II - Quem Eles São

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ARMANI

Fui até ao jardim onde estava sentado o meu psiquiatra, Roy, com um livro enorme de psicologia clínica

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Fui até ao jardim onde estava sentado o meu psiquiatra, Roy, com um livro enorme de psicologia clínica. Assim que me viu, levantou-se e deu-me um abraço de boas-vindas e confesso que muita a gente que já abraçou-me nos últimos dois anos, mas os abraços deste homem serão sempre os que eu contentemente receberei.

Quando senti-me a beira de lágrimas mantive o abraço por mais um tempo, até que eu ganhasse controle das torneiras nos meus olhos. Assim que afastei-me do abraço dele, Roy convidou-me a sentar na cadeira junto a mesa em frente ao jardim, coberto de relva verde lindamente cuidada a nossa frente.

- Como é que estás Armani? - ele perguntou

Como é que eu estou...

É como se a Armani que eu conheço, tivesse se perdido em algum espelho que me vi pela última vez, porque hoje, agora que me olho, não reconheço a mulher que olha de volta, não reconheço as roupas vestes, a maneira como fala, a forma como seduz outros pelo mal, eu não reconheço a mulher que olha-me no olho quando encaro o espelho.

Eu estou irreconhecível.

- Já tive dias melhores. - foi a única coisa que me saiu pela boca e voltei-me para o jardim, onde o Yandy cuidava das flores que lá cresciam.

Doutor McDonald assentiu, mas nada mais disse.

Focou-se em mim, sem ver, eu conseguia sentir o olhar angustiado que me lançava, mas não durou muito até que ele me perguntasse se eu gostaria de passar a nossa secção para um outro dia, depois de eu descansar e voltar a acostumar-me ao ritmo das coisas nesta mansão.

Não protestei.

Assenti, despedi-me dele e voltei a entrar em casa.

No caminho para o meu quarto, cruzei-me com o próprio diabo no corredor, que estava ao telemóvel a irritar-se com alguma coisa como sempre.

Considerando a hora, não esperava encontrá-lo tão já.

Presumo que seja um dos seus negócios de cobertura, ou melhor, um dos seus vários negócios legais que cobrem a existência dos seus vários negócios ilícitos. Digo isto porque ele estava a falar inglês e não italiano.

Eu não hesitei em continuar a andar, mas o Roman impediu que isso continuasse, pois segurou-me pelo braço, com força, provavelmente força suficiente para deixar uma marca da sua mão.

Encostou-me contra a parede e continuou a falar o telemóvel com os olhos esverdeados fixos em mim, com o perfume a ocupar o lugar do oxigénio, o vazio nos seus olhos a sugarem o resto de vida que se encontravam nos meus, fúria, morte, monstruosidade era tudo que aquele olhar transmitia.

Ele estava morto, reinando o inferno no lugar de Lúcifer e queria levar o mundo inteiro consigo.

- Diego, eu mato pessoas como ganha-pão. - ele tirou um sorriso diabólico - Não me provoca. Resolve essa merda, porque se eu for a resolver, não teres resolvido isso será a última coisa a fazeres vivo.

BLACKJACK [A APOSTA]Onde histórias criam vida. Descubra agora