Por do Sol

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Amanheceu e Vitória não estava mais ali no meu espaçoso sofá, ela deve ter saído bem cedo. Eu estava coberta, tenho breves flashs dela me acomodar melhor no sofá e me cobrir. Peguei o celular e tinha uma mensagem dela:

" Precisei voltar para casa, tenho um compromisso agora pela manhã, mais tarde te ligo para saber de vocês..."

Senti meu coração apertar de saudades, não queria que ela saísse mais do meu lado, principalmente nesse momento tão difícil que eu iria enfrentar com a Malu.

Levantei do sofá e fui preparar um café da manhã para nós duas, Malu ainda dormia, aproveitei também para tomar banho. Malu estava dormindo bastante naquela manhã, mas não me preocupei, deixei que dormisse, ela tomou alguns remédios ontem, inclusive calmante para ficar mais tranquila.

Agendei um chaveiro para trocar fechadura do apartamento, por precaução apenas e chamei um amigo que era técnico de informática para instalar um alarme na porta. Precisava garantir a segurança da gente, não queria correr o risco desse homem tentar contato com minha filha novamente.

Eu estava perdida sobre como agir com a Malu, não consegui compreender porque ela havia feito aquilo sem falar comigo, eu teria orientado ela... Agora era tarde, o pior havia acontecido e agora precisava administrar isso da melhor maneira tanto para mim, quanto para a Malu.

Liguei também para minha terapeuta, agendei uma consulta para Malu. Enfim, estava criando um plano de ação para orienta-la da melhor maneira depois do ocorrido.
Tirei o dia de folga também, queria estar em casa assim que Malu acordasse.

Depois de tomar banho e o café da manhã, ter feito todas as ligações, resolvi sentar no sofá e pensei que apesar de eu estar vivendo um momento difícil em casa; amorosamente minha vida deu uma guinada, eu estava completamente apaixonada pela Vitória, e acho que ela estava na mesma sintonia.

Fato era que estávamos mais do que conectadas uma com a outra, entretanto havia um turbilhão de problemas por trás dessa nossa entrega. Apesar de tudo fiquei o tempo inteiro rememorando nossos momentos com um sorriso bobo no rosto.

Algumas horas se passaram, fiz coisas em casa, organizei trabalho, e por fim Malu acordou. Ela chegou na sala arrastando o corpo, ainda meio dopada.

- Filha, como você está? Senta aqui... - Puxei uma cadeira para ela.

- Dopada... - respondeu desanimada.

- Normal, é efeito dos remédios... Está com fome? Preparei algumas coisas para você.

- Estou faminta... - servi a Malu e sentei com ela a mesa, tentei respeita - la então a deixei a vontade para falar de qualquer assunto, mas no fundo queria entender melhor o que havia acontecido. Ela estava "rafada" de fome, comeu com voracidade.

- Fiz tudo que você gosta de comer...

- Obrigada... - deu uma pausa na mastigação, olhou para mim e perguntou: - Mãe?!

- O que? O que foi filha? - achei que ela fosse me contar algo.

- O que você estava fazendo com a Vitória ontem a noite?

- É uma longa história filha.

- Eu tenho todo tempo do mundo. - ela parecia animada em me escutar.

-  Hum... Você é muito curiosa mesmo, heim?!

- Não é isso... na verdade eu notei umas coisas entre vocês duas.

- Coisas?

- Troca de olhares, toques ... Cê sabe. - ela deu uma piscada para mim.

- Achei que não estivesse em condições de observar. - respondi sorrindo.

- Fala logo mãe!

- Eu e Vitória temos um lance, é assim que vocês falam, certo? É coisa antiga...

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