Capítulo 127

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Carol's POV

Day estava sentada na minha cama e mexendo no celular quando eu saí do banheiro. Eu achei que ela nem olharia pra mim, mas me enganei, ela levantou a cabeça e sorriu em minha direção, ela estava sorrindo pra mim mesmo depois do que eu fiz. Essa mulher é o amor da minha vida e ninguém pode me provar o contrário, o sorriso dela é capaz de melhorar qualquer coisa. Quando eu sentei na sua frente e peguei meu celular, ela ficou me olhando por um tempo, acho que ela percebeu que eu tava tentando fingir não ter visto e por isso deu risada.

- Tá melhor? - Ela perguntou e eu concordei.- Então já que meu trabalho tá feito, acho que posso ir embora, né?

- você não acha que tá um pouco tarde? - Eu perguntei tentando pedir pra ela ficar, mas sem ser diretamente. Afinal, a decisão de querer espaço ainda era dela.

- Você quer que eu fique?

- Você quer ir? - Ela não respondeu, eu entendi isso como um "não" e então levantei o olhar, a encarando.

- Na verdade não, não quero. - Ela falou e eu sorri. Ela ia ficar, eu ia dormir abraçada nela, mesmo depois de tudo o que aconteceu hoje. Ela suspirou e eu tive a certeza de que tinha um motivo a mais pra ela querer ficar, eu só não entendia o porquê, então decidi perguntar.

- O que aconteceu? - Ela me encarou com uma expressão confusa e eu decidi continuar. - Você pensou antes de responder e suspirou, como se tivesse pensando em algo, no que você pensou?

- Por que você me conhece tão bem? - Ela perguntou e eu ri, dando de ombros. - Essa tarde, quando você foi embora da minha casa, eu dormi e tive um pesadelo que só de lembrar me dá vontade de chorar.

- Pesadelo com o que?

- Com você. Você tinha sofrido um acidente no caminho de volta pra sua casa, eu cheguei no hospital e só tive notícias suas horas e horas depois, e não foram notícias nada boas, você tinha falecido. Quando o médico me falou isso, eu senti meu mundo todo desmoronar, Carol. Eu não conseguia respirar. Eu não posso perder você, você é tudo que eu tenho, tudo que eu sempre sonhei. Você é meu porto seguro, eu preciso de você. - Day passou a mão abaixo dos olhos e limpou as lágrimas que escorreram enquanto ela lembrava do sonho. Eu me levantei, sentei ao seu lado e a abracei, com toda força que eu podia.

- Eu tô aqui, amor. Eu tô viva, tô bem, foi só um pesadelo idiota. - Ela deitou a cabeça no meu ombro e chorou ainda mais. Meu coração apertou ao ouvir seu choro.

- Pareceu tão real, cada sentimento, meu coração doía, meus pulmões pareciam não ter ar, foi horrível. Eu não quero passar por isso de novo. Perder você em um sonho doeu muito, eu não quero saber como vai ser se eu te perder de verdade. - Sua confissão saiu como um pedido de socorro, as lágrimas não paravam de descer e ela não parava de chorar. Eu tentava acalma-lá fazendo carinho nas suas costas, mas não adiantava muito, ela estava agitada.

- Você não vai me perder, Day. Eu entendo o que você tá sentindo, eu senti isso essa manhã quando eu te contei sobre a ameaça.

- Eu fui tão babaca com você, tão ignorante, tão idiota, eu nunca me perdoaria se o acidente tivesse sido real e a última coisa que você tivesse escutado de mim fosse aquelas palavras grosseiras e não algo que você merecia ouvir. Eu sinto muito, Carol. - Ela ainda chorava, me partia o coração vê-la daquele jeito, ela parecia tão quebrada. Eu juro que conseguia ver a Day adolescente que perdeu o pai e se culpou por anos pela morte dele em minha frente nesse momento. Ela se culpava pela minha morte, se culpava por algo que nem sequer tinha acontecido.

- Eu merecia ouvir aquelas coisas, eu fiz besteira e sei que errei, não tem que pedir desculpa por nada, tá bom? - Eu sai do abraço e a encarei. - Eu te amo e nada vai mudar isso. Você não fez nada de errado, não tem que se arrepender de nada. Eu tô bem, você tá bem e a gente tá caminhando pra acertar tudo entre a gente, só isso que importa, gatinha.

- Eu também te amo. Obrigada por tudo. - Ela sorriu e eu a beijei.

- Agora, vamos dormir que eu tô morrendo de cansaço. - Day assentiu e me puxou pra deixar em seu peito. Eu abracei sua cintura e senti sua mão no meu cabelo, começando um cafuné que me fez apagar minutos depois.

The FeatOnde histórias criam vida. Descubra agora