ARMANI
Fui até ao jardim onde estava sentado o meu psiquiatra, Roy, com um livro enorme de psicologia clínica. Assim que me viu, levantou-se e deu-me um abraço de boas-vindas e confesso que muita a gente que já abraçou-me nos últimos dois anos, mas os abraços deste homem serão sempre os que eu contentemente receberei.
Quando senti-me a beira de lágrimas mantive o abraço por mais um tempo, até que eu ganhasse controle das torneiras nos meus olhos. Assim que afastei-me do abraço dele, Roy convidou-me a sentar na cadeira junto a mesa em frente ao jardim, coberto de relva verde lindamente cuidada a nossa frente.
- Como é que estás Armani? - ele perguntou
Como é que eu estou...
É como se a Armani que eu conheço, tivesse se perdido em algum espelho que me vi pela última vez, porque hoje, agora que me olho, não reconheço a mulher que olha de volta, não reconheço as roupas vestes, a maneira como fala, a forma como seduz outros pelo mal, eu não reconheço a mulher que olha-me no olho quando encaro o espelho.
Eu estou irreconhecível.
- Já tive dias melhores. - foi a única coisa que me saiu pela boca e voltei-me para o jardim, onde o Yandy cuidava das flores que lá cresciam.
Doutor McDonald assentiu, mas nada mais disse.
Focou-se em mim, sem ver, eu conseguia sentir o olhar angustiado que me lançava, mas não durou muito até que ele me perguntasse se eu gostaria de passar a nossa secção para um outro dia, depois de eu descansar e voltar a acostumar-me ao ritmo das coisas nesta mansão.
Não protestei.
Assenti, despedi-me dele e voltei a entrar em casa.
No caminho para o meu quarto, cruzei-me com o próprio diabo no corredor, que estava ao telemóvel a irritar-se com alguma coisa como sempre.
Considerando a hora, não esperava encontrá-lo tão já.
Presumo que seja um dos seus negócios de cobertura, ou melhor, um dos seus vários negócios legais que cobrem a existência dos seus vários negócios ilícitos. Digo isto porque ele estava a falar inglês e não italiano.
Eu não hesitei em continuar a andar, mas o Roman impediu que isso continuasse, pois segurou-me pelo braço, com força, provavelmente força suficiente para deixar uma marca da sua mão.
Encostou-me contra a parede e continuou a falar o telemóvel com os olhos esverdeados fixos em mim, com o perfume a ocupar o lugar do oxigénio, o vazio nos seus olhos a sugarem o resto de vida que se encontravam nos meus, fúria, morte, monstruosidade era tudo que aquele olhar transmitia.
Ele estava morto, reinando o inferno no lugar de Lúcifer e queria levar o mundo inteiro consigo.
- Diego, eu mato pessoas como ganha-pão. - ele tirou um sorriso diabólico - Não me provoca. Resolve essa merda, porque se eu for a resolver, não teres resolvido isso será a última coisa a fazeres vivo.
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BLACKJACK [A APOSTA]
Romance[PORTUGUÊS] Quando Jake Moore perde uma aposta no casino, ele é obrigado a entregar a esposa a um chefe de máfia de Chicago, que faz dela uma arma especial para os seus negócios. ------ [Início: 21/07/22] [Fim: 24/04/23]