08_ Estrelas.

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Sabe aquele momento em que você se vê numa situação que não tem nada haver com você e o que você mais quer é correr dali e sumir? Então, era exatamente isso.

Agora já estávamos no tal evento e tinha um monte de gente que não tinha nada haver comigo. E o que eu mais via naquele lugar era; mulheres ricas, bem vestidas, mimadas, fabulosas, fúteis, e algumas adolescentes que eram piores que as mães e parentes que estavam presente.

Eu não me encaixava naquele mundo de jeito nenhum.

ㅡ Filha? ㅡ Minha mãe apareceu lado, me virei para a mesma lançando um olhar debochado. ㅡ Socializa, Joe. Faz amizade com algumas garotas da sua idade.

ㅡ Não quero. ㅡ Dei de ombros.

ㅡ Por que não?

ㅡ Porque eu estou aqui sendo obrigada a tá nesse ambiente onde eu não me encaixo. ㅡ Falei num tom sarcástico.

ㅡ Joe... ㅡ Minha mãe sussurrou. ㅡ Por que você está de mal humor? Isso aqui vai ser ótimo para você.

ㅡ Mãe, eu só... não estou afim. ㅡ Levantei-me da cadeira onde eu estava e sair por aquele enorme salão em busca de um lugar que não estivesse tão lotado quanto o resto daquele lugar. Avistei uma porta e sem pensar muito entrei na mesma, e depois da porta havia uma escada. ㅡ Ai meu Deus, seja o que o senhor quiser. A minha curiosidade falou mais alto. ㅡ Murmurei para mim mesma segurando aquele vestido inútil e subindo as escadas.

Vocês podem está se perguntando, e o medo dessa garota? Eu não tinha. Ok, medo todo mundo tem, mas quando se tratava da minha curiosidade eu não ligava para o medo do que poderia acontecer comigo. Sinceramente, parecia que a curiosidade tomava conta de mim e eu esquecia completamente do resto.

Continuei subindo aquelas escadas enorme, e depois de muito cansaço cheguei na parte de cima vendo que tinha uma outra porta. Porém, era uma porta completamente diferente da outra.

ㅡ O que será que tem aqui? Espírito? ㅡ Perguntei a mim mesma, em seguida ri disso abrindo a porta e podendo ver o que tinha atrás dela. Uma sacada.

Sim, uma sacada. Mas o que me chamava atenção mais do que a sacada era o que dava para ver. O céu, as estrelas, a noite, a lua. Aquele vento gélido que trazia boas sensações no peito bateu em meu rosto após eu passar pela porta e ir em direção a sacada.

A lua estava tão bonita, o céu estava bonito, as estrelas brilhavam demostrando o quanto tudo aquilo era... perfeito e maravilhoso de se ver. Éramos tão privilegiados, somos tão privilegiados para ter essa vista todo dia a noite e mesmo assim não da mínima.

ㅡ Isso é... ㅡ Murmurei com um sorriso.

ㅡ Perfeito. ㅡ Uma voz masculina completou me fazendo arregalar os olhos.

ㅡ AH!! ㅡ Gritei olhando assustada para o meu lado esquerdo e vendo que o tal garoto estava encostado na parede. ㅡ Caramba, garoto! O que tem na cabeça?? Minhoca??

ㅡ Desculpa. ㅡ O garoto soltou uma risada. Apertei meus olhos encarando a pessoa em minha frente e me perguntando que diabos ele fazia ali. ㅡ Tá me olhando assim por que?

ㅡ O que faz aqui?

ㅡ O mesmo que você. ㅡ Ele se desencostou da parede me permitindo ver ele de verdade. ㅡ Fugindo dessa festa de gente tosca que não faz nada além de se importar com a beleza.

ㅡ Encontrei alguém que me entende. ㅡ Murmurei novamente me encostando na sacada e voltando a olhar para o céu. ㅡ Veiu obrigada pela mãe?

ㅡ Sim, ela disse que era importante para a amiga dela e dona dessa festa ter todo mundo aqui. Até os filhos dos amigos. ㅡ Ele respondeu se aproximando mais e me permitindo ver mais o seu rosto.

ㅡ A minha mãe sendo minha mãe. ㅡ Resmunguei esfregando minhas mãos uma nas outras.

ㅡ A sua mãe é a Jane?

ㅡ Isso.

ㅡ Uau! Não é atoa que você é tão bonita desse jeito, igualzinha a sua mãe. ㅡ Ele sorriu me fazendo ficar completamente sem graça.

ㅡ Obrigada. ㅡ Agradeci desviando o meu olhar, tinha ficado completamente sem graça. ㅡ Espera, eu estou conversando com um completo estranho em uma sacada e me esquecendo completamente que eu posso ser jogada daqui de cima. ㅡ Murmurei.

ㅡ Não é para tanto. ㅡ Ele riu ao meu lado. ㅡ Apresentações sejam feitas. Qual o seu nome?

ㅡ Joe. ㅡ Respondi. ㅡ E o seu?

ㅡ Danilo. ㅡ Ele respondeu me fazendo lembrar quem era ele. Eu não conhecia ele pessoalmente, mas sim pelas redes sociais no qual ele vivia saindo em jornais e capas de revistas. ㅡ Eu sou o... ㅡ Interrompi o mesmo.

ㅡ Eu sei quem você é, Danilo. ㅡ Falei de uma vez. ㅡ A sua mãe e a minha são bem próximas, porém, a gente nunca se conheceu.

ㅡ Nos conhecemos agora. ㅡ Danilo deu de ombros. Apenas dei de ombros assentindo e voltando a olhar aquelas estrelas que estavam brilhantes e lindas.

ㅡ Somos tão privilegiados com essa vista, né?

ㅡ Somos mesmo. ㅡ Danilo respondeu. ㅡ Mas, infelizmente, a maioria das pessoas estão tão ocupados se preocupando com as coisas materiais e se esquecem da natureza que é perfeita.

Fiquei extremamente sem palavras com o que ele tinha acabado de falar. Como eu disse, ele vivia aparecendo em jornais e capas de revistas onde os famosos passava. Por isso que na minha cabeça ele era um daqueles ricos e fúteis que não se importava com nada além do dinheiro.

ㅡ As aparências enganam. ㅡ Resmunguei.

ㅡ O que disse?

ㅡ Nada. ㅡ Balancei a cabeça negando brevemente. Olhei para cima analisando a lua, ela estava enorme e brilhava. Eu amava isso, amava toda essa natureza. ㅡ Espera... ㅡ Murmurei para mim mesma me afastando da sacada ao sentir a inspiração chegando.

ㅡ O que foi? Algum problema?

ㅡ Não! ㅡ Neguei indo até a porta. ㅡ Foi um prazer te conhecer, Danilo! Até mais! ㅡ Acenei para o mesmo antes de fechar a porta e começar a descer aquela escada enorme com um grande sorriso estampado nos lábios.

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Alinhamento das EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora