Te Amo

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Eu ainda estava incrédula, não podia acreditar que Vitória estava ali no meu apartamento em meio a sua festa de despedida.

- Está aqui ha muito tempo? - indaguei surpresa e curiosa.

- Tem mais de uma hora... - Vitória respondeu com timidez.

- Por que me ligou? - indaguei.

- Por que não me atendeu?

- Por que veio?

- Por que não foi na minha despedida?

- Isso pode durar a noite inteira, não é? - comentei sorrindo.

- Você sabe que sim. - ela respondeu sorrindo também.

- Então vamos direto ao ponto. - pedi.

- Perfeito, isso é tudo que eu quero, sem rodeios. - Vitória concordou.

- Você primeiro. - dei a vez a Vitória.

- Su, você quer que eu fique? - ela fez justo a pergunta que fazia meu coração acelerar e corpo inteiro tremer de nervoso.

- Eu não poderia querer algo assim, quer dizer, tem o Rodolfo, a Helena... - respondi nervosa desviando o olhar.

- Não me respondeu. - ela insistiu procurando pelos meus olhos.

- Claro que sim. - a encarei e respondi do fundo do coração, eu não podia mentir, queria que ela ficasse.

- Você me ama? - ela perguntou olhando fixo nos meus olhos.

- Que pergunta é essa?! - desviei o olhar com timidez.

- Responda, sem voltas. - ela ordenou.

- Eu te amo mais do que eu posso suportar. - meus olhos marejaram emocionados.

- Você me ama tanto que é capaz de deixar eu ir embora! - ela falou chateada e em seguida desviou o olhar desanimada. Toquei em seu rosto procurando pelos seus olhos e falei:

- O amor é livre Su. Se partir for te fazer feliz, eu apoio.

- Não, não faz isso. Diz para mim, o que você quer??? - ela tornou a me olhar.

- Eu quero sua felicidade. - respondi com confiança.

- Su, por favor! Eu estou surtando... - ela suplicou e eu sabia que ela queria ouvir o que eu de fato queria dizer, resolvi falar claramente:

- Não quero que vá, quero ficar com você, ser sua namorada, quem sabe sua esposa. Quero casar com você, dormir e acordar ao seu lado todos os dias. Criar a Helena ao seu lado, Vih, eu quero ser sua e sentir você ser minha... Por fim, quero te fazer feliz... - falei emocionada com lágrimas nos olhos.

- Eu te amo tanto... - ela respondeu também emocionada. Nos abraçamos e nos beijamos com paixão.

Entre o beijo eu sussurrei no seu ouvido: - Não viaja, fica comigo...

- Eu não vou a lugar algum. - ela sussurrou de volta no meu ouvido.

As carícias se tornaram mais intensas e resolvemos ir para meu quarto, nos entregamos a mais linda noite de amor no quarto, lá fomos uma só. Por uma, duas e até três vezes... Acho que tentamos compensar tantos anos de vontade e espera. Por fim, depois o cansaço nos venceu e acabamos adormecendo juntas na cama.

Essa havia sido a noite mais romântica que eu havia tido na vida, pois tinha sido com quem eu amava e desejava. Senti que Vitória estava ali comigo o tempo todo, entregue e na mesma sintonia.

O dia amanheceu e estavamos emaranhadas em meio aos lençóis, nuas, eu envolvia Vitória com meus braços. Acordei primeiro, não muito antes dela. Mas ao acordar fiquei a paquerando em silêncio. Vitória é uma mulher linda, jovem, tão delicada e ao mesmo tempo tão marcante. Suas curvas eram milimetricamente perfeitas, sua pele macia, eu estava completamente apaixonada e certamente com o sorriso mais bobo do mundo.

Algum tempo depois ela abriu lentamente os olhos castanho esverdeados e a primeira coisa que fez foi sorrir tímida para mim.

- O que estava fazendo? - falou em meio a um bocejo.

- Te admirando, você é tão linda...

- Você também é... - ela passou a mão no meu rosto, fechei os olhos sentindo seu toque.

- Isso parece um sonho. Não acredito que largou sua despedida para ficar comigo... - comentei em vislumbre.

- Sim, larguei absolutamente tudo! Uma das maiores loucuras que ja fiz. Aiii... - Vitória apertou a mão contra os seios.

- O que foi? Sentiu alguma coisa? - indaguei preocupada.

- Pontadas... Tem horas que não amamento! - Vitória franzia a testa de dor. Ela falou: -  Preciso ir no banheiro, tenho que esvaziar isso, desculpa... - ela levantou correndo sem graça e correu para o banheiro.

Ficou la por algum tempo, eu sabia como funcionava a amamentação, quando não amamentava por algumas horas a mulher precisava desprezar o leite que acumulava. Não poderia ajuda-la com isso, então aproveitei para levantar e colocar uma roupa.

Vitória voltou do banheiro aliviada, vestia o meu roupão.

- Tudo bem? Conseguiu resolver? - indaguei preocupada.

- Sim, mas preciso voltar para casa, Helena precisa de mim... - ela "catando" suas peças de roupa espalhadas pelo quarto.

- Eu sei... Posso te acompanhar? - pedi, não queria me separar nem um só segundo dela.

- Melhor não meu amor, eu tenho que resolver as coisas por lá, se é que me entende. - ela me olhou preocupada.

- Amor?! - comentei sorrindo.

- Não posso te chamar assim? Acha brega não é? - ela indagou tímida e até um pouco insegura.

- Nem um pouco, eu simplesmente amo isso... - me aproximei dela, a abracei e roubei-lhe um beijo, ela retribuiu e falou:

- Tenho mesmo que ir, me dê uns dias para colocar as coisas em ordem e voltamos a nos encontrar.

- Você vai mesmo ficar? - perguntei preocupada, no fundo ainda tinha medo.

- Ainda tem dúvidas?? - ela sorriu confiante.

- É que as vezes acho que estou sonhando... - comentei sorrindo.

- Isso que acontece aqui é bem real. - ela tocou em meu peito e continuou a falar olhando em meus olhos: - Mas se precisa de algo mais formal, lá vai...- deu uma pausa, respirou fundo, sorriu e falou confiante: - Su, você quer namorar comigo?- ela me pediu em namoro seguido por uma pausa longa, eu estava ruminando, memorizando o momento, Vitória franziu a testa preocupada, aguardando um retorno, eu sorri e respondi:

- Claro que quero! Me fez a mulher mais sortuda do mundo com esse pedido. - falei emocionada.

- Me assustou por alguns segundos... - ela se referiu a tal pausa e continuou: - Você me faz sentir a mulher mais amada e protegida da terra, eu te amo muito. - Vitória se declarou emocionada.

- Te amo! E um dia, eu vou pedir a sua mão. - me empolguei.

- Devagar mocinha! Acabamos de começar a namorar. - ela falou brincando.

- Mais devagar do que já foi até hoje?! Mas ok, vamos esperar o tempo certo. - concordei.

- Sim dra. Agora preciso realmente ir, senão vão me acusar de abandono de menor. - Vitória terminou de pegar suas coisas, nos despedimos e ela saiu acelerada de casa.

Assim que ela saiu, Malu apareceu, a pobrezinha parecia estar aguardando de tocaia no quarto.

- Que sorriso bobo mãe! Acho que nunca te vi assim...

- Quer saber? - dei uma pausa, olhei para ela e falei: - Eu nunca fiquei assim...

- Vocês ficaram juntas? Vão ficar? - Malu indagou ansiosa.

- Acho que sim... Estamos oficialmente namorando. - respondi sorrindo.

- Ufa! Estava com medo da nossa vida virar uma novela mexicana! - brincou e nos abraçamos.

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