SEM CORREÇÃO CONTÉM ERROS.
CARLOTA CAPÍTULO 30.
Eu estava faminta, meu corpo necessitava ser alimentado, o diabo vinha se alimentava, sugando o restinho de energia que eu possuía. Morreria por uma barrinha de chocolate. Pensar em chocolate me enchia a boca d'água, meu estomago doía ainda mais.
Faminta e me sentindo um trapo, me arrisquei; a casa enorme estava em total silêncio. Graças a Deus! Não queria que ninguém me visse, me bastava sentir pena de mim mesma.
Estranhava minha carcereira não ter aparecido, não que eu precisava dos seus serviços, mas sim para agradecer sua tentativa de me ajudar. Também pediria que não se arriscasse mais por mim. Não me lembrava exatamente em qual das portas fechadas estavam minhas roupas, na terceira tentativa reconheci os móveis.
Entrei rápido encostando a porta, me encostando na mesma suspirei, um bolo se formou na minha garganta. Eu não queria chorar, eu não podia chorar, não sabia quanto minutos mais teria de paz, chorar não adiantaria.
Engoli o choro e entrei no banheiro, lágrimas grossas, salgadas escorreram ao ver meu estado refletido no espelho, não reconhecia o reflexo, não era eu, estava magra, olhos fundos, me sentia a mais feia das mulheres. Onde estava o meu sorriso? Não lembrava como era sorrir, quem poderia sorrir mergulhada em sofrimento, no inferno? Meu pescoço estava marcado por suas mãos grandes, ele me odiava. Se me odeia tanto, se sou tão repulsiva, porque me mantém aqui presa? Se acabasse com minha vida como pensei que faria ontem, não estaria tudo terminado? Sempre me vinha a mesma pergunta. Aquela história de pais e promessas, eu não vou entrar nessa eu não tenho pai, ele quer me enlouquecer.
Se eu morresse estaria livre, ele estaria livre, de mim.
Quantas vezes mais passaria pelo fio da navalha nas mãos daquele diabo? Meu corpo estava marcado por suas mãos e banhado pelo cheiro de sua pele. Também fedia a sexo, quando as memórias dele surgia me subjugando, me fazendo sentir dor uma forte náusea me tragou.
Me abaixei no vaso, o mal estar vinha forte acabando comigo, mas não tinha nada para expelir a não ser saliva e suco gástrico. As tentativas de vomitar me rederam uma forte dor no estomago. Aliviada me levantei e fui tomar banho.
Eu não queria seu cheiro em mim, queria que aquele banho lavasse tudo até sua existência, eu não estava louca, apenas sonhando debaixo da água quente. Me ensaboei, me esfreguei, me tocava procurando por fissuras, minha casca estava marcada, internamente que era o problema, como consertar uma alma quebrada? Sentia dores e ardências, minha mente me fazia pensar muitas coisas ruins, tudo era novo.
Eu não tinha muitas roupas, o closet era quase do tamanho da casa em que morava. Meus pertences sumiam naqueles repartimentos. A caixa com umas peças intimas que ganhei de presente estavam lá. Abri, faltava uma camisola, a peça ainda estava com ele em seu quarto, ele tinha interesse no pequeno pedaço de pano, eu devia pegar de volta, era minha.
Nem eu me pertencia, o que valia aquele pedaço de pano, nada, poderia me meter em problemas entrando na caverna do diabo. Peguei minhas roupas deixando os pensamentos da camisola de lado.
Entre o banho e me vestir creio que tenha gastado uns quarenta minutos, estava paranoica com o tempo. Estava confusa, minha mente e meu corpo o tempo todo em alerta, não conseguia relaxar mesmo fazendo tudo só, sem olhos a me vigiar. Que horas seria: manhã, tarde, noite? Suspirei pesarosa.
Me arrisquei um pouco mais saindo do quarto, me aventurando no corredor descendo os degraus da escada chegando na sala que se encontrava em total penumbra. Olhando agora com um pouco mais relaxada por conta do banho era bonita, um tanto sombria, faltava luz. Quando regressei com ele do hospital meus olhos só perceberam a escuridão, medo de estar ali outra vez. Estando ali observando cada ponto, móvel, os estofados, se abrisse as cortinas deixando a luz entrar o ambiente se tornaria agradável, aconchegante, até mesmo acolhedor.
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O SABOR DO PECADO COMPLETA.
RomanceObra completamente fictícia, nome lugares, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. UM ROMANCE DARK. Para maiores de 21 anos, contém cenas de violência, física e verbal.