Capítulo 136

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Day's POV

Dez minutos, dez minutos que a Luísa não saía de cima de mim, aquilo estava me deixando completamente desconfortável. No começo quando a Carol voltou, eu praticamente implorei pra ela me ajudar, mas ela parecia estar se divertindo, porém depois de todo esse tempo, acho que até ela já estava ficando puta com a falta de noção da garota. Ela ficava encostando em mim sem necessidade, chegando perto demais, eu tava quase levantando e indo na cozinha pra fugir dela. Ela não parecia se tocar, mas ao mesmo parecia saber exatamente o que estava fazendo, pois as vezes ela olhava pra Carol de um jeito debochado. O celular da minha ruiva tocou, ela pediu licença e subiu para conversar sem ninguém ficar ouvindo a conversa. Minutos depois ela voltou até a escada.

- Day, a gente pode conversar? - Carol perguntou e subiu de volta sem ao menos esperar pela minha resposta. Não sei se eu ficava com medo ou agradecia por ela fazer eu me afastar da Luísa.

O tempo em que Carol saiu, fez a Luísa se sentir confortável pra colocar a perna em cima da minha, como se a gente tivesse uma grande intimidade, o que não tínhamos. Carol com certeza viu essa cena e esse era meu medo. Eu claramente não estava me divertindo com essa situação, mas talvez não ficasse tão claro assim pra quem olhava de fora. Tentei tirar a perna dela de cima da minha da forma mais gentil possível e ouvi ela reclamar da minha agressividade. Sim, eu só empurrei a perna dela mesmo.
Cheguei no quarto e Carol estava de cara fechada mexendo no celular, eu estava nervosa, não queria brigar.

- Oi amor. - Chamei sua atenção e ela me encarou após jogar o celular em cima da cama.

- Demorou, tava falando pra Luísa que voltava logo? - Carol perguntou com uma certa raiva na voz, eu sabia o que era aquilo. Pela primeira vez eu vi a Carol com ciúmes.

- Você sabe muito bem que eu não tô me divertindo com essa situação. - Me defendi e ela bufou.

- Tá, tanto faz. Eu te chamei por outro motivo. - Seu rosto tinha uma expressão de preocupação, era provavelmente um assunto sério.

- E pelo jeito não é pra matar a saudade. - Reclamei ao sentar do seu lado e ela riu, negando.

- Você só pensa nisso? - Carol perguntou ainda rindo, era claro que eu estava brincando, mas eu amava ver ela rindo.

- Quando o chá é bom a abelha sempre volta. - Eu falei me lembrando do ditado.

- Você sabe que tá errado, né? - Sim, eu sabia, então apenas assenti e ela riu novamente, me dando um tapa fraco no braço. Ela estava vermelha, mesmo depois desse tempo juntas e tendo intimidade, ela ainda sente vergonha quando falo algo desse tipo, era incrivelmente fofo.

- Mas é sério agora, o que você queria me falar? - Perguntei segurando sua mão e fiquei girando sua aliança até que ela começasse a falar.

- Pedro me falou que não vai conseguir me garantir as três coisas para a Lana. Ou seja, os processos continuam e eu preciso que você denuncie ela por agressão e me use como testemunha. - Carol tava lutando mais que eu e o Zayn para ver essa garota se fuder, ela queria se redimir por ter mentido pra mim e eu sabia disso. O jeito que ela cuida de mim é a coisa mais linda que eu já vi e só faz eu me arrepender de ter dito algumas palavras pra ela naquele dia.

- Você acha isso extremamente necessário, né? - Ela assentiu, eu sabia o quanto isso significava pra ela, por isso eu faria. Claro que eu queria mandar a Lana pro inferno, mas Carol tinha tornado isso uma prioridade. - Tudo bem, eu posso denunciar amanhã.

- Obrigada.

Eu sorri e ela se aproximou, colando nossos lábios, eu pedi passagem e ela cedeu. A puxei para sentar em meu colo sem quebrar o beijo e passei meus braços pela sua cintura, ela abraçou meu pescoço com uma das mãos e manteve a outra no meu rosto, me fazendo carinho. Minha mão adentrou sua camisa e senti seu corpo inteiro se arrepiar ao sentir meu toque em suas costas. Ela afastou seus lábios dos meus e eu reclamei baixinho, a fazendo rir.

- Eu não vou te dar o que você quer agora, sua mãe tá aqui.

- Ela não vai ouvir nada e a gente pode trancar a porta. - Eu falei e ela sorriu, me empurrando para deitar. Ela deitou por cima de mim e levou sua boca até meu ouvido para sussurrar bem baixinho:

- Ainda é um não, a Luísa vai sentir sua falta e daqui a pouco o bolo fica pronto, não posso deixar sua mãe na mão agora. - Eu suspirei derrotada. Só aí me toquei sobre o que ela falou da Luísa.

- Se a gente voltar lá pra baixo e ela voltar a encher meu saco, eu posso expulsar ela daqui? - Carol riu e negou com a cabeça.

- A casa é sua, mas não acho que sua prima iria gostar disso. - Ela tinha razão, Thali provavelmente ficaria brava comigo, afinal elas eram amigas.

- Isso faz bas.. - Uma batida na porta interrompeu minha fala, Carol apenas voltou a sentar no meu colo e eu sentei também. - Entra.

- Desculpa atrapalhar, é que os bolos estão prontos e você pediu pra eu chamá-la, Carol. - Minha mãe falou e minha namorada sorriu, levantando rapidamente de cima de mim. Ela pegou o celular e saiu do quarto acompanhada da minha mãe, me deixando sozinha com um sorriso no rosto ao ver que elas tinham se dado bem uma com a outra.

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