Ele chega de repente e sem avisar começa a falar.
- agora que as coisas acalmaram um pouco você pode me dar uma atenção? - se ajeita próximo a ela e isso a deixa na defensiva.
- tá carente? - o nervoso faz com que ela fale sem pensar, só depois nota que pode ser falta de respeito com um dos chefes.
- de você? Estou! - direto como sempre.
Ele nem mesmo se importou com a forma com que ela o respondeu.
- você não desiste heimmm – ela bufa e não para de fazer o que tem que fazer naquela cozinha enorme.
Se ela não tivesse que arrumar a cozinha nessa hora já teria deixado ele falando sozinho como das outras vezes. Mas ela tinha um leve desconfiança que ele escolheu esse horário justamente por isso, para que ela não tenha como fugir do ambiente que eles estão.
- não.
Responde seco a encarando.
A voz dele a faz estremecer. Não sabe bem porque sente isso, mas seu interior gosta da voz dele.
- eu já disse que não posso fazer isso – ela continua com os afazeres sem desviar o olhar do que está fazendo.
Não sabe se quer fugir ou ficar.
Se pergunta onde foram parar os outros empregados. Acha isso estranho, mas ignora nervosa com o homem ao seu lado.
- "não posso" é diferente de "não quero" – ele retruca.
Ela se sente encurralada, mas continua olhando para os copos que separou para colocar dentro da lava louças.
- o senhor pode por favor me respeitar?
- não estou te desrespeitando, por enquanto só quero a sua atenção.
Ela bufa irritada. Parece que a batalha está vencida pelo lado dele.
- Atenção?
- sim, pode parar um pouco e me ouvir pelo menos?
- ok, senhor bonsall – Zana larga tudo que está fazendo colocando as mãos na cintura e resolve olhar em seus olhos, irritada com as investidas dele que já acontecem a um bom tempo, mesmo sendo direto no que queria, Zana concordava que em nenhum momento ele se valeu da sua posição na organização para á tomar sem seu consentimento.
- eu passo falar, agora?
- eu sei o que quer, mas eu não quero fazer isso sem nenhuma garantia. Satisfeito agora? Eu sei que sou uma empregada e não posso exigir nada, mas eu tenho os meus princípios. Vocês homens da Maf’ia só pensam em usar e descartar.
Zana pensou que depois disso ele se afastaria de vez. Quem daria garantias a uma empregada?
Bonsall era um homem de meia idade mais com aparência jovem, cabelos um pouco grisalhos sempre alinhados, e uma barba de dar inveja.
Ele teve Sophia um pouco mais tarde do que a maioria dos homens da máfia costumava ser pai.
Casou-se cedo, mas sua esposa demorou a engravidar.
Bonsall teve Sophia em seus braços pela primeira vez no auge dos seus quase trinta anos. Perdeu a esposa e resolveu não se aventurar por muitas camas, já que sua atenção era voltada para a criação e depois para o tratamento médico de Sophia. Digamos que ele era um homem de tirar o fôlego para muitas mulheres.
Zana suspirava por ele, claro que ela o desejava, mas acreditava que ele só queria usa-la, e nada mais.
- já te falei que eu não sou assim, mulher.
- mulher? - ela vira de costas para ele e volta aos seus afazeres, separando a louça.
- não vire as costas para mim assim.
Ele demonstra irritação e a toca virando seu corpo, passa as mãos no queixo arqueando as sobrancelhas.
- vou repetir! Eu.nao.sou.assim - quase soletra falando calmamente as sílabas.
- mas nada me tira da cabeça que sim.
- então deixa eu te provar que eu não sou igual – ele se aproxima desejando beijá-la.
Zana era uma mulher madura e bonita. Bem cuidada mesmo sendo empregada não deixava de se dedicar a pele, ao corpo, aos cabelos.... Principalmente agora com Sophia sendo sua patroa já que Sophia comprava produtos maravilhoso como forma de agradecimento por Zana cuidar tão bem dela.
No auge dos seus trinta e quatro anos de vida e boa parte deles dedicados ao trabalho na casa de Ayad.
É claro que ela já viveu algumas aventuras, que por sinal foram suficientes para não confiar em um homem assim tão fácil.
Ela vivia a maioria do dia com uniforme e cabelos escondidos pela touca, mas nem isso foi suficiente para que Bonsall não a percebesse.
Na verdade ele ficava sempre a espreita quando ela retirava o uniforme e colocava uma roupa comum. Ele sabia os horários de descanso e folgas que ele tinha.
O que ela não sabia era que Bonsall estava disposto a um relacionamento sério. Ele queria torná-la sua senhora e iria conseguir a qualquer custo.
As mãos dele vão a sua cintura e ele arrebata seus lábios assim selando os corpos contidos que se atraem a um bom tempo.
- não resista, se entregue.
A testa de bonsall encosta nos ombros de Zana.- eu.. eu.... – ela olha ao redor, com medo que alguém veja o que acontece.
Ela sabe que a mansão é vigiada.
- se acalme, eu desliguei as câmeras da cozinha – ele tinha um sorriso divertido.
- o quê? Ficou louco.
Ela tenta se afastar, mas ele não sai do lugar que a imprensa ainda mais.
- porr@, mulher, você que está me deixando louco.
Sem conseguir mais resistir, e percebendo Zana fraquejar as pernas, ele arrebata os lábios dela novamente.
Zana não queria se entregar assim, mas não tinha mais forças para suportar suas investidas, então decidiu que partiria para o tudo ou nada.
- Senhor Bonnns ... – a respiração dos dois está ofegante, respirando quase sem ar, após esse beijo arrebatador.
- sou só Miguel para você. Eu estou doido para te sentir, mas quero algo especial. Aceita jantar comigo? - fala ao pé do ouvido com a voz mansa.
- éeee.. unnn... – Zana quer se entregar, mas ao mesmo tempo tem medo do que pode vir a seguir.
Pensa na loucura que pode estar fazendo.
- Zana, não fuja mais, eu sei que você quer, sua respiração, seu corpo reage – ele fala bem próximo dos lábios dela.
- aceito, minha folga é na quinta.
- combinado.
- você já é minha, baby.
- quê? Sua? -
- minha.
- não sou não! E não fique atrás de mim como tem feito. Se não reparou todos estão percebendo – é claro que Bonsall sabia que já existia um burburinho deles pela casa.
- que se fod’a todo mundo. Não devo nada a ninguém, Zana. Não esqueça do nosso compromisso, ou eu vou entrar no seu quarto e te arrastar do jeito que você estiver para jantar comigo – Bonsal dá um beijo na testa de Zana e logo se retira para religar as câmeras da cozinha.
Ele sai da cozinha sorrateiramente da mesma forma que entrou.
- deusss, o que aconteceu aqui – Zana resmunga ainda sem acreditar no que aconteceu.
Suas mãos vão de encontro aos seus lábios tentando relembrar o formigamento que sentiu com o toque possessivo de Bonsall. Mas logo volta a orbita para terminar seus afazeres domésticos.
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Um casal improvável
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Um Homem as Sombras do Passado
Romancespin-off do livro 1 Um Desconhecido Mudou a Minha Vida *** EM BREVE SERA RETIRADO PERMANECENDO SOMENTE NO APP DA DREAME****** SUGIRO QUE LEIAM, VOTEM E COMENTEM enquanto leem, para eu não retirar sem terminarem de ler. Votando ou comentando, sabere...