Um Homem as Sombras do Passado

Cap. 68 - Sophia

Cheguei ao hospital com o batalhão que sempre me acompanhava, e claro algumas malas.

E lá encontrei mais um batalhão me aguardando.

Risos. As meninas de Iago.

Me sentir sozinha? Jamais! E eu amo esse cuidado que a família de Iago tem comigo.

Queria tê-lo ao meu lado, mas de certa forma ele está aqui representado por esse pacotinho que carrego em meu ventre.

O doutor me recebeu sem demora e logo após me acomodar solicitou alguns exames adicionais para confirmar mais uma vez a necessidade da cesariana o quanto antes.

- vamos ver como estão as minhas duas pacientes. Deite-se aqui, Sophia.

- me ajuda - Alina pegou em uma mão, Suzana em outra - pareço uma bola.

- você ganhou muitas curvas - Suzana fala, desviando a atenção para o que o doutor e sua equipe médica faz.

- depois você perde - Alina nota que estou um pouquinho tensa agora.

Meu Deus, está chegando a hora.

A equipe médica sai após fazer todos os exames necessários.

Impossível ficar sozinha no quarto.

A briga foi grande para saber quem me acompanharia.

Heitor e papi estavam assustados, me pergunto porquê todo homem é cagã'o na hora do parto? Eles preferiram aguardar lá fora.

Já Alina e Sabrina quase se estapearam, no bom sentido é claro. Por fim decidiram revezar as horas lá dentro, já que o medico liberou só uma acompanhante por vez.

A noite adentrou e a tranqüilidade do hospital se fez presente em minha Ala, nessa hora meninas deram um jeito de ficar juntas comigo.

A enfermeira entrou no quarto algumas vezes para saber se tudo ia bem e resolveu fingir demência para as duas já acomodadas disputando quem ia para a cama ao lado e quem ficaria na poltrona, isso foi engraçado já que os dois lugares eram confortáveis, mas acho que elas queriam mesmo brigar, coisas de irmãs que eu não entendo, nunca tive uma.

Não vi mais papi e Heitor, mas sabia que eles estavam por perto.

Ouvi Alina dizer que Pedro e o esposo de Sabrina também chegaram ao hospital para passar a noite.

A resistência que eles tinham ao sono era algo que eu não queria, gostava muito de dormir e não queria trocar as minhas noites de sono por nada. Pode ser que isso mudasse com a chegada da bebê, vamos ver se esse bebê é bagunceira a noite ou não.

- será que papai está acordado? – Alina diz pegando alguns produtos de higiene em uma nécessaire dentro de uma bolsa pequena que ela trouxe.

- acho que o que ele menos quer fazer nesse momento é dormir.

Sabrina abre as cortinas do quarto para fechar as janelas que estavam abertas para ventilar um pouco o ar, logo ela liga o ar condicionado.

- não posso nem ouvir essa palavra dormir – me dá até calafrios.

-  claro que ele está acordado e espero que esteja bem, e você precisa ficar bem para a cirurgia amanhã - Alina penteia os cabelos e faz um coque.

Sabe aqueles momentos que o Mundo parece parar ao nosso redor? Estou nele agora, meus pensamentos vão longe.

Algo em meu intimo diz que não farei nenhuma cirurgia. Minha intuição clama e em resposta eu percebo meu corpo reagindo ao crescimento da minha bebê. Pode ser alucinação, mas prefiro acreditar no milagre divino.