Cap. 8 - Sophia

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- senhora por aqui – sou conduzida ao carro após sair da aeronave. O Sol e o céu aqui é ainda mais atraentes. O clima é quente, mais não tanto quanto no Egito.


Vejo que o Ayad não entra no mesmo carro que estou. Consigo avistar a cidade pela janela do carro. Não me permito abrir o vidro, mais consigo ver tudo a minha volta.


A cidade parece bem animada, consigo ver a praia e o Mar. É lindo demais, jamais imaginei que veria o mar algum dia. Mesmo morando em um pais com praia, meu pai nunca me permitiu nem chegar perto da praia e eu também vivi alguns anos em tratamento e não pude mesmo tem uma vida normal. Nada é normal na máfia e em consequência a minha doença também me trouxe restrições.


Algumas mulheres e homens estão praticamente nus na areia ou passeando fora dela. Tem muitas pessoas na água. Daria tudo para tomar um banho nesse mar. Saber qual é a sensação é um desejo nesse momento. Será que algum dia eu consigo molhar pelo menos os meus pés na areia?


- chegamos senhora Ayad – o motorista baixa o vidro e diz.
Entramos em um prédio luxuoso e logo sou conduzida a um apartamento no topo do prédio.

Acredito ser a cobertura. Será aqui que vou morar? Ou aqui que será enfim a minha lua de mel. Não quero pensar nisso agora, prefiro me ater aos pequenos momentos que ainda tenho de distância dele.
Sei que não posso fugir. É o meu destino e eu estou de certa forma conformada. Minha tranqüilidade é saber que papi esta bem. Não poderia ser ingrata a ponto de me recusar a ajudá-lo a sair dessa tormenta de devedores cruéis e sanguinários da máfia. Ele jamais me pediria para fazer isso, mais eu me senti na obrigação de ajudar a dar um pouco de dignidade a ele já que ele me proporcionou um tratamento que me trouxe a cura. E não poupou esforços para conseguir comprar os remédios.


- entre senhora Ayad – ouço uma mulher de meia idade me falar assim que me aproximo da porta de entrada – sou Zana, sua governanta – minha?


- sou Sophia Bonsa... desculpe, sou Sophia Ayad – me corrijo sem graça.


- não se preocupe senhora, eu entendo o nervosismo – ela diz – sinta-se a vontade, as malas já estão acomodadas no quarto ao lado do quarto do senhor Ayad – então ele mora aqui, mas não vai dormir comigo? O que quê vai acontecer aqui, ou não vai acontecer? Dei uma pausa em meus devaneios agora.


Não respondo mais nada e a acompanho. O apartamento é grande e muito sofisticado. Mas me pego pensando no porque dele morar em um apartamento e não em uma mansão?


As cores do quarto, que é uma suíte, são claras e um pouco sem graça, os moveis são sofisticados e bonitos e a cama é bem grande.


Parece que terei que me acostumar assim. Já saí da adolescência e preciso crescer em meus gostos infantis.


O banheiro é lindo também e segue o padrão do quarto, tem chuveiro e uma banheira, o lavabo e o vazo são em mármore brancos, e tem também um espelho grande de fora a fora a parede do banheiro.


Assim que a governanta sai, me permito abrir a torneira da banheira para relaxar um pouco. Precisava desse banho. Lavo os meus cabelos que ainda estão cheios de produtos para manter o penteado do casamento. Me sinto leve e parece que nem tenho problemas nessa hora. Esse banho foi digno de uma princesa.


Ouço um telefone na cabeceira da cama tocar.


- oi – nem sei o que dizer assim que atendo.


- senhora, o almoço estará na mesa em vinte minutos. O senhor Ayad não gosta de atrasos – a voz parece ser da governanta.


- estarei pronta para o almoço, obrigado – respondo-a.


- sim senhora – ela se despede.
Esqueci do almoço, é claro que ele iria almoçar em casa, mas como eu poderia adivinhar?


Tento secar um pouco os meus cabelos, mas não consigo, alem de ser cheio ele ainda é longo demais. Faço um coque arrumadinho e coloco uma roupa formal.


Opto por um vestido comportado e longo de uma cor só. Será que ele vai implicar com as minhas roupas? Mais essa agora. Ainda estou sem fome, mas preciso descer, sinto que se eu não for, ele vai dar ordens para me buscar aqui no quarto.


Abro a porta de quarto, mais antes passo um perfume que amo e que sempre uso. Desço alguns degraus, a escada não é muito alta. Avisto a governanta e na mesma hora ela me conduz a mesa. Está tudo arrumado milimetricamente e não há mais ninguém.


Que alivio, mas isso tudo é para eu almoçar sozinha? Penso. Por um lado seria bom não ter a companhia dele. Me preocupei em me arrumar a toa.


Almoço sozinha.


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Um Homem as Sombras do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora