Capítulo 22: One Direction.

2K 326 107
                                    

Anne

Eu estava com os fones de ouvido, com o volume no máximo, escutando What Makes You Beautiful, enquanto tentava colocar em ordem meu quarto novo. Eu estava tentando fazer isso ontem a noite, antes de dar de cara com um rato gigante. Mas fui tomada por uma raiva enorme quando Collin pegou o rato e descobriu que ele era de mentira. E só tinha uma resposta boa o suficiente pra isso: os Carson. Agora era praticamente vida ou morte se vingar deles da melhor forma possível.

Olhei pra trás, me sobressaltando quando meus fones foram puxados pra baixo. Collin estava ali, parado, me encarando com um sorriso, enquanto tinha seu celular na mão, como se esperasse algo muito importante.

—Quer ficar surda? —Indagou, apontando para os fones agora envolta do meu pescoço. —Quem ainda escuta One Direction em pleno 2023?

—Eu! —Retruquei, retirando o fone do celular e deixando a música preencher o quarto. Collin fez uma careta quando comecei a cantar, fingindo que meu celular era um microfone. —Baby you light up my world like nobody else...
The way that you flip your hair gets me overwhelmed... But when you smile at the ground it ain't hard to tell... —Collin começou a rir, enquanto eu ficava de frente pra ele e cantava cada vez mais alto. —You don't know oh oh... You don't know you're beautiful!

Ah, você canta mal pra caramba! —Resmungou, levando as mãos aos ouvidos e eu comecei a rir, empurrando ele.

—Esqueceu que você costumava escutar One Direction comigo quando eu era menor? —Indaguei, lembrando de todas as vezes que Collin se trancava no quarto comigo, quando eu ficava triste. Ele comprava vários doces e ficava assistindo desenhos comigo e escutando as músicas que eu gostava, tudo pra fazer eu me sentir melhor.

—Eu lembro. Gravei todas as músicas deles por sua causa. Sei de cor até hoje. —Afirmou, me fazendo rir. Collin se sentou na minha cama, levando a atenção pro celular, enquanto eu desligava a música.

—Que cara é essa? —Questionei, vendo ele sorrir pro celular.

—Quão chateada você vai ficar se eu disser que estou conversando com a Emma? —Indagou, soltando o celular e erguendo os olhos pra mim. Encarei Collin por alguns segundos. —Eu... eu to afim dela, Anne.

Jura? Se você não tivesse falado, eu nem teria notado. —Comentei, vendo que ele havia ficado sem jeito. —Ta escrito na sua testa isso, Collin.

Achei que eu estava conseguindo disfarçar. —Resmungou, ficando com as bochechas vermelhas.

Não conseguiu. Além de ter ficado com cara de bobo depois que ela te beijou. Você anda bem animado desde que descobriu que ela é nossa vizinha. —Comentei, abrindo um sorriso. —Sinceramente? Tirando nossas provocações contra eles, ela parece ser uma garota legal.

Todos eles parecem. —Collin rebateu. —Eu segui eles no insta. São bem unidos, pelo que eu vi. Deveria fazer o mesmo.

Porque? Não é como se fôssemos virar melhores amigos deles. Tirando você e a Emma. —Dei de ombros e ele tombou a cabeça pro lado. —Ta me olhando com essa cara porque?

Você acha que me engana, não é? Ficou falando do Peter o tempo todo depois do episódio da torta. —Collin cruzou os braços na frente do corpo e me encarou com um sorriso maroto. Abri a boca várias vezes, tentando falar alguma coisa, mas minha voz parecia ter ido embora.

Sim, eu falei do Peter um tempão depois da torta. Até porque, eu estava irritada. Eu pensei que tinha sido sem querer, até o senhor Wilson aparecer pra dar boas vindas e nos avisar sobre os Carson. Então eu tive certeza absoluta que tinha sido de propósito. O pior de tudo é que ele havia trazido outra torta, na maior cara de pau possível.

Eu não sou uma pessoa competitiva. Eu sou completamente e irrevogavelmente competitiva. E Peter com aquele jeito irritante, me chamando de ruiva e abrindo aqueles malditos sorrisos provocativos, tinha acabado de começar uma guerra comigo.

Eu me vinguei da torta, colocando aquele balão na janela dele. Quer dizer, Collin o comprou depois que eu pedi e colocou ele na janela do quarto, usando uma escada que havia ficado pedida no meio da mudança. Eu pensei que isso deixaria claro que não estávamos dispostos a ficar quietos, caso eles aprontassem com a gente.

Mas Peter me surpreendeu, surgindo no parque e agindo como se quisesse me beijar. Ele iria me beijar, e eu teria deixado, se pra minha total felicidade, não tivéssemos caído naquele lago. É, eu teria deixado ele me beijar. Ele é bonito. E muito atraente. E tem olhos azuis que me deixam zonza. E um sorriso irritante que me faz meu coração acelerar.

Não! Simplesmente, não! Eu não posso me deixar entrar nessa bobagem de me interessar por Peter Carson. Ele está fazendo de tudo pra me irritar, e está conseguindo. Então, não vou me deixar levar pela beleza dele. E por aqueles sorrisos... e que sorrisos!

—Anne? —Collin me chamou, estalando os dedos e me tirando dos meus pensamentos idiotas sobre Peter. —Pensando no amor da sua vida?

—Para de ser idiota, Collin. Eu não gosto nem um pouco do Peter. Pelo contrário, quero matá-lo cada vez mais, quanto mais ele me irrita. —Afirmei, voltamos a arrumar minhas coisas no quarto. —Agora nós dois precisamos pensar em algo bom o suficiente pra fazer com eles.

—Eu tenho uma ideia. —Collin se deitou, encarnado o teto pensativo. —Agora que eles vão trabalhar com a mamãe, vai ficar muito mais fácil.

—Pra aprontar com eles ou pra você ficar perto da sua amada Emma? —Provoquei e ele sorriu.

—As duas coisas. —Afirmou, jogando uma bolinha de papel em mim. —Eu sei o que vamos fazer, Anne. Só que de jeito nenhum podemos atrapalhar o trabalho da nossa mãe.

—E que ideia é essa que você teve? —Ele arqueou uma das sobrancelhas e abriu um sorriso largo.



Continua...

10 Maneiras de Sobreviver as Férias / Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora