Sou sua Amante?

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Nota Autora: Ola leitores, estou demorando para soltar os capítulos pois os últimos dias têm sido atribulados por aqui, mas tudo já está preparado e estou apenas revisando.

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Sou sua Amante?

O bar tinha uma pegada sertaneja com muitos objetos e artefatos rústicos nas paredes. Tinha couvert artístico com cantores sertanejos e uma galera dançava em uma pequena pista de frente para os músicos. Era animado, eu e Vitória nos olhavamos, Vanessa  chamou pelo garçom e se distraiu olhando para a pista de dança. Nesse meio tempo em que aguardavamos pelo garçom, Vitória chegou meu cabelo para o lado e sussurrou no pé do meu ouvido:

- Passei o dia inteiro pensando em você... - meu corpo inteiro arrepiou e olhei nos olhos dela perdida, corada e confusa ao mesmo tempo. Ela retribuiu ao sorriso e me deu um selinho sem que eu pudesse reagir, ela estava bem "atirada" e me pegou de surpresa. Fomos interrompidas pelo garçom, claro que Vanessa viu tudo e eu fiquei completamente constrangida.

- Vocês desejam pedir algo? - o garçom se aproximou, e anotou nosso pedido. Estavamos com fome, pedimos alguns petiscos e bebidas. Vitória apenas no suco de laranja, eu e Vanessa descemos o pau nas caipirinhas.

- Não vou dar rodeios... O que está acontecendo com vocês duas? - Vanessa tacou de uma só vez, após uma golada na caipirinha, foi assim sem nenhuma trava. Eu arregalei os olhos e Vitória corou tímida, tirou a mão que até então repousava sob a minha perna.

- É.... A..... hum... - tentei esboçar uma resposta e olhei para Vitória que cruzou os braços e indagou:

- Mas que pergunta é essa?

- A pergunta de uma amiga curiosa e preocupada ao mesmo tempo...

- Amiga, porque você está preocupada? - indaguei.

- Deixa... Estou sendo incoveniente. - Vanessa tentou voltar atrás.

- Agora vai em frente... - Vitória insistiu.

- E se vocês se machucarem? - Vanessa perguntou olhando mais diretamente para mim. Eu olhei perdida para a Vitória e falei:

- E se nos machucarmos Vih? Afinal isso significa algo, certo? - indaguei para Vitória.

- Vamos dançar??? - Vitória desconversou completamente, o que me deixou internamente preocupada. Levantou e estendeu a mão para mim, o ambiente havia ficado pesado e desconfortável, ela tentava desviar do assunto ou talvez não quisesse entrar em detalhes na frente da Vanessa, pensei...

- Eu não sei dançar... - cruzei os bracos e respondi de forma  espontânea.

- E quanto a você Vanessa? Quer dançar? - Vitória estendeu a mão para a Vanessa.

- Eu?!

- Vai amiga, você dança bem... - insisti, precisava ficar sozinha e pensar por alguns minutos.Vanessa aceitou, ela e Vitória foram para a pista. Enquanto observava elas na pista, pensava ligeiramente perturbada sobre o comentário da Vanessa e a postura da Vitória, era tão complicado e no fundo ela tinha razão, apesar do clima ter pesado, eu e Vitória não podíamos ficar assim, brincando de namorar, a realidade era outra e aquilo era tudo abstrato,subjetivo, fato era que ambas iríamos sofrer. Observei que elas começaram a dançar contidas, depois ficaram super animadas, claro que respeitando os limites da gravidez da Vitória. Era muito fofo e apaixonante ver às duas na pista. Eu virei uma caipirinha para dentro e pedi mais duas. Não queria me embebedar, mas também precisava de uma dose de coragem para continuar a encarar meus pensamentos junto com àquela noite. Um pouco depois, o garçom finalmente serviu os petiscos e então acenei para as duas que aparentemente assim como eu, estavam "rafadas" de fome, pois assim que dei o sinal apontando para a comida, vieram correndo para a mesa. Vitória tornou a sentar do meu lado e assim que o fez, juntou o longo cabelo para o lado e me deu outro selinho surpresa. Eu sempre arregalava os olhos e ficava sem graça. Ela estava tão íntima, tão carinhosa que apesar da nossa realidade conflitante, resolvi retribuir de alguma forma, coloquei então a mão sob sua perna descoberta e comecei a acariciar suavemente.

- Vocês arrasaram na pista. - comentei enquanto comiamos.

- Vitória dança bem a ponto de eu estar pensando em me matricular na dança essa semana.

- Ah que nada, você mandou super bem Vanessa. Quem dera se o Rodolfo dançasse assim... - Vitória falou por impulso e notou logo minha reação ao ouvi-la comentar do marido. Eu tinha essa reação, pois quando ela mencionava ele, a realidade vinha à tona.

Continuamos a comer e conversar. Ao final, ja passavam das três da madrugada, eu estava completamente bêbada. Vanessa também estava alta e a única sóbria, por motivos óbvios era a Vitória. Eu não estava raciocinando muito bem, mas eu e a Vih estavamos ali trocando muitas carícias, em alguns momentos trocamos rápidos beijos, apesar de saber que aquilo tudo era uma ilusão, eu estava vivendo como se fosse real. Em um dos curtos beijos que trocavamos, o celular da Vitória vibrou, senti vibrar pois estava o tempo todo trocando carícias, ora com a mão sob sua perna, ora acariciava sua barriga, estavamos praticamente abraçadas, e o celular estava justo no bolso da jaqueta que ela usava. Ela pegou para ver, e logo que o fez, sua expressão mudou junto com a sua postura, ela se ajeitou na cadeira e desencostou de mim. Eu franzi a testa, mas em meus devaneios concluí que a mensagem era do Rodolfo.

- Tudo bem? - indaguei preocupada.

- Preciso ir... - ela falou quase que em sussurro.

- Ah não... Logo agora... - falei melosa enquanto acariciava seus longos cabelos.

- Sim, são três da manhã... - ela pegou algum dinheiro que julgou ser o suficiente para pagar pela parte dela e entregou para a Vanessa.

- Poxa, achei que estivesse se divertindo. - estava falando enrolada, completamente bêbada.

- Toma uma banho frio quando chegar em casa. - ela olhou para mim se esquivando do meu toque. Quando bebia, ficava mais sensível, e isso poderia ser até um pouco agressivo.

- Provavelmente eu nem precise depois desse balde de água fria que despejou em mim agora... - respondi em desaforo.

- Oi?! - ela indagou ao mesmo tempo em que se levantava e ajeitava a bolsa.

- É isso Vitória?! - levantei exaltada, Vanessa tentou me conter.

- Porque está agindo assim? - Vitória indagou confusa.

- Você vem, me usa, se aproveita e é tudo fingimento?! Volta para ele depois...

- Vou relevar porque está bêbada...

- Ah que maravilha! Você vai relevar, que sorte a minha!

- Suzana, você está exagerando... As pessoas estão olhando... - Vanessa sussurou no meu ouvido. Vitória balançava a cabeça em negação.

- Fala Vitória, abre o jogo! Sou o que? Sua amante??? Ou você quer me usar? O que foi? Seu marido não está te satisfazendo??? - golpe baixo, exagerei e isso ficou evidente no momento em que Vitória nem se deu ao trabalho de responder, deu meia volta e foi embora. Eu e Vanessa ficamos ali no bar, logo que Vitória saiu, eu desabei em um choro copioso. Uma mistura de arrependimento com bebedeira e sofrimento. Vanessa me apoiou, pagamos a conta e ela me levou para a casa.

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