BLACKJACK [A APOSTA]

L - Génesis

ARMANI

Eu estava agora deitada no tapete do quarto em que eu estava a dormir nas últimas duas semanas, num intervalo, porque estava mesmo a ter dificuldades de fechar a minha mala principal e não planeava em pagar pesos extras, portanto eu tinha que mesmo resolver aquele problema.

Passaram duas semanas desde que tirei o Roman da minha vida temporariamente.
Ele tem ligado e deixado mensagens mas não encontro em mim a coragem de atender e abrir as mensagens, para o meu bem, pois tenho estado a fazer o que lhe disse: a focar-me em mim e tentar perceber-me. Conhecer-me outra vez.

Foi drástico e tem sido pior que qualquer outra dor que senti nos últimos dois-três anos, chorei por duas noites seguidas e depois escolhi lidar com a dor internamente, seguir com o plano sozinha enquanto sofria internamente. Enquanto sofro internamente.

Nunca fiquei tanto tempo sem falar com nenhum deles dessa forma.

Depois de deixar a carta para o Roman, mandei uma mensagem para Nicolette e a Donna e pedi que elas não me procurassem por um tempo, pois eu queria estar longe de tudo que me lembrava do Roman, o mesmo fiz com o Santo que tem a enorme obsessão de resolver os problemas do Roman, pedi que ele não me procurasse e me fizesse concertar nada.

Lembro-me que Santo respondeu com "Não planeava. Que tenhas uma boa vida, Armani. Espero ver-te outra vez um dia." Diferente das meninas que fizeram completamente o oposto, ligaram-me, ligaram para a Autumn, mandavam mensagens e emails e mensagens de voz e um dia pararam. Perceberam a mensagem.

Eu precisava de sair, de me afastar de tudo que lembrava-me do Roman, isso incluía a cidade. Eu não posso continuar em Chicago, eu não queria continuar em Chicago, por isso procurei um trabalho em Nova Iorque, Califórnia e Boston, eventualmente tive notícias de Nova Iorque, vou trabalhar como assistente administrativa de uma agência seguros.

Não tem nada haver com o curso que fiz, mas dinheiro não vai ser um problema para mim por muito tempo, agora que tenho acesso a conta bancária que o Roman deixava o meu pagamento dos anos que trabalhei para ele, eu só precisava de coisas a fazer onde vou.

Vi a Autumn a entrar no meu quarto, não a ouvi a entrar porque estava com os auriculares com a música alta, mas tirei-os para ouvi-la a falar o que ela queria falar.

- Então, daqui a quatro horas vais mesmo deixar-me. De novo. - Autumn parou em frente as minhas malas.
- 1 hora de voo. Tenho a certeza que podes sobreviver. - sorri. - Vai, senta-te na mala e ajuda-me a fechar a porra da mala. Não me vou livrar de nada, vou pagar os pesos extras.

Autumn deitou-se por cima da minha mala e eu fechei-a.

- Como é que estás? - ela perguntou, sentada por cima da mala.
-  Bem. Eu estou bem. - assenti.
- Sabes que podes falar comigo certo? Eu já não sou uma criança Mani.