34_ Ciúmes.

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Coração acelerado.

Foi isso que eu senti naquele momento enquanto eu encarava seriamente a minha mãe perguntando de onde ela tirou aquela ideia absurda de juntar eu e o Danilo em um relacionamento estranho e forçado. Eu me perguntava se ela era a minha mãe de verdade.

ㅡ Mãe... ㅡ Respirei o mais fundo que eu consegui para não acabar explodindo. ㅡ Você tá maluca???

ㅡ Eu não, Joe. Não acha que pode ser uma boa ideia você e o Danilo juntos? Vocês formam um casal tão fofo! ㅡ Absurdo. A animação da minha mãe fez meu sangue ferveu e me fez ter mais raiva dela. Aquela mulher era doida??? Me juntar com uma pessoa que eu mal conhecia!

ㅡ Não! ㅡ Levantei-me da cadeira revoltada. ㅡ Você tem noção do que está falando, mãe??? Pelo amor de Deus! Eu mal conheço o Danilo, faz nem um mês que a gente se viu e mesmo assim você e a mãe dele que também é louca igual a você inventou um relacionamento forçado!

ㅡ Mais respeito comigo, Joe. ㅡ Minha mãe me encarou.

ㅡ Ata! Respeito? Pai, fala pra ela! ㅡ Olhei para o meu pai, olhava com um olhar diferente. Tipo, o meu pai não gostava nem um pouco das minha discussões com a minha mãe. Ele dizia que isso deixava o clima pesado e por isso eu ficava calada na maiorias das discussões por causa dele. Mas, naquele momento, meu pai me olhou com um olhar... orgulhoso. ㅡ Fala pra ela! Diz pra ela o quanto as palavras dela me machucam e mesmo assim eu não digo um A pra ela.

ㅡ Realmente, querida, você a machucou. Acha mesmo que um relacionamento entre eles seria o melhor? Eles não se conhecem. E você sabe o quanto eu detesto esse negócio de relacionamento arranjado. ㅡ Meu pai falou. ㅡ Isso quem tem que decidir é eles.

ㅡ Mas... ㅡ Interrompi a minha mãe.

ㅡ Mas nada! ㅡ Bati meu pé no chão irritada. ㅡ Ah, quer saber? Desisto de tentar colocar algo sensato na sua cabeça. Eu vou subir. ㅡ Falei antes de empurrar a cadeira para trás e sair da cozinha.

Subi as escadas correndo e entrei no meu quarto batendo a porta, em seguida tranquei a mesma.

ㅡ ARG! ㅡ Resmunguei revirando os olhos. Sentei-me na cama enclinando-me para pegar meu celular, desbloqueando o mesmo e logo abrindo a mensagem da Trixie.

Trixie- Oi amiga!
Tudo bem?
Desculpa por não ter falado com você antes, mas eu estava estudando com o Otávio.

Joe- Oi, Trixie.
Eu estou ótima! E você?
Não se preocupe, tá? Também estive ocupada.
Estava só estudando mesmo ou mais alguma coisa?

Não demorou muito para ela visualizar a mensagem e responder.

Trixie- Sim, eu estava ajudando ele com biologia.

Joe- Aham, sei.

Trixie- Não debocha, ok? Você que deve ter feito coisa melhor com o... Tyler.

Joe- Nem tanto. A gente foi visitar a mãe dele no hospital.

Trixie- E como foi??

Joe- Péssimo, Trixie. Ele não conseguiu ver a mãe e saiu correndo chorando.

Trixie- Ai, nossa, tadinho.

Joe- Exatamente, Trixie. Eu não soube o que fazer, sabe? Eu nunca vi ele daquele jeito, e nunca pensei que iria ver.

Trixie- Ninguém, né. Aquele cara é conhecido como o garoto mais frio e ríspido do Colégio.

Antes que eu digitasse para responde-la, uma batida na porta me fez revirar os olhos.

ㅡ Não quero falar com ninguém. ㅡ Falo num tom alto desligando a tela do meu celular.

ㅡ Sou eu. ㅡ Era o Danilo. Ao ouvir a sua voz me fez respirar fundo levantando da cama indo até a porta.

ㅡ Olha, Danilo, o problema não é com você. ㅡ Coloquei a minha mão aberta na porta. ㅡ A minha mãe maluca inventa essas coisas para me irritar. Desculpa, eu gostei de te ver e quero ser a sua amiga. Mas... ㅡ Ele me interrompeu.

ㅡ Tá tudo bem, Joe. Eu também acho essa coisa de " relacionamento arranjado " é uma coisa antiga e sem noção. ㅡ O seu tom me fez rir. ㅡ Eu quero ser o seu amigo também. Sem mães malucas para atrapalharem.

ㅡ Obrigada. ㅡ Sorri dando um suspiro de alívio. Agradecia por ele ter entendido meu lado. ㅡ A gente se vê por aí, amigo.

ㅡ A gente se vê. ㅡ Danilo falou, em seguida ouvi passos se afastando da porta. Afastei-me da porta novamente e voltei para a cama, peguei meu celular de novo e liguei o mesmo.

Em seguida respondi a mensagem da Trixie antes de ir até a mensagem do Tyler.

Joe- Tyler? A gente pode conversar?

Nada. Sem resposta.

Sem escolha deixei o celular de lado e deitei na cama, olhei para o teto colocando a minha mãe em cima da minha barriga e suspirei.

Aquele sábado já não tinha começado do jeito que eu esperava. Tirando a notícia boa que eu havia tido da moca da editora, o resto foi uma das coisas mais estranhas e esquisitas. Mas... eu esperava que aquele dia, ou amanhã, terminasse da melhor forma.

[...]

ㅡ Mãe, eu não quero continuar com a merda desse assunto ridículo! ㅡ Falei descendo as escadas com a bolsa em meus ombros, enquanto era seguida pela minha mãe falando sobre aquele assunto do " relacionamento arranjado " com o Danilo. ㅡ Não insiste!

ㅡ Mas, eu... ㅡ Interrompi a mesma.

ㅡ Sinto muito, mãe. Mas eu não vou seguir essa sua coisa maluca de novo, ok? ㅡ Encarei a mesma após terminar de descer as escadas. ㅡ Olha, se quiser continuar esse assunto, fale sozinha. Porque eu estou saindo. ㅡ Falei antes de abri a porta de casa e sair da mesma. Suspirei abaixando meus ombros já cansada de tudo aquilo. A minha mãe estava passando dos limites!

E para onde eu estava indo uma hora dessa?? Iria para uma cafeteria que tinha aqui perto.

ㅡ Preciso sair de casa pra... ㅡ Antes que eu terminasse de resmungar, olhei para o lado vendo que o Tyler estava chegando em casa naquele momento. Ele estava em cima da sua bicicleta e pela sua cara, ele estava de mal humor. ㅡ Tyler! ㅡ Chamei o mesmo, vendo que ele olhou para mim antes de parar a bicicleta no mesmo lugar. ㅡ Onde você estava?? ㅡ Comecei a me aproximar do mesmo perguntando. ㅡ Fala sério, eu te mandei um monte de mensagens e mesmo assim você não respondeu!

ㅡ A bateria do meu celular acabou. ㅡ Tyler respondeu me olhando. Sério, eu achei que depois do que aconteceu o seu olhar mudaria, mas continuava o mesmo olhar intimidador de sempre. ㅡ Foi mal.

ㅡ Tudo bem. ㅡ Balancei minha cabeça rindo. ㅡ Eu só queria saber se você estava bem.

ㅡ Eu estou bem. ㅡ Ele respondeu dando de ombros. ㅡ E você? Está bem?

ㅡ Bom... um pouco. Mas nada que um tempinho com você não resolva. ㅡ Sorri timidamente para o mesmo. ㅡ Né?

ㅡ Hm... ㅡ Tyler assentiu. ㅡ Desculpa, Joe, mas vai ter que ficar para a próxima. Eu tenho que ver meu pai. Pode ser outro... ㅡ Encarei o seu rosto atentamente percebendo que algo nele estava diferente. Ele parecia... distante. ㅡ O que foi?

ㅡ Aconteceu alguma coisa, Tyler? ㅡ Soltei a pergunta de uma vez antes de me aproximar do mesmo e pegar em sua mão. ㅡ Você está diferente. Eu fiz alguma coisa?

ㅡ Não. ㅡ Tyler negou num tom mais ríspido. ㅡ Não aconteceu nada.

ㅡ Tem certeza? ㅡ Continuei encarando-o. Percebi que o mesmo balançou a cabeça negativamente, antes de suspirar e abri os olhos me olhando novamente. ㅡ Tyler, fala comigo.

ㅡ Eu sei que eu não tenho nada haver com a sua vida, e não tenho o direito de exigir nada. Mas... ㅡ Ele suspirou novamente antes de me olhar com um um ar mais sério. ㅡ Quem era aquele garoto que estava em seu quarto? E por que ele não parava de sorri pra você?

•••

Alinhamento das EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora