Dinheiro falso

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Tenham uma boa noite e boa leitura, amores.

P.O.V Camila

Rodeei o corredor uma, duas, três e muito mais vezes. O motivo? Não sabia se entrava no quarto de minha irmã ou se dava mais um tempo. Eu preciso ter uma conversa com ela, mas também não quero incomoda-la justo agora que está de cabeça quente. Por isso estou hesitante dessa forma. Quais providencias os meus pais tomariam nessa situação? Deixar Sofia de castigo? Brigar com a diretora? Eu realmente não sei. Eles nunca tiveram que ir na escola por causa de briga, Sofia e eu nunca fizemos isso. Eu tenho tanto medo da minha irmã seguir o caminho errado, e muito mais medo de eu não conseguir ser responsável o suficiente para cuidar dela. Desço a escada, ainda um tanto pensativa sobre o que fazer, então preferi ir para a cozinha e preparar um lanchinho da tarde. Bem, acho que isso me dera uma oportunidade de me encontrar com Sofia. Preparo dois copos de limonada com bastante gelo e os deixo na bandeja, enquanto isso, comecei a preparar dois lanches com o que tem na geladeira.

Tosteis os pães, passei maionese neles e finalizei com algumas fatias de peito de peru. É o que está tendo e sinceramente? É uma delícia. Após ajeitar tudo na bandeja, me direcionei novamente para escada, me equilibrei o caminho todo para não deixar cair nada do nosso lanche da tarde. Duas batidas na porta foram o suficiente para minha irmã me dar permissão para entrar. Me virei para abrir a porta e deparei-me com a garota deitada na cama, e com os fones nos ouvidos. Sofia rapidamente puxou os fones e os jogou para o canto, então se sentou em espera.

- Eu trouxe um lanche para nós – Deposito a bandeja sobre o colchão – E uma boa limonada gelada.

- Obrigada - Sofia cutucou o pão tostado antes de pega-lo sem vontade alguma.

- Será que podemos conversar?

- Tudo bem.

- Como você está se sentindo? – Me sento ao lado da bandeja, o objeto está entre nós duas.

- Kaki, você sabe muito bem como eu estou me sentindo – Apesar da sua resposta ser dura, ela não está com o semblante fechado...ainda – Você não ficou do meu lado, não me defendeu.

- Sofi, você não entende...

- Não entendo o que? Aquelas garotas mexeram comigo e eu que levo o chumbo? – Agora sim o semblante dela está fechado – Qual é?

- O que as lideres falaram para você? – Arqueio ambas sobrancelhas. Minha pergunta a fez desviar o olhar e deixar cair os ombros – Viu só? Você não me diz nada, como quer que eu te defenda?

- Elas só mexeram.

- Detalhes, Sofia.

- Do que adianta? Não vai mudar em nada! – Sofia revirou os olhos.

- Eu nunca quis ser dura com você e você sabe muito bem que eu não posso fazer muita coisa, Sofi – Pego o copo cheio e tomo uma boa quantidade da limonada para hidratar a boca que começava a ficar seca – O que queria que eu fizesse? Eu não posso chegar e armar um barraco na escola.

- Desculpa.

Minha irmã sabe muito bem o motivo de eu não poder fazer muita coisa, principalmente enfrentar a diretora. A escola já é particular e eu não preciso pagar nada por conta do que aconteceu, então se eu ficar batendo boca com alguém superior lá dentro, não vai prestar. Sofia tem muitos amigos por lá e até se adaptar em uma outra escola, e provavelmente seria uma escola pública. E eu não vejo problema em estudar em escola pública, o ensino é maravilhoso do mesmo jeito, é que a Sofia estudou desde sempre em escola particular graças aos nossos pais e eu não quero arrancar isso dela.

The Boss - CAMRENOnde histórias criam vida. Descubra agora