Improvável, Impossivel, Inviável

270 27 2
                                    

Despertei bem cedo com Malu pulando na cama com toda energia que uma criança poderia ter. Eu confesso que estava cansada, gostaria de ficar mais tempo na cama. Coloquei o travesseiro sob o rosto e falei:

- Maluzinha, minha filha... Deixa a mamãe dormir mais um pouquinho... - praticamente implorei.

- Não mamãe, vamos brincar! Quero brincar com a Vih!!!

- Ela deve estar dormindo a essa hora...

- Mas "tá" de dia, olha! - Malu apontou para uma das janelas do quarto.

- Sim Maria Luíza, está de dia, mas está muito cedo... Pessoas como a Vitória gostam de dormir até tarde.

- Ué?! Pessoas como a Vitória não gostam de brincar?

- Ok, ok... Você venceu, vamos, vamos tomar um banho e descer para tomar café. - levantei da cama, sorri e levei Malu para tomar um banho. Em seguida descemos para tomar café. A caminho da cozinha esbarramos com a Vanessa que voltava de uma caminhada.

- Bom dia meninas! - Vanessa nos comprimentou animada enquanto secava o suor.

- Bom dia tia! Ta vendo só mamãe, a tia "tá " acordada cedo, por que a Vih não está? - Malu perguntou indignada, eu sorri e falei:

- A Vih é jovem e é mais comum que ela acorde mais tarde.

- Então velhas e crianças a acordam cedo?! - Malu era uma criança muito espontânea e inteligente, tinha um raciocínio muito bom. Eu e Vanessa sorrimos constrangidas.

- Vanessa! -dei uma pausa e continuei: - Eu e Malu estávamos indo tomar um café da manhã, não quer nos acompanhar?

- Só se for agora. - Vanessa sorriu e nos seguiu até a cozinha. Sentamos a mesa, Vanessa pegou leite e algumas coisas na geladeira, apesar de haverem alguns funcionários na casa, Eloise ja nos havia dado liberdade para nos servirmos na cozinha, inclusive havia nos apontado onde ficavam as coisas. Nos deu também cópias improvisadas da chave da porta de entrada da casa, assim poderiamos entrar e sair com mais autonomia durante aquela semana. Eu, Vanessa e Malu começamos a tomar café, enquanto o fazíamos, Vanessa nos contava do passarinho que viu caído no chão no meio da caminhada e que o havia colocado de volta no ninho. Malu a escutava vislumbrada, gostava de ouvir histórias, principalmente de bichinhos, eu podia enxergar o quanto ela mergulhava nas histórias que contavam para ela.
Aos poucos chegaram na cozinha a Laura e a Eloise.

- Bom dia madrugadoras! - Eloise cumprimentou animada. Nós sorrimos. Laura também nos cumprimentou e ambas se juntaram a gente.

- O que vamos fazer hoje Eloise? - Vanessa perguntou.

- Precisamos terminar de separar as coisas no escritório, ainda tem pelo menos uns 10 sacos cheios de coisas... Isso vai nos tomar o dia inteiro. Laura, você conseguiu verificar com a instituição as regras para doação? E o que eles estão precisando?

- Sim, eles recebem doações todos os dias, mas como a nossa seria maior, eles abririam o espaço no sábado. Poderiamos visitar, entregar pessoalmente algumas coisas, principalmente brinquedos, parece que as crianças que vivem nessa instituição são bem carentes. Eles acolhem mulheres e crianças em situações diversas.

- Puxa... Não tem nada para as crianças... - Eloise lamentou.

- Eu posso dar meus brinquedos mamãe... - Malu se ofereceu, eu marejei os olhos. Todos a olharam com ternura.

- Que menina mais caridosa que é minha filha... Mas não precisa querida. - dei uma breve pausa, olhei para as meninas e continuei: - O que acha de amanhã eu sair para comprar alguns brinquedos? Fica por minha conta.

Nova chance para o Amor Onde histórias criam vida. Descubra agora