Eixo

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Chegando em casa, ja era tarde da noite, fui logo procurar pela Malu. Ela estava no quarto deitada, acordada, mexendo no celular e ouvindo música. Sentei na ponta da cama e ela tirou os fones de ouvido.

- Você jantou filha? - indaguei preocupada.

- Aham, comi a comida que deixou na geladeira. - ela respondeu sem tirar os olhos do celular.

- Que bom... Como está na escola? - busquei por seus olhos, mas ela não desgrudava, já estava acostumada.

- Tudo normal.

- Você quer conversar sobre algo filha? Sabe que estou por perto. - depois do que aconteceu, eu andava sempre preocupada.

- Não. Mãe, o que houve?! - ela finalmente olhou para mim, irritada, mas olhou.

- Nada, só fico preocupada de você precisar de mim, sei que ando um pouco ausente, principalmente com essa situação do neném da Vitória... - dei uma pausa e continuei: - Enfim, quero que saiba que se precisar conversar estou aqui.- toquei em sua bochecha com carinho.

- A neném da Vitória nasceu?! - ela indagou curiosa.

- Ainda não querida, mas já esta próximo... -  respondi usando um tom de preocupação.

- Eu posso visita-la no hospital? - ela pediu de forma voluntária. Achei muito fofo que ela se importasse, tivesse empatia pela Vitória.

- Você gostaria?

- Claro que sim. - ela respondeu sorrindo.

- Sim, claro que pode, ela vai adorar te ver! - comentei sorridente e animada.

- Ótimo.

- Se você quiser, amanhã bem cedo pretendo ir lá, você quer ir comigo? Depois te deixo na escola ...

- Quero. - ela respondeu e tornou a mexer no celular.

- Perfeito, mas tem que acordar bem cedo, você não pode entrar atrasada na aula. - reforcei, caso essa fosse uma tentativa de matar a aula.

- Tudo bem, pelo bem da humanidade eu acordo mais cedo. - ela respondeu revirando os olhos.

- Combinado, vou te chamar. Mas então nesse caso, é melhor ir dormir mais cedo, não vai varar madrugada aí nesse celular...

- Sim senhora! - Malu respondeu, eu levantei da cama e me dirigi até a cama. Antes de sair, olhei para Malu e falei:

- Filha?! - ela me olhou e falou:

- O que?

- Eu te amo. - sorri e ela sorriu de volta.

- Eu também... - respondeu e eu me enchi de amor. Eu acho que estava errada mais cedo ao reclamar com a Vanessa de ter filhos, eles preenchem nossas vidas e nosso coração. Em breve Vitória ira sentir isso também.

Fui para o quarto, estava tão cansada que depois de um bom banho, acabei apagando.

O dia amanheceu, eu pulei da cama para poder chegar na maternidade bem cedo, queria que Malu pudesse visitar Vitória antes da aula.

Malu não reclamou de acordar cedo, pelo contrário, quando fui chama-la, ja estava disperta e pronta para sairmos.

Chegamos juntas no hospital e logo me direcionei para o quarto da Vitória. Bati na porta, ninguém atendeu, resolvi abrir a porta e a cama estava vazia.

Meu corpo travou, senti minha espinha gelar de medo, pensei que a Vitória poderia ter entrado em trabalho de parto e esqueceram de me avisar. Olhei para o celular para ver se eu havia perdido algum chamada, negativo.

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