LEOPOLDO CAPÍTULO 13.

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SEM REVISÃO, CONTÉM ERROS.

CAPÍTULO 13


Acordei em meio a madrugada empurrando os cobertores que aquecia meu corpo, estava suando. Os pesadelos estavam recorrentes. Levantei fui até a mesa pequena no canto esquerdo do quarto, sobre a mesma estava um jarro com água depositei um pouco no copo, tomei.

Puxei a cortina avistei a estufa onde minha mãe acostumava cultivar suas flores e tomar seu chá pontualmente as cinco. A mesma lembrança de sempre se apoderou da minha mente, sempre a mesma, nunca avançava, ela ia e voltava ordenadamente.

Nevava, eu brincava com uma miniatura de cavalo no chão do meu quarto quando os gritos da minha mãe se fizeram ouvir. Ela gritava, entrou na casa correndo meu pai apareceu em seguida mandando-a se calar. Eu estava só, Isla não estava comigo eu pedi leite com biscoito ela tinha ido buscar quando voltava, minha mãe a puxou pelo braço, a bandeja se virou derrubando o conteúdo no seu corpo.

Me assustei, eu era pequeno, mas um medo grande se apoderou da minha mente, eu senti dó da negra e ver minha mãe, sua expressão me deu medo, era confuso.

Eu assistia tudo da porta do meu quarto, meu pai foi ajudá-la retirando sua blusa. Minha mãe gritou para que ele não a tocasse na sua frente. Se enfurecia mais a cada segundo que passava, eu chorava com medo dela, porque? Senti medo da minha mãe. Os olhos da negra Isla caíram sobre os meus cheios de dor pedindo para que eu não visse, fiz o que ela pediu. Empurrei a porta, as últimas palavras que ouvi saírem da boca da minha mãe foram:

-Não de ordens ao meu filho, maldita a hora que aceitei, e, permiti que convivesse com ele. Porque ela usou exatamente essas palavras? Depois disso não me lembro de mais nada, tudo é um grande vazio, como se uma parte da minha infância tivesse sido apagada, ou eu dormido por um longo período. 

Pronto para sair e enfrentar a tarde fria londrina veio até mim a governanta com um envelope negro sobre uma bandeja de bronze. George, peguei o envelope e confirmei que era dele, seu nome bem escrito em letras legíveis e um leve aroma de chá no papel cartão. Um costume antigo herdado de seus antepassados que possuíam grandes fazendas de camélias.

Quando o assunto é chá, os ingleses vêm à mente automaticamente, mas nem sempre foi assim, no passado éramos adeptos ao café. Isso até a princesa portuguesa se casar com o rei Dom Carlos II, introduzindo o chá ao pequeno almoço tornando se moda a corte e na alta sociedade. O chá da cinco como sabem todos, foi a duquesa de Bedford em 1840 alegando dores no estomago no fim da tarde. Acho que sei mais da história da Inglaterra do que do Brasil, ou minha mente só me mostra o que lhe agrada, a que desagrada ela simplesmente descarta, ou sou simplesmente eu e meu bom gosto?

George é ascendente de uma linhagem de barões e aristocratas, algo do século passado, mas na Inglaterra é poder, e, sua família sustenta com orgulho todos os títulos. Receber um cartão vindo das mãos do mesmo é algo irrecusável, até mesmo para quem estava prestes a visitar sua amada.

Eu estava a três dias em Londres, e, não tinha me encontrado com Ravena até aquele momento. Eu sabia que ela não ficaria satisfeita quando soubesse, sempre que ficávamos distantes um do outro conversávamos todos os dias por telefone, vídeo chamadas. Dessa vez eu não consegui seguir esse ritual, cheguei até a ignorar suas chamadas, acho que a estou poupando da verdade.

Noah, meu sogro, me mandou diversas mensagens, umas até ameaçadoras, as únicas ameaças que tem efeito em mim são as do meu pai, e depende muito do dia, do meu humor, se não, passo por cima.

Localizado em uma área nobre de Londres, a casa de chá, Dark tea fazia muito sucesso com seus clientes da alta sociedade. Era um lugar extremamente requintado. A qualquer hora do dia ou da noite aquele era um lugar ideal para se tomar um chá, fumar um charuto, reunir com alguém interessante.

O SABOR DO PECADO COMPLETA.Onde histórias criam vida. Descubra agora