Cap. 26 - Ayad

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Volto meu olhar para a mulher cheirosa que ainda está deitada na cama.

- fome – pergunto.

- muita fome. Comeria até tijolo – rimos juntos.

- eu também, lembro agora que adoro tijolos com caldo – sorri mais um pouco.

Ela se mexe e faz uma careta de dor.

- vou pedir algo para comermos e também uma pomada para você.

- não, por favor. Vou morrer de vergonha com esse pedido – suplica me deixando pensativo.

Ela prefere ficar com dor?

- você precisa Sophia. Sei que sente dor – falo sentando ao seu lado acariciando seus cabelos.

- vai passar. Não é tão ruim. Mas parece que você ainda está aqui dentro – ela fica vermelha assim que fala.

- não quero que sinta vergonha comigo Sophia. Pode dizer o que quiser. Sou seu marido, não sou? – meu peito estufa para falar.

Me inclino e beijo seu rosto.

- vem, a banheira já deve ter enchido,... pego em suas mãos e ela levanta retirando o lençol que a cobria. Olho seu corpo ainda vermelho com as marcas dos meus toques. Peguei leve, mas para ela foi pesado, tenho que admitir.

Ela tenta pegar o lençol de volta para se cobrir, mas eu não permito.

- você não vai tomar banho com lençol – digo.

A coloco em baixo do chuveiro para retirar o nosso suor e também o restante dos nossos fluidos. Não demoramos muito a ir para a banheira. A água estava relaxante, mais quente que o nosso corpo e o aroma era agradável, mais nem tanto quanto o cheiro de Sophia.

Acomodo-a em meus peitos com as minhas pernas abertas ela encaixa o seu bumbum na direção do meu p@u.

- porr@. Assim fica difícil Sophia – vou morrer.

Ela fica meio sem entender. Mas não pergunta e desconversa.

- tem uma piscina enorme aqui na cobertura – ela notou hoje quando levantou. É claro que ontem ela não viu.

- podíamos ter tomado um banho ontem á noite.

- não vi a piscina ontem – faz biquinho. Pensei que ela só fazia esse bico quando estava animadinha de vinho.

- ainda bem. Por que do jeito que você estava alegre e com calor. Você se jogaria nessa piscina como se não houvesse amanhã, e depois não se lembraria de nada se eu não resistisse e a tomasse dentro da água.

Risos.
- eu nunca fiz isso – sobre o quê exatamente ela está falando?

- isso? Isso o quê? – questiono.

- beber desse jeito.

- deu para perceber.

- obrigado por não ter se aproveitado desse momento para... – ela para de falar.

- para? – agora eu sei sobre o quê ela está falando. Mas quero que ela diga.

- você sabe – posso perceber um sorrisinho sem graça.

- é bom ficar aqui com você.

- não fale isso para um homem até pouco tempo solitário como eu, Sophia – quero tudo dessa mulher.

A campainha toca. Me levanto sem vontade.

- graças a Deus. Estou morrendo de fome – ela diz como uma criança.

- fique aqui até eu dispensar o garçom.

Coloco um roupão. Entro no quarto e ajeito a roupa de cama. Retiro o que está sujo de sangue. 

- só um minuto – ouço a campainha tocar mais uma vez.

Abro a porta e dispenso o garçom assim que a mesa está posta.

- preciso de serviço de quarto e a troca das roupas de cama.

- sim senhor. Vou solicitar.

- pode ser logo após sairmos para um passeio, não precisa ser agora – ele assente e sai em seguida.

Sophia penteou os cabelos molhados e saiu do banheiro apenas de roupão.

- linda – digo assim que a vejo. Puxo a cadeira para ela se sentar a mesa.

- que cheiro delicioso – eu não sabia o quê ela gostava então pedi uma massa com molho branco e algumas frutas que sei que ela gosta.

- é tarde para um café da manhã e cedo para um jantar, por isso pedi uma massa e algumas frutas e sucos.

- você acertou de novo, amo massas – diz colocando a comida na boca.

- não sei quase nada sobre você, Sophia – digo na esperança dela me confidenciar algo.

- como não. Papi disse que passou todas as minhas informações pessoais para os seus subordinados – ela diz e me olha esperando uma explicação. Não sei o que dizer.

E agora? Como eu vou dizer que não queria me casar, e muito menos a tocar, e por isso não quis saber de nada.

- verdade. Sei algumas coisas – minto.

- você sabe tudo. Praticamente tudo – diz.

Meu olhar se perde e desvio para ela não perceber a minha gafe.

Respiro e tomo um gole de suco.

Ela abre a boca meio que em choque ao constatar que eu não sei do que ela está falando.

- você não sabe nada?

- Sophia – digo seu nome meio que confirmando o que ela acabou de falar.

- responde Iago – ela pergunta com a voz sofrida.

- não quero te magoar com isso Sophia – ela continua atenta a minha fala – mas eu não queria nada disso – ufaaa... falei, tirando um peso dos meus ombros.

- se não queria nada disso porque se casou Iago?

- não vamos por esse lado Sophia. Por favor.

Não quero estragar o que vivemos nessas ultimas horas brigando por algo que agora é irrelevante. Pelo menos para mim agora não faz nenhum sentido.

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Bom domingo a todos 🐱❣️

Um Homem as Sombras do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora