Exaustão

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Haviam passado alguns dias que tinha tido aquela conversa com a Vitória. Ela e a Helena já haviam recebido alta para casa e eu estava tocando minha vida. Não trocamos mensagens, ligações e nem nada. O pouco que sabia dela, era pela Eloise que me ligava algumas vezes para me atualizar.

Quanto ao meu envolvimento com Alex, ia bem, eu estava supervisionado elu na residência durante os plantões. Aproveitava a supervisão para conversar sobre os estudos, inclusive estavamos elaborando um artigo científico.
Além disso, algumas coisas vinham se estreitando. Alex me ligava sempre e aos finais dos plantões, elu sempre arranjava um jeitinho para ficarmos juntes, era no vestuário, descanso de enfermagem, meu carro... Não chegamos avançar, mas a "mão boba" de Alex estavam cada vez mais me provocando.

Contudo, Vitória ainda estava enraizada no meu coração e não conseguia abrir espaço para mais ninguém. Todos os dias ia dormir com aperto no coração, e isso eu não podia controlar, a amava muito e mesmo que eu tentasse arranca-la da minha cabeça, do coração não conseguia...

Hoje eu precisava visitar a Helena, essa visita teria que ser na casa da Vitória. Não queria, mas não tinha como evitar, era importante manter essa avaliação pós operatória até que viajassem.

Toquei a campainha algumas vezes e ninguém atendeu, estranhei, então resolvi ligar para a Vitória, ela atendeu prontamente, então eu falei:

- Oi...Tudo bem?! Estou aqui na sua porta, mas ninguém atende a campainha.

- Era só o que faltava! Todos foram embora, até a empregada... Por favor! Não toca de novo,senão vai acordar a bebê... Ja estou descendo. - Pela voz, Vitória parecia estar surtando. Ela desligou o telefone e correu para atender a porta.

Assim que atendeu, tomei um susto com sua aparência, ela estava aacabada, abatida, descabelada, olhos fundos com roupas largadas.

- Você está bem? - indaguei preocupada.

- Vem, entra... - ela me puxou para entrar e fechou a porta atrás de mim.

- Vim para avaliar a bebê. - a casa eatava toda revirada, uma bagunça.

- Tia Elô comentou que viria. Não repara a bagunça... - ela evitava olhar nos meus olhos.

- Vitória, há quanto tempo não dorme? - indaguei preocupada, procurei pelos seus olhos.

- Algum tempo... É que antes estava mais fácil, agora que estou em casa, está impossível! - ela revirou os olhos.

- Não tem ninguém te ajudando? - toquei em sua mão, ela olhou para a mão e a recolheu. Fiquei constrangida.

- Tem a babá, a empregada e a tia Elô, mas todos sumiram tem algumas horas. Além do mais, a bebê só dorme comigo, nem a babá consegue ajudar. Tem que ficar amamentando toda hora... - Vitória comentou perdida.

- Você está em exaustão, mas tenho uma boa notícia.

- Qual?! - ela olhou para mim franzindo a testa.

- Isso passa...

- Eu não acredito em você. - Vitória comentou incrédula.

- Sei que não, parece difícil de acreditar no meio do furacão, mas eu prometo que passa, confia em mim? - mesmo com a recusa de antes, eu insisti tocar em sua mão e finalmente consegui olhar nos seus olhos. Ela correspondeu ao olhar e conectamos com intensidade.

- Eu confio em você. - ela deu um sorriso cansado, eu correspondi ao sorriso.

- Me mostra onde está a bebê, preciso ver ela... - pedi.

- Não vai acordar, não é??? Acabei de colocar ela para dormir. - Vitória implorou com os olhos.

- Vamos fazer o seguinte. - dei uma pausa e continuei: - Você vai tomar um banho, comer, descansar e eu vou ficar com a Helena até que chegue alguém aqui. O que acha?

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