XVI - Nicolette D'amico

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ARMANI

Eu estou com vergonha

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Eu estou com vergonha.

Aquela hora que passamos juntos, aquela hora que eu propositadamente provoquei, aquela hora que matei a minha curiosidade, estava a passar pela minha mente como relâmpagos e não me deixava dormir.

Eu estava com vergonha porque eu gostei e eu queria mais.

Eu estava com vergonha porque Roman e eu não temos nenhum tipo de relação mas por algum motivo sempre que eu olho para ele, a quase um ano, é como se ele também estivesse curioso sobre os mistérios que o meu corpo escondia, ele também queria, sempre quis.

Eu estava com vergonha porque eu dormi com alguém que prometi matar pelo meu marido e não tinha nada haver com a minha missão.

Eu estava com vergonha porque eu dormi com o inimigo por puro desejo e curiosidade da minha parte.

Mas a diferença de nós dois encontra-se aí, é que o Roman é um mulherengo, ele gosta de mulheres, ele quer colocar o pau dele em tudo que tem um buraco. Eu não, eu sou mais selectiva a quem decido me abrir e a maneira como eu estava molhada quando estava com ele, mostrou-me que a minha vagina e o meu coração nunca vão se encontrar na mesma página, porque Roman não é o homem que eu gostaria de encontrar no altar, mas depois do que aconteceu hoje, é provavelmente a pessoa que eu gostaria de encontrar no quarto, vezes sem conta.

Ele trata-me como nada e eu estou aqui a pensar em tê-lo dentro de mim outra vez, ele mostra vezes sem conta que ele não gosta de mim, que também vê-me pelo sexo que ele fantasia em ter comigo, vê-me como uma prostituta e eu estou aqui, a madrugada, no aconchego da cama que fui obrigada a estar por causa do trabalho que ele me dá, a pensar em tê-lo dentro de mim outra vez.

Patética.

***

Na tarde do dia seguinte, o Octávio tocou a campainha enquanto eu fazia ainda palavras cruzada a espera da água aquecer na chaleira elétrica para que eu pudesse fazer o meu café.

Ele disse que o Santo estava lá embaixo, a minha espera, e eu imediatamente franzi a testa. Perguntei se ele sabia do que se tratava mas infelizmente a resposta foi negativa.

Usei um par de sapatilhas e desci com o meu bloco de palavras cruzadas com o Octávio, ao sair do prédio, dei de cara com um carro desportivo, preto matte, com os vidros fumados, o que significa que o próprio Santo estava a conduzir.

A porta levantou-se e fui recebida por um interior vermelho que chamou-me a atenção, entrei no carro e a porta fechou-se como abriu-se: automaticamente.

- Olá. - eu disse-lhe.
- Oi. O que é que tens aí? - ele perguntou antes de começar a conduzir.

Com a velocidade que ele estava a levar, senti-me imediatamente compelida a usar o cinto de segurança.

BLACKJACK [A APOSTA]Onde histórias criam vida. Descubra agora