Promessas

192 16 3
                                    

Entramos e comemos o maravilhoso bolo de milho preparado pela própria Eloise. Conversamos e nos atualizamos sobre nossas vidas, claro que Eloise perguntou se eu estava casada, namorando... Enfim, ela continuava na mesma, invasiva, imponente e pelo visto agora a sua atividade preferida era viajar, tinha até um grupo de excursões de terceira idade, o qual ela havia feito diversas amizades. Passamos um bom tempo com ela me contando sobre suas várias aventuras.

- Mas olha, esse bolo está incrível! Preciso muito dessa receita... - comentei animada ja com o segundo pedaço.

- Sabe quem mais gosta desse bolo?

- Quem? - indaguei curiosa.

- Vitória. - ela me olhou com alguma sagacidade.

- Como?! - engasguei e ela notou que eu mudei o semblante ao ouvir falar dela.

- Su, eu não vou dar muitas voltas, vou direto ao assunto... Sabe o motivo para eu te chamar aqui hoje?

- Queria matar a saudades? Colocar o papo em dia?

- Isso também, mas existe outro motivo importante... E o nome dele é Vitória.

- Não estou compreendendo... - estava confusa.

- Esses dias ela veio aqui me visitar, e me contou que vocês se reencontraram...

- Ah sim, não mencionei antes, mas foi assim, por acaso no hospital, fiquei muito feliz que ela estivesse formada... - respondi desviando o olhar, estava sem graça.

- Grávida, ela está grávida. - Eloise usou um tom de preocupação.

- Sim, isso me deixou muito feliz.

- Você sabe da tal cardiopatia da bebê?

- Claro que sim, por um acaso irei operar...- respondi confiante.

- Fico aliviada por isso... Sabe... Desde que Helena partiu eu tenho cuidado das crianças como se fossem minhas, eu prometi isso a ela.

- Eu vejo seu esforço...

- Mas ela pediu algo além disso, algo que até hoje, eu não havia contado a ninguém.

- Não entendi...

- Ela deixou uma carta para você.

- Carta? Que carta?

- Eu iria entregar na última vez que nos reunimos, mas eu não estava pronta para isso ...

- Eu estou ficando muito confusa.

- Toma, aqui está... - Eloise me entregou um envelope, eu o peguei e notei que estava violado.

- Alguém leu... - olhei franzindo a testa.

- Eu li... - Eloise respondeu sem graça.

- Mas se ela deixou para mim, por que leu?

- Precisava entender algumas coisas.

- Que coisas Eloise? - fiquei um tanto quanto indignada.

- Vocês duas, você e ela sempre tiveram um ligação forte. Algo que nem comigo, que era irmã dela, eu tinha... Ela te contava tudo.

- Você sabe que nos gostavamos muito, nós... Eu a amava Elô.

- Essa forma daí, como vocês se gostavam, até hoje não entra na minha cabeça... Isso é tão estranho para mim, sei lá... - Eloise balançou cabeça em sinal de repulsa.

- Ok e eu respeito isso contanto que me respeite também...

- Então, falando nisso, quando esteve aqui há alguns anos atrás no nosso reencontro, eu sem querer peguei você e a Vitória juntas. Juro que para mim isso é uma abominação e na época, só não fiz nada por causa dessa carta.

- O que tem nessa carta? E porque resolveu me entregar justo agora?

- Pela Vitória, ela está precisando de você...

- Precisando como? O que está acontecendo?

- Su, eu não tenho muito mais o que falar, você precisa ler a carta. Só quero que me prometa duas coisas...

- Diga.

- Que vai ler a carta e que vai respeitar a vontade da Helena.

- Eu... Eu... - falei perdida.

- Por favor, faça isso por mim. - Eloise suplicou.

- Ok. - respondi confiante e em seguida tratamos de nos despedir. Claro que estava ansiosa para ler a carta, então logo que entrei no carro, antes mesmo de dar a partida, abri o envelope e tirei a carta de dentro.

Nova chance para o Amor Onde histórias criam vida. Descubra agora