Alex

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No caminho para escola, Malu estava aflita, lotada de questionamentos que queria fazer para mim, eu a conhecia muito bem.

- Fala filha, pode perguntar...

- Vocês estão namorando?

- Não... Não sei.

- Não ou não sabe?

- É complicado Malu.

- O que é complicado? Vocês "adultos" é que gostam de complicar... - ela cruzou os braços.

- Na sua opinião, o fato dela estar grávida e ainda por cima casada, não é suficiente para ser complicado?

- Mas vocês se amam desde sempre mãe. Eu lembro de quando eu era pequena, eu vi vocês duas juntas...

- Nós cometemos erros e por fim nos magoamos. Ela me magoou.

- No amor a gente precisa aprender a perdoar, deixar as mágoas para trás.

- Quem te ensinou isso querida?

- Apesar de ter cometido um erro, eu entendo algumas coisas do coração.

- Fico feliz por isso.

- Mãe, dê uma chance para a Vih, vocês são tão fofas juntas.

- Fofas?!

- Sim, os olhos dela brilham e os seus também... Nunca vi seus olhos brilharem assim.

- Não sei, não posso te prometer nada.

- E ainda de quebra eu ganharia uma irmã mais nova. Eu amo bebês...

- Você não tem jeito mesmo, não é?! -  falei brincando, Malu sorriu e piscou para mim. Estacionei o carro em frente a escola e continuei: - Vai querida, você ja está atrasada. Hoje tenho plantão e chego tarde. Transferi dinheiro para você pedir a janta.

- Oba! - Malu adorava quando tinha essa liberdade para pedir comida.

- Malu, sei que gosta de comer besteiras, mas por favor, me prometa que vai comer saudável hoje... - me preocupava muito com a alimentação dela.

- Nem um batata frita???

- Ok a batata, mas o resto saudável. Meu amor, é para seu bem.

- Ok, ok. Tudo bem.

- Não esquece da terapeuta.

- Ta bem. Posso ir? - ela franziu a testa inquieta para sair do carro: - Você mesma disse que estou atrasada.

- Pode, boa aula! - Malu saiu apressada do carro, aguardei que passasse pelos portões e parti para o plantão.

O plantão como sempre foi bem agitado e exaustivo, duas emergências cardíacas, uma com intervenção cirúrgica e quatro horas da tarde só queria arrego...

Entrei no posto de enfermagem para evoluir e fazer a prescrição de um paciente, resolvi relaxar um pouco na cadeira que reclinava fechei os olhos e pensei na Vitória.

Eu me afastava e sentia falta, me aproximava e sentia medo. Estava aflita, confusa com toda a situação. Me perdi em meus pensamentos, quando Guilherme me abordou por trás.

- Estou escutando seus pensamentos lá do corredor... - falou brincando enquanto sentava na cadeira vazia ao meu lado.

- Espero que eu não esteja te assustando.

- Com o que?

- Meus pensamentos...

- E a Helena?! Quando nasce???

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