29_ Tyler me beijou.

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Amor.
Amor...
Amor?

Pera, ELE ME CHAMOU DE AMOR??? Não acredito! Não acredito! Ok, foi meio confuso e uma explosão de sentimentos naquele momento em que eu cruzei meu olhar com o Tyler e ele me chamou de... amor.

Tá certo, na frente de todo mundo éramos como " namorados ". E não seria uma surpresa para ninguém ele me chamar daquele jeito, mas, para mim foi uma surpresa gigante.

Eu não esperava. Não estava preparada. Meu coração não estava preparado. Nem ao menos a produção estava preparada!

ㅡ Er... ㅡ Encarei o seu rosto não sabendo o que responder. ㅡ O-oi.

ㅡ Podemos ir? Quanto mais rápido fomos, voltaremos antes do dia anoitecer. ㅡ Tyler tirou as mãos da minha cintura me fazendo afastar um pouco e conseguir soltar o ar que eu estava prendendo. Na hora, tinha esquecido como se respirava.

ㅡ Mas, a Trixie... ㅡ Antes que eu terminasse de falar, ele me virou e me fez olhar para ao lado vendo que a Trixie estava falando com o Otávio, logo ele pegou no ombro dela e puxou ela para sair da escola. ㅡ Ok, Ela é rápida. Podemos ir.

ㅡ Ótimo. ㅡ Tyler respondeu antes de virar as costas e ir em direção a porta, porém, ele voltou pegou em minha mão dando um daqueles sorriso e me puxou para fora dali.

Não demorou muito para que a gente entrasse no carro e logo eu dirigi até o hospital onde a mãe dele estava. Tá, era normal estar nervosa? Eu sei, não tinha nada demais para eu ficar nervosa desse jeito. Mas só de pensar que a qualquer momento eu iria conhecer a " mãe " do Tyler, me deixava... tensa. Ainda mais sabendo de tudo.

Uns minutos depois já estávamos estacionando na frente do hospital. Dava para ver que aquele hospital não tinha a menor estruturas. Sério, assim que eu pus os pés para fora do carro pude ver que aquele hospital era completamente diferente do que eu sou acostumada a entrar.

ㅡ Vamos? ㅡ Tyler perguntou me fazendo assenti. Antes que ele começasse a entrar, segurei a sua mão e em seguida entramos naquele hospital. A recepção estava lotada, havia muitas pessoas, crianças, bebês chorando, doentes passando de um lado para o outro reclamando, médicos e enfermeiros correndo, e também tinha macas com pessoas feridas pelos corredores. Aquilo me doeu. Meu peito se apertou ao ver essas pessoas sofrendo daquele jeito e não estavam sendo atendidos.

ㅡ Por que as pessoas doentes estão pelos corredores e não nos quartos ou na UTI? ㅡ Perguntei olhando para todos em minha volta.

ㅡ Porque não tem espaço, Joe. Aqui é um hospital público e, infelizmente, não tem espaço o suficiente para atender todo mundo. ㅡ Tyler respondeu. Senti meu peito doer novamente com aquilo. ㅡ Aqui! ㅡ Ele me puxou para perto de um homem vestido com jaleco branco. ㅡ Oi, Dr Sanches. Boa tarde. Lembra de mim?

ㅡ Claro, Tyler! ㅡ O homem sorriu. ㅡ O que veio fazer aqui?

ㅡ Eu queria ver a minha mãe. Se ainda tiver no horário de visita. ㅡ Tyler respondeu.

ㅡ Você teve sorte, rapaz! Resolvemos estender o horário mais um pouco. ㅡ O homem respondeu. ㅡ Por aqui.

ㅡ Ela pode ir junto?

ㅡ Ela é o que dá mulher?

ㅡ Er... minha namorada? ㅡ Tyler enclinou a cabeça.

ㅡ Tyler... ㅡ O médico encarou o Tyler. ㅡ Sabe que só pode entrar membros da família.

ㅡ Eu sei, Sanches. Só que eu preciso dela lá comigo. ㅡ Tyler sorriu inocente. ㅡ Por favor.

ㅡ Ok, vou fingir que ela é a sua irmã. ㅡ O Dr Sanches falou. ㅡ Me acompanhe. ㅡ Com isso, o Tyler me puxava enquanto seguimos o doutor por um corredor que estava a mesma coisa. Havia muitas pessoas doentes em cima de macas espalhados por aquele corredor enorme. ㅡ Aqui está. ㅡ Ele falou ao parar na frente de uma porta. ㅡ Ela ainda não acordou, mas quem sabe ela pode acordar com você lá.

ㅡ E já sabem o que ela tem? ㅡ Perguntei dirrepente.

ㅡ Infelizmente não. Não temos os equipamentos suficientes para os exames necessários para descobrir o que ela tem. Me desculpe. ㅡ O Dr Sanches falou antes de abaixar o olhar e sair dali.

ㅡ Você está preparado, Tyler? ㅡ Olhei para o Tyler ao meu lado, que olhava fixamente para a porta.

ㅡ Com você do meu lado, eu acho que sim. ㅡ Tyler apertou a minha mão antes de colocar a outra mão na maçaneta e abri a porta lentamente. ㅡ Seja o que Deus quiser.

Tyler deu um suspiro antes de abri a porta num ato rápido nos deixando ver o que tinha lá. Lá havia uma mulher em cima da cama, com a roupa do hospital, com os olhos fechados e com olheiras bem fundas nos olhos.

ㅡ Mãe... ㅡ Tyler sussurrou. Olhei-o no mesmo instante ao ouvir a voz dele embargada, logo pude ver que os seus olhos estavam cheio de lágrimas. ㅡ Eu... eu... ㅡ Ele gaguejou.

ㅡ Tyler, calma. ㅡ Toquei em seu peito tentando acalma-lo. ㅡ Eu estou aqui.

ㅡ Eu... eu não consigo. ㅡ Tyler me olhou. Deu para perceber a grande dor os seus olhos transmitia. ㅡ Eu não vou conseguir! ㅡ Ele falou antes de se virar e sair da sala me deixando sozinha.

ㅡ Tyler!! ㅡ Gritei abaixando meus ombros. Meu peito se apertou ao me lembrar do olhar dele.

Havia tanta dor...

ALGUMAS HORAS DEPOIS...

ㅡ Você está melhor? ㅡ Toquei no ombro do Tyler. Agora já havia passado horas da nossa " visita " a mãe do Tyler, estávamos encostados no capô do carro enquanto olhávamos para o céu. Estava anoitecendo, e naquele dia o pôr do sol estava... lindo. Perfeito. Eu me sentia uma sortuda por ter o Tyler do meu lado e ver o pôr do sol.

ㅡ Eu acho que sim. ㅡ O mesmo assentiu cruzando os braços.

ㅡ Por que você saiu daquele jeito?

ㅡ Eu não consegui. Assim que eu vi ela veio um monte de lembranças dela junto comigo antes dela ir embora. ㅡ Tyler respondeu enquanto olhava fixamente para o pôr do sol. ㅡ Eu fui um fraco.

ㅡ Nada disso, Tyler! ㅡ Parei em sua frente e olhei. ㅡ Para de falar assim.

ㅡ Mas eu fui, Joe! Fui um fraco! Não consegui conter as lágrimas, a dor, muito menos as lembranças. Diferente do dia a dia, eu não agi como uma pessoa fria. Eu agi como um... fraco. ㅡ O mesmo abaixou os ombros. ㅡ Eu simplesmente desabei em lágrimas.

ㅡ Tyler, por favor, não pensa assim. ㅡ Peguei em seus ombros. ㅡ Você não é um fraco por ter chorado, sabe muito bem disso. Chorar é uma fortaleza, chorar faz a gente forte. Chorar demonstra que você é uma pessoa forte e tem o seu momento de fraqueza. ㅡ Naquele momento eu não soube se dei uma de apaixonada ou de conselheira. Porque, enquanto eu olhava nos olhos dele meu coração acelerou. Tipo, acelerou mesmo! ㅡ Não se ache fraco por chorar, ok? Tudo bem, Tyler. Pode chorar, ninguém vai te julgar por isso. ㅡ Não soube o que aconteceu, só sei que do nada nossos rostos começaram a se aproximar de uma forma repentina. ㅡ Eu vou está aqui do seu lado para te dá um ombro amigo quando quiser chorar.

Ele ficou em silêncio enquanto nos olhávamos fixamente e, dirrepente, a minha boca secou e ansiou pela dele. Eu sabia que rolaria, por isso eu só me deixei levar pelo momento e simplesmente deixei que ele unisse nossos lábios em um beijo.

Tyler me beijou.

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Alinhamento das EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora