas foi só agora que consegui falar com um de vocês dois sobre o meu cliente. Sou o Dr. Eliot Harrison.

Olhei pra Emma, vendo ela me encarar com os lábios tremendo. Franzi a testa confuso com aquilo.

Peter — Espera, não estou entendendo nada. Que cliente?

Dr. Eliot — Ora, seu pai é claro! Senhor Michael Evans.

Nesse momento eu senti meu próprio rosto ficar pálido e o sangue indo embora do meu corpo, como mágica. Olhei pra Emma, entendendo completamente o estado dela.

Dr. Eliot — Senhor Evans? Peter? Está me ouvindo?

Fechei meus olhos com força, tentando raciocinar direito.

Peter — Er... estou ouvindo sim. O senhor pode me dar um momento? Eu estou no meio de uma festa de aniversário.

Ouvi ele murmurar em concordância e silenciei a ligação, puxando Emma em direção ao sofá. A coloquei sentada, só então notando que ela estava com as mãos agarradas a minha jaqueta, como se estivesse com medo que eu fosse desaparecer.

—O que tá rolando? —Kyle parou ao meu lado e eu me ajoelhei na frente de Emma. —Peter?

—O que foi? Ah... —Vi que Kyle estava me encarando preocupado. Mas meu cérebro parecia ter pedido a capacidade de pensar rápido. —Nada. Está tudo bem. Porque não senta aqui do lado da Emma e fica cuidando dela, enquanto eu termino de falar no celular? Prometo que vai ser rápido.

Kyle assentiu na mesma hora, se sentando ao lado de Emma e a abraçando. Me levantei, sentindo ela puxar meu braço.

—Eu já venho. Não vou demorar. —Falei, deixando um beijo na testa dela. —Pode pegar uma água pra ela, Anne? Por favor.

Ela fez no mesmo instante. Me afastei, vendo Collin tomar o meu lugar, se ajoelhando na frente de Emma, que agora estava agarrando Kyle. Sai para o lado de fora da casa, observando a rua silenciosa e escura. Fechei meus olhos com força e respirei fundo.

Peter — Pode falar. Estou ouvindo.



Continua...

10 Maneiras de Sobreviver as Férias / Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora