Alarme Falso

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Assim que a médica foi embora, eu e Eloise nos abraçamos de novo.

- Preciso da carteira do plano de saúde, documentos... - Eloise falou confusa.

- Não se preocupe, estou aqui com a bolsa dela, vou resolver isso e você vai lá ficar com ela. - falei para acalmar Eloise.

- Obrigada querida. Qual será o quarto?

- Ela ainda deve estar ali naquela sala, pode ir ficar com ela, daí quando transferirem você vai acompanhando... - apontei para a sala, Eloise foi apressada atrás da sobrinha e eu fui na recepção registrar a internação da Vitória.
Honestamente eu não sabia se estava pronta para encarar a Vitória agora, aparentemente tudo tinha acontecido por conta da nossa discussão e isso me apavorava.
Eu tremia só de pensar que algo poderia acontecer às duas, eu preferia que nada tivesse acontecido e que Vitória fosse para a Polônia bem, sem intercorrências nem com ela e nem com a pequena Helena que eu ja amava como se fosse uma filha.

Demorou um pouco, mas terminei com os registros da Vitória, ela já havia sido até transferida para o quarto, ao me direcionar para subir para o quarto, pois precisava devolver sua bolsa, dei de encontro com o Rodolfo que estava perdido.

- Que bom que veio! - respondi com algum desprezo na voz.

- Desculpa, não atendi a ligação, estava em uma reunião importante... Como ela está?

- Nada deveria ser mais importante que sua esposa e sua filha. - repondi grosseira e continuei: - Por sorte estão estáveis.

- Quem você pensa que é para falar comigo assim???

- Sou eu quem estava com sua esposa quando a bolsa rompeu.

- Sabe se la fazendo o que... - Rodolfo insinuou algo que me desagradou.

- Veja, eu só quero que entenda que agora, a Vitória precisa do máximo de paz. Isso é pelo bem dela e da bebê.

- Não vamos poder viajar??? Vou perder a oportunidade de trabalho.- Rodolfo comentou indignado.

- Rodolfo, você entende que tanto a Vitória, quanto a sua filha, correm risco de vida?!!

- Hojem existem aviões fretados com utis móveis, acredito que não seja um problema leva-la. Na Polônia o sistema de saúde é de primeiro mundo e ...

- Você só vai tirar a Vitória daqui sob meu cadáver. Nem eu e nem nenhum médico que se preze vai autorizar a remoção!- me exaltei.

- Fala baixo Suzana, estamos em um hospital. - Rodolfo me reeprendeu.

- Você conseguiu me tirar do sério... Não ama a Vitória?! Acho que você é daqueles que só é capaz de amar a si próprio...- falei pra dentro.

- Terminou?! - Rodolfo cruzou os braços irritado.

- Espero que não cometa nenhuma loucura, acho que não preciso reforçar que Vitória não pode passar nenhum estresse. Ela quase passou por um parto prematuro e isso NÃO pode acontecer agora. - reforcei.

- Essa é a bolsa dela? - Rodolfo apontou para a bolsa no meu ombro.

- Sim, eu ia levar para ela...

- Não precisa, eu mesmo levo. - Rodolfo tomou a bolsa do meu ombro e continuou: - Acredito que não vamos precisar mais de você por aqui. Obrigada.

- Eu estarei aqui quando for necessário, principalmente quando a Helena nascer, sou a médica dela.

- Vamos ver... - Rodolfo pegou o primeiro elevador e subiu.

Eu estava possuída de raiva, ódio daquele homem arrogante, prepotente, auto-centrado. Como Vitória poderia estar casada com alguém como ele? Logo ela que era tão viva, doce, cheia de luz, intensidade e personalidade.

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