XXIX - Melancolia

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ARMANI

Os Ceruttis são sem nenhuma margem de dúvida, invulgares e pouco discretos no que diz respeito à expressões faciais, deixam as suas caras falarem por si e falam o que pensam quando são questionados mas adoram dar voltas nos assuntos quando não os ...

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Os Ceruttis são sem nenhuma margem de dúvida, invulgares e pouco discretos no que diz respeito à expressões faciais, deixam as suas caras falarem por si e falam o que pensam quando são questionados mas adoram dar voltas nos assuntos quando não os querem introduzir.

A mãe dele não gosta da Nicolette e a Nicolette não esconde que aquilo não lhe incomoda e que ela pode fazer melhor o jogo de odiar. Mas também parece ter alguns parafusos a menos, a maneira como ela sorri subitamente e foca o olhar numa única pessoa, é sem dúvidas bizarro.

O pai dele é observador, olha e nunca diz nada. Quando abre a boca não parece ter a capacidade de dizer coisas boas ou pouco sarcásticas.

O irmão mais velho dele, Luca, diferente do pai, tem muito a contar e a comentar. É sem dúvidas imprudente com palavras e provavelmente com ações também, é estranho como ele é quem está a seguir com o legado do pai deles.

A esposa dele também era meio esquisita, só falava com ele e focava os olhos no seu prato e uma vez a outra na Nicolette, talvez porque sabe que o marido tem uma paixoneta de criança nela.

O irmão mais novo, Stefano, parece ser o que está perdido na família. Ele parece um dos bons, bom demais para estar no meio de tanta insanidade, se tivesse a chance teria sido o orgulho da família, com um bom emprego, boas conquistas, uma boa família. Completamente ordinário e simples.

Santo não falava, falava só quando a mãe do Roman falava com ele e uma vez a outra com o Stefano e a esposa dele e mandava todo o resto a merda.

Como eu previ, Roman vem de uma família quebrada e o mau comportamento é justificado por isso, provavelmente hoje terei a chance de perceber o quão quebrado eles são, a ponto de o quebrar também.

Gisela, a esposa do Stefano, Donna e eu conversávamos enquanto comíamos, sobre nada que dizia respeito a Nicolette que estava com os olhos fixos no pai do Roman. Não vou ficar surpresa se ela acionar o lado mau deles, no entanto, considerando o amor que ela tem pelo Roman, ela pode vir a não fazer nada que possa irritá-lo no fim. Pelo menos por agora.

- Então Armani, é isso? - Mário perguntou-me e eu assenti. - O que é que fazes da vida?
- Sou gestora de marketing de empresas corporativas.

Ou melhor, era.

- Vivo sozinha em Chicago...bem, vivo com ele na mansão dele e visito a minha casa em Chicago. - ri-me timidamente e fitei-lhe.

Roman não conseguiu puxar nada mais que eu meio sorriso.

Eu disse-lhes também que tenho uma irmã mais nova, que tenho uma mãe e um pai que desistiu do papel.

- Parece-te familiar, Mário? - Santo sorriu e Nicolette acompanhou.
- És tão...boa. - Stefano começou. - Honestamente nunca pensei que o mano tivesse a capacidade de encontrar alguém tão oposta a ele. - ele sorriu para o irmão que revirou os olhos.
- Boa demais para ser verdade. - Luca continuou. - Por quê temos que acreditar que tu não estás a ser alugada?
- Porque é a verdade. - defendi. - Eu fui casada uma vez, está bem? - franzi a testa e depois virei-me para o Roman, pousando a minha mão na dele. - Gostaria na verdade de ter me casado só uma vez. - olhei para para ele que estava impressionado com a minha atuação.
- Comigo, certo? - ele deu continuidade como se tivéssemos praticado o diálogo.

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